Parte 2...Quase trinta minutos depois, ela se tremia inteira, a dor era grande e seu corpo pequeno parecia que iria ser rasgado.Confiava em Anete e Greta para o que vinha pela frente. O marido ainda não havia chegado.Greta não o achou na delegacia e então correu para o consultório médico, avisando a assistente que ela precisava urgente de sua presença.— No momento ele não está, foi fazer um atendimento de urgência - a mulher a avisou — Mas eu vou chamá-lo agora mesmo e o avisarei.Ela agradeceu e tentou de novo na delegacia, mas Hector ainda não tinha retornado. Ela deixou dois dos funcinários da delegacia atrás do xerife e voltou o mais depressa possível para casa para ajudar Anete.Quando entrou ouviu o grito de Lyanne e seu choro. Anna estava no quarto dela como a tia mandara e ela logo se preparou para ajudar.— Eu não posso - Lyanne chorava, cansada.— Pode sim - Anete disse firme — E se acostume, esse é apenas o primeiro. Meu irmão vai querer outros filhos para encher a casa
Parte 1...Romance de Época “A pé e de coração leve enveredo pela estrada abertaSaudável, livre, o mundo à minha frenteÀ minha frente o longo atalho pardo levando-me aonde eu queiraDaqui em diante, não peço boa-sorte.Boa-sorte sou eu...”Capítulo Um...Sunnydale, 1885Irina estava em seu pouco tempo livre. Do lado de fora da grande casa, ela se inclinava feliz sobre o papel pequeno e amarelado da carta que tinha recebido à dois dias e ainda não tinha tido tempo de ler.A senhora Gilbert tinha sido a responsável por receber mais esta carta, enviada com carinho e preocupação por sua amiga Greta.Na verdade Jordana Gilbert era a responsável pela agência de noivas dos Correios de Sunnydale, mas recebia também algumas correspondências para outras pessoas que por algum motivo não tinham como enviar ou receber notícias de alguém distante.Que era o seu caso.Ela trocava correspondência com Greta, sua amiga que trabalhava para a família Carlton. Ela era empregada dos pais de Lyanne Carl
Parte 2...Odiava que ele a tocasse com sua brutalidade e morria de medo, mas precisava demais desse emprego, por menos que recebesse. Encontrar um trabalho se tornava cada dia mais difícil, ainda mais quando ela precisava escapar das investidas masculinas.E ela tinha seus sonhos e talentos que ficavam escondidos para não sofrerem retaliação, até mesmo de outras mulheres que estavam acostumadas e até gostavam de um tratamento inferior.— Pegue logo essa porcaria - ele gritou — Você é uma imbecil - esbravejou.— O senhor deixou o copo com um resto de...Ela não teve tempo de terminar o que dizia, quando sentiu explodir a dor em sua bochecha e cambaleou, surpresa e assustada.Acabou indo ao chão se estatelando. Seu coração bateu forte, quase igual ao tapa que ele lhe desferiu com força. De imediato ela sentiu as lágrimas virem direto aos olhos, mas se segurou.Levantou devagar, respirando fundo e encarando seu agressor como um desafio. Sua cabeça girava, mas ela não iria dar a ele o go
Parte 3...— Graças a Deus - começou o corte do cabelo.Hector ficou olhando pelo espelho enquanto Logan fazia seu trabalho, mas parecia muito sério.— Algo o preocupa, Logan?— Eh... Assim, assim... - ele mexeu a cabeça de um lado para outro — Ando ocupado.— Tão ocupado que não tem tempo de ir à igreja aos domingos? Eu não tenho visto você nos sermões.Logan ergueu e abaixou os ombros, pensativo.— É que tenho muito para me ocupar, xerife. Tem a barbearia, a casa, os serviços comunitários... Sabe como é - meneou a cabeça — Sou sozinho para tudo isso.Hector ficou olhando fixo pelo espelho, preocupado.— Eu sei do que você precisa, homem.— E o que é? - parou e o olhou pelo reflexo.— Uma esposa - ergueu o dedo — Uma boa esposa.Logan deu uma risadinha, balançando a cabeça.— E como vou conseguir isso?Hector olhou em volta, só havia os dois no salão àquela hora. Podiam falar sem problema.— Vou lhe contar um segredo.Logan parou de novo, curioso.— Vai me dizer como fez para conquis
