LeonardoBati suavemente na porta do escritório do meu pai, esperando por sua permissão. De dentro, ouvi sua voz grave e firme:— Pode entrar.Abri a porta, sentindo um misto de ansiedade e determinação. Meu pai estava sentado à mesa, revisando alguns documentos, mas ao me ver, tirou os óculos e se ajeitou na cadeira.— Pai, posso conversar com o senhor? — perguntei, mantendo um tom sério.Ele me estudou por um momento antes de responder.— Claro. Aconteceu alguma coisa?Respirei fundo, escolhendo as palavras com cuidado.— Na verdade, estou pensando em algo, mas queria que isso ficasse só entre nós, pelo menos até eu ter certeza da minha decisão.Ele arqueou uma sobrancelha, desconfiado.— O que você está aprontando, Leonardo?Soltei uma risada curta.— Nada de errado, pai. Na verdade, estou pensando em ficar no Brasil de forma definitiva. — Fiz uma pausa para medir sua reação. — Queria saber se existe a possibilidade de tentar uma vaga na sua empresa.O rosto dele se iluminou com um
Aviso da Autora: Esse livro é a história dos filhos do Casal do livro Just For You, podem ser lidos separadamente, pois são histórias independentes. …………………………………………………………………………………………………………………….. • Manuella • Olho para o meu namorado entrando animado no meu quarto. Ele está radiante, transbordando felicidade. O brilho em seus olhos é tão intenso que parece iluminar o ambiente. — Eu consegui, princesa! — diz ele, me abraçando e me rodando no ar com entusiasmo. Meu sorriso se mistura com um aperto no peito. Meu coração se divide entre a alegria por ver meu amor realizar o maior sonho da sua vida e a dor de saber que ele partirá em breve, para longe de mim. Seguro sua face com as mãos e deposito um beijo cheio de amor em seus lábios. — Isso quer dizer que você conseguiu o intercâmbio para estudar em Harvard? — pergunto, tentando disfarçar a emoção que ameaça transbordar. — Sim, meu amor — responde ele, antes de me dar um selinho doce e cheio de carinho. — Mas dói tanto deixar
• Manuela •Seis Anos Depois...O dia amanhece com a doçura que só minha pequena Luna sabe trazer. Ela pula em cima de mim, espalhando beijos pelo meu rosto, enquanto sua risada infantil preenche o quarto.— Acorda, mamãe! — ela diz animada, segurando sua boneca de pano com firmeza.Abro os olhos lentamente, sorrindo ao ver aquele rostinho iluminado pelo entusiasmo.— Mamãe já acordou, meu amor. — Retribuo os beijos e a puxo para um abraço apertado. — Está animada para o primeiro dia na escolinha nova?— Sim, mamãe, muito animada! — ela responde, balançando a cabeça com entusiasmo.Enquanto me espreguiço, noto que Luna já está banhada e vestida com seu uniforme azul. Sorrio, admirada.— E quem foi que deu banho nessa princesa sem me chamar? — pergunto, fingindo indignação.— Foi a vovó! — responde Luna, com um sorriso travesso, enquanto abraça sua inseparável boneca, um presente de Pedro, seu padrinho e meu melhor amigo.Agradeço mentalmente à minha mãe, dona Natasha, que sempre me aj
• Leonardo •Sábado...O salão está cheio de luzes e risadas, mas tudo ao meu redor desaparece no momento em que a vejo entrar pela porta. Manuela.Meu coração acelera como se o tempo tivesse voltado para os nossos dias juntos. Ela está ainda mais linda, sua beleza madura agora combinando com aquele sorriso de menina que nunca saiu da minha memória. Mas o sorriso dela, tão vibrante ao entrar, se desfaz quando nossos olhares se encontram. É como se o tempo congelasse por um instante, trazendo uma onda de emoções confusas — nostalgia, saudade, arrependimento.Desvio o olhar, tentando me recompor, mas logo noto algo que faz meu peito apertar ainda mais. Um homem se aproxima dela, a abraçando pela cintura com intimidade. Minha mandíbula trava enquanto observo ele segurar a mão de uma menininha loira, incrivelmente parecida com Manuela. Meu estômago revira. A garota deve ser filha deles. E ele? Talvez namorado. Ou marido. Esse pensamento me enche de ciúme, embora eu não tenha o direito de
