è pessoal, Leonardo deu mole mais uma vez.
ManuelaEle se levantou lentamente, mas, antes que eu pudesse reagir, segurou meu rosto entre as mãos. Seus olhos estavam fixos nos meus, tão perto que eu podia sentir sua respiração quente contra minha pele. A intensidade de seu olhar era esmagadora, como se ele estivesse tentando me alcançar de alguma forma.— Me desculpa... — ele sussurrou, e o som daquelas palavras quase me desarmou.— Leon... — tentei dizer algo, mas minha voz saiu fraca, quase um suspiro. Eu podia sentir meu corpo reagindo à proximidade dele, mesmo quando minha mente gritava para que eu me afastasse.Ele inclinou a cabeça, seus lábios roçando meu pescoço de forma quase imperceptível.— Seu corpo ainda reage a mim, doçura... — ele murmurou contra minha pele. — Eu sei que, em algum lugar, ainda existe amor por mim.Fechei os olhos por um instante, tentando recuperar o controle. Meu coração estava em conflito; uma parte de mim queria acreditar nele, mas a outra estava cansada de lutar contra as cicatrizes que ele de
ManuelaEu enxuguei o rosto rapidamente e me forcei a levantar. O peso das emoções ainda estava em mim, mas precisava seguir. Antes que pudesse dar o próximo passo, a porta se abriu, e minha mãe entrou, me envolvendo em um abraço apertado, do tipo que só ela sabia dar.— Não precisava ter vindo, mamãe. Eu estou bem — tentei dizer, mas minha voz soou mais frágil do que eu queria.Ela me olhou com ternura, o tipo de olhar que diz que sabe exatamente o que você está sentindo, mesmo que você negue.— O Leon chegou destruído. — Sua voz era calma, mas carregada de significado. — Achei que você poderia estar igual.Eu suspirei, sentindo as lágrimas ameaçarem voltar.— Não é fácil dizer ao amor da sua vida que você não quer ele perto de você nunca mais. — Minhas palavras saíram carregadas de dor. — Eu só quero que ele caia na real e volte a ser meu Leon.Minha mãe acariciou meu braço, tentando me confortar.— Ele vai, meu amor. Só de ver a forma como ele chegou, eu sei que ele está arrependid
Leonardo Entro na casa da Manuela por volta das 15h, meu coração ainda pesado com o que tinha acontecido, mas determinado a consertar as coisas. No canto da sala, perto da janela, vejo minha filha sentada em uma poltrona. Ela segurava delicadamente uma xícara de chá, com uma postura que me fazia lembrar como o tempo passa rápido. Ela parecia uma mocinha.Aproximei-me devagar, sem querer assustá-la.— Ei, loirinha... — sussurrei, ajoelhando-me perto dela. — Podemos conversar?Ela levantou os olhos para mim, tristes e hesitantes.— Sim... Mamãe pediu pra eu te ouvir — respondeu, com a voz baixinha, cheia de cautela.Meu coração apertou ainda mais.— Me perdoa? — perguntei, suspirando. — Eu fui um bobo e acabei te magoando. Isso era tudo o que eu menos queria, meu amor. Eu te amo tanto.Ela me olhou com aqueles olhinhos inocentes, mas a dúvida ainda estava ali.— Mas você não duvida mais da mamãe? — perguntou, sua voz frágil como vidro.Balancei a cabeça imediatamente.— Não, meu amor.