Parte 1...Irina criou uma história para poder sair e ir até a agência falar com a senhora Jordana. Estava indecisa, parada em frente da porta de entrada, esfregando as mãos.Ela tinha certeza de que se continuasse trabalhando e morando sob o mesmo teto que o horrível Joseph Rogan uma hora algo de muito ruim iria acontecer. Suspirou. As pessoas passavam apressadas sem lhe dar atenção. E porque dariam? Ela era só uma empregada usando um vestido sem graça que já teve dias melhores.Olhou para seus pés, cobertos por sapatos pretos, agora um pouco cinza por cima por causa da poeira.As cartas de Greta lhe falavam sobre o casamento de Lyanne e de como ela estava feliz com seu novo marido. Um homem bom e de respeito que era o xerife local.Greta lhe dizia que Lyanne estava tão bem que nunca mais havia tocado no nome de seus pais e não queria mais falar sobre o passado. De certa forma, se não fosse o acerto deles com o velho Joseph, ela não teria tido a chance de conhecer seu amoroso marido
Parte 2...Jordana se separou dela e espalmou as mãos em cima da mesa, olhando para as cartas abertas uma ao lado da outra. Ficou olhando de uma para outra, fazendo gestos com a cabeça e torcendo a boca.— Ah... Aqui - pegou duas cartas — Estas duas vieram justamente de Red River.— Onde estão morando agora, Greta e Lyanne? - abriu bem os olhos — Procuram por uma noiva?De repente seu coração voltou a se encher de alegria. Se Deus a ajudasse poderia encontrar alguém que a apreciasse e quem sabe, poderia formar uma família longe dali.E voltaria a encontrar Greta e Lyanne. Não estaria de todo sozinha em um lugar longe na presença de um estranho. Ela ficaria livre de seu patrão e sua insana grosseria e talvez até pudesse ajudar mais seus pais do que agora.— Se você quiser, tenho outros pretendentes em outros estados que também buscam uma companhia.—Não - respirou fundo se animando. Uniu as mãos — Eu posso escolher ou tem que ser a senhora?— Oh, não, minha querida - balançou a cabeça
Parte 1...Irina teve sorte, pois seus pais ao verem o machucado em seu rosto, concordaram de imediato que ela partisse. Ficou combinado que a senhora Jordana receberia suas cartas e repassaria a eles, para ficarem em contato. Ela não fez promessas vazias, apenas disse que conseguiria uma fonte de renda em seu novo lar e assim continuaria a ajudá-los.Foi um momento triste a despedida, mas ao mesmo tempo foi feliz, pois sabia que estava se afastando de algo que poderia prejudicar e muito sua vida.O senhor Joseph quando recebeu a notícia de que ela deixaria o trabalho na casa fez um escândalo, reclamando de várias coisas e a chamando de ingrata.Como ele era obrigado a acertar suas contas de saída, acabou inventando que ela lhe devia por ter dado alguns prejuízos. Coisas que ele mesmo quebrara em seus rompantes de loucura e lhe incumbiu a culpa por isso.Ela devolveu o valor da passagem para a senhora Jordana, entregou uma parte para os pais e ficou com um pequeno valor para si, assi
Parte 2...Foi para a fila para pegar sua bagagem, que não era muita coisa, apenas duas sacolas surradas que eram de seus pais, com seus petences dentro. Agradeceu ao rapaz e seguiu pela plataforma, olhando em volta, sem nem saber o que procurar.“Espero que ele seja bonito, pelo menos”.Esticava o pescoço para poder enxergar mais adiante, por cima da cabeça das pessoas que andavam em sua frente.Um homem parou em sua frente e ela achou ser ele. Lhe perguntou se era Logan Grant e homem disse que não e continuou andando. Outro que a olhou com curiosidade a fez pensar que poderia ser ele, mas viu um mulher se aproximar e segurar seu braço, o puxando.Parou ao lado de um banco e ficou olhando de um lado para outro em busca de alguém que pudesse ser seu noivo. Mordeu o lábio preocupada. Já estava ali parada há quase quinze minutos e nada. Será que o telegrama não tinha sido recebido? E se não tivesse, ela deveria esperar por quanto tempo mais?Ouviu um novo apito do trem, agora indicando