• Manuela • Manhã de DomingoA noite foi difícil. As palavras de Leonardo ecoaram em minha mente como um martelo, impedindo qualquer descanso. Luna, minha pequena, parece ter sentido minha tensão, já que quase não dormiu também. Agora, as duas estamos na cozinha cedo, tentando começar o dia com nosso café da manhã.— Bom dia, princesinha do dindo! — a voz alegre de Pedro ecoa enquanto ele entra sem cerimônia, como sempre faz.— Bom dia, Pepe! Veio tomar café, né? — digo com um sorriso, abraçando meu amigo, cuja presença é sempre um alívio.— Bom dia, dindo! — Luna responde distraída, concentrada no cereal à sua frente.Pedro senta-se à mesa e me olha preocupado.— Vim tomar café, mas também ver como você está — diz, aceitando a panqueca que coloco em seu prato. — Cadê seus pais?— Estou bem, amigo. Obrigada por perguntar. — Tento sorrir, embora saiba que ele não se engana facilmente. — Meus pais viajaram cedo. Meu pai disse que quer aproveitar minha mãe. — Faço uma careta, arrancando
ManuelaO número de telefone que Bianca me passou pisca na tela do celular. Respiro fundo, reunindo coragem para ligar para Leonardo. Meu coração bate rápido, e uma sensação de apreensão toma conta de mim. Finalmente, pressiono o botão para iniciar a chamada.Início da Chamada— Alô? — a voz de Leonardo soa firme, mas carregada de tensão.— Leonardo, sou eu, Manuela. — Minha voz sai mais suave do que imaginei. — Só liguei para dizer que, se quiser, pode buscar Luna amanhã na escola para passar a tarde com ela.Há um momento de silêncio, seguido de um suspiro.— Certo. Me manda o horário que ela sai e o endereço da escola por mensagem.— Só queria te pedir para passar o tempo com ela na casa dos seus pais. Isso me deixa mais tranquila — acrescento, hesitante.Leon ri pelo nariz, um som meio debochado.— Você não confia em mim, não é?— Não é isso. — Tento me justificar. — Você nunca cuidou de uma criança. Na casa dos seus pais, eles podem te ajudar com o que precisar.Ele traga a paciê
LeonardoConfesso que a presença de Manuela comigo e Luna não me deixou à vontade. Minha mãe tinha me explicado que Luna poderia estranhar passar o dia comigo sozinha, já que somos praticamente desconhecidos. Ainda assim, a sensação de desconforto era inevitável.Enquanto esperávamos nossos pedidos no restaurante, tento criar um momento mais descontraído.— O que vai querer comer, loirinha? — pergunto, tentando soar animado.— Uma esfirra de carne, outra de frango, e suquinho de laranja. — Ela sorri, e não consigo evitar um sorriso de volta. Esses sabores e o suco de laranja também são os meus favoritos.— Vou querer o mesmo: esfirras de carne e frango e suco de laranja — digo ao garçom antes de olhar para Manuela. — E você?— Quero aquele combo de sanduíche de frango, batatas fritas e suco de laranja — ela responde, e um pensamento rápido me invade: sempre comilona.A conversa inicial é dominada por Manuela, o que me alivia, pois ainda estou tentando me acostumar com a situação.— Co
Leonardo Confesso que é estranho estar aqui, depois de anos, sentado à mesa de jantar com meus pais. Desde que voltei, tenho evitado situações como essa, mas hoje não houve como escapar. Minha mãe insistiu demais, e cedi.Ela olha para mim com aquele olhar que só mães têm, misto de curiosidade e preocupação.— Sobre o que é o caso que você está cuidando aqui na cidade, filho? — pergunta, tentando quebrar o silêncio.— Estou defendendo um homem acusado de assassinato. Ele alega ser inocente e, até agora, os fatos apontam que ele realmente pode ser. — Respondo, tentando parecer neutro, mas sei que meu tom carrega o cansaço de dias complicados.— Esses casos são complicados, mas desafiadores. Bons para testar suas habilidades. — Meu pai comenta, com um tom firme, mas sem grande entusiasmo.Mudando o foco, minha mãe olha para minha irmã:— E você, filha, como estão as aulas na faculdade?Minha irmã sorri, os olhos brilhando de empolgação:— Estão incríveis, mãe! Eu amo o curso, é tudo o