ManuelaDuas semanas depois...As últimas semanas foram... complicadas. Vi o Leon poucas vezes, geralmente quando ele vinha buscar ou deixar Luna. Algumas vezes, ele estava aqui passando tempo com ela quando cheguei. Ele claramente está tentando mostrar que quer consertar as coisas. Mandou flores, bombons, mensagens, pequenos gestos que eu sei que são sinceros. Mas, por mais que ele tente, a mágoa ainda pesa muito dentro de mim.Hoje, enquanto passava pelo quarto dos meus pais, vi minha mãe sentada na cama segurando uma máscara preta nas mãos.— Saudades de ser a Ruby, dona Natasha? — perguntei, chamando sua atenção.Ela levantou o olhar e sorriu. Eu conhecia bem essa história maluca dos dois, um segredo que eles mantiveram por anos e que, quando revelado, virou motivo de muitas risadas.— Estava lembrando das loucuras que fiz pelo meu Xavi — disse, com um sorriso nostálgico. — Era divertido o joguinho que eu fazia com ele.— Dona Natasha, sempre safadinha, né? — brinquei, sentando ao
Manuela Uma semana depois...Definitivamente, minha vida está uma loucura. Estou atolada de trabalho, reuniões e prazos. Nossa equipe está focada em lançar uma nova coleção, e não é qualquer coleção: será uma linha infantil chamada "La Luna". O nome, claro, foi inspirado no meu anjinho loiro. A ideia surgiu de uma conversa com Leon no início da semana, quando eu estava desesperada, tentando encontrar algo que inspirasse o conceito. Ele sugeriu uma coleção infantil, e foi como uma lâmpada acendendo.Sentei com Pedro, meu pai e minha mãe para discutir a viabilidade, e todos concordaram que seria uma excelente ideia. Além de atrair um novo público, era algo que se conectava emocionalmente comigo, e isso tornava o projeto ainda mais especial.Por falar em Leon, ele tem sido um anjo em minha vida ultimamente. Com tanto trabalho me consumindo, ele tem buscado nossa filha todos os dias na escola. E, com meus pais mergulhados nesse projeto comigo, ele passa o tempo com Luna e minha madrinha
ManuelaA reunião tinha acabado, e eu saí para almoçar com o Pedro. Já estávamos de volta à minha sala, trabalhando em alguns contratos que precisavam ser finalizados e assinados.— Eu e a Bianca estamos pensando em morar juntos — Pedro comentou casualmente, sem desviar o olhar do notebook.Levantei os olhos, surpresa, mas feliz.— Isso é ótimo! Vocês são fofos juntos, merecem ser felizes. — Sorri, lembrando como eles se completavam. — E, convenhamos, ela já passa mais tempo na sua casa do que na dela.Pedro riu, confirmando.— E pensar que no começo eu relutava por ela ser tão novinha... Agora, aqui estou, sonhando com o dia em que terei ela comigo todos os dias.— Ainda bem que não perdeu essa chance por besteira. — Suspirei. — Espero um dia me acertar com o Leon, morarmos juntos com nossa filha e, finalmente, sermos uma família de verdade.Pedro me olhou com um sorriso encorajador.— Leonardo tem me surpreendido. Está responsável, sendo um pai super amoroso e presente. Sem falar no
ManuelaAcordei já perto do meio-dia, e hoje seria um dia diferente. Luna não iria para a escola, e eu decidi tirar o dia para não ir ao trabalho. Senti uma mistura de animação e ansiedade: finalmente teria uma conversa definitiva com Leon e contaria minha novidade. Dessa vez, tinha certeza de que as coisas poderiam dar certo para nós.Depois de tomar um banho e me arrumar, fui até o quarto de Luna para ajudá-la a se arrumar. Meus pais não estavam em casa, então ela iria comigo.Enquanto preparava um almoço simples — macarrão com carne moída e queijo, nosso prato favorito —, decidi contar para Luna sobre o bebê.— Filha, lembra quando você pediu um irmãozinho? — perguntei enquanto mexia o molho.Ela confirmou com um sorriso curioso.— Então... ele está na barriguinha da mamãe. Daqui a uns meses, ele vai estar aqui com a gente.Luna soltou um grito animado.— Ebaaaa! Vai ser uma menininha, mamãe?Ri, encantada com sua empolgação.— Ainda não sabemos, meu amor. Vai demorar um pouquinho
ManuelaEstava pronta e ansiosa para o jantar com Leon. Sabia que já tínhamos nos encontrado muitas vezes antes, que nos conhecíamos bem, mas algo naquela noite parecia diferente. Durante o jantar, provavelmente teríamos a conversa que definiria tudo sobre nosso futuro juntos. Precisávamos deixar as coisas claras, não apenas por nós, mas pelo bem da Luna e do bebê que carregava comigo, nossa sementinha de amor.Quando saí, ele já estava lá, encostado no carro da minha madrinha, com aquele sorriso que sempre mexeu comigo. Não consegui evitar o sorriso que nasceu no meu rosto enquanto me aproximava. Quando a distância entre nós acabou, beijei seus lábios levemente.— Você está linda, como sempre — ele disse, com os olhos brilhando enquanto nossos lábios se separavam.— E você está um gato. — Sorri, dando um selinho rápido nele.O trajeto até o restaurante foi tranquilo. Nenhum de nós falou muito, mas o silêncio não era desconfortável. O rádio tocava músicas suaves, e, pela expressão de