LARAO shopping estava cheio, como sempre, com pessoas indo e vindo, carregando sacolas e conversando animadamente. Mas, para mim, nada disso importava. Meu mundo girava apenas ao redor de Alexandre e do nosso bebê. Segurei firme na mão dele enquanto andávamos pelos corredores iluminados, parando diante de uma vitrine repleta de roupinhas de bebê.Meus olhos brilharam ao ver aqueles pequenos macacões, tão delicados e fofos. Era surreal pensar que, dentro de alguns meses, teríamos um serzinho vestindo aquelas roupas, um pedacinho de nós dois.— Olha isso, amor! — puxei Alexandre para mais perto, apontando para um conjuntinho bege com detalhes em branco. — É a coisa mais linda!Ele sorriu, me observando com aquele olhar de quem se divertia com minha empolgação.— São bonitos, sim — disse, analisando as peças. — Mas você não acha que estamos adiantados? A gente nem sabe o sexo ainda.— Eu sei, mas… — suspirei, emocionada. — Eu só queria comprar alguma coisa. Só uma pecinha para simboliza
LaraAndávamos pelo shopping sem pressa, curtindo cada momento juntos. Depois de escolhermos algumas roupinhas de bebê, ainda paramos em outras lojas, observando brinquedos, móveis para o quarto do bebê e até carrinhos de bebê. Eu estava encantada com tudo, e Alexandre parecia igualmente envolvido, o que aquecia meu coração.— E esse aqui? — perguntei, segurando um sapatinho minúsculo e olhando para ele com brilho nos olhos.Ele pegou o sapatinho das minhas mãos e o analisou com um sorriso.— É bem pequeno… Parece impossível que nosso filho ou filha vá caber nisso.— Pois é — ri. — Mas logo, logo vai estar nos pezinhos dele… ou dela.Ele sorriu, balançando a cabeça em incredulidade, como se a ficha ainda não tivesse caído completamente.— Esse bebê vai ser muito amado — murmurei, passando a mão pela minha barriga, que ainda não mostrava sinais da gravidez, mas já carregava a vida que mudaríamos para sempre.Alexandre colocou a mão sobre a minha, fazendo um leve carinho.— Vai mesmo —
LARAEstávamos deitados no sofá da sala, aproveitando um momento tranquilo depois de um dia cheio. Meus pés descansavam sobre o colo de Alexandre enquanto ele deslizava a ponta dos dedos suavemente pela minha perna, como se quisesse memorizar cada centímetro da minha pele. O silêncio confortável entre nós foi quebrado quando ele, de repente, soltou:— Então… e os nomes?Sorri, porque sabia que cedo ou tarde essa conversa aconteceria.— Você já tem alguma ideia?Ele riu.— Eu sou péssimo com isso. Mas acho que quero um nome forte, sabe? Algo marcante.— Hum… Se for menino, pensei em Benjamin ou Theo.— Gosto dos dois — ele assentiu. — Mas Benjamin tem mais cara de nome de líder, não acha?— Então Benjamin está no topo da lista?— No momento, sim.Fiquei alguns segundos pensando antes de perguntar:— E se for menina?Ele fez uma cara pensativa antes de soltar um nome:— Helena.Sorri instantaneamente.— Nossa, eu amo esse nome!— Então temos Helena e Benjamin como favoritos?— Acho que
AUGUSTOEstava sentado na sala, olhando para o celular, a mente fervilhando com pensamentos e estratégias. O plano que estava arquitetando para derrubar Alexandre e finalmente tomar o que era meu, o que sempre deveria ter sido meu, estava em andamento. Porém, ainda faltava um detalhe crucial. Precisava garantir que o golpe seria perfeito e ninguém suspeitaria de mim. E para isso, eu precisava da ajuda de alguém em quem eu confiava. Ou melhor, alguém que me ajudava desde o começo, minha esposa, Luiza.Ela entrou na sala silenciosamente, como sempre fazia quando estava prestando atenção em algo. Ela me olhou, esperando que eu fosse falar. Eu sabia que, apesar de tudo o que estava acontecendo, ela sempre soubera que esse momento chegaria. Eu e ela sempre fomos uma dupla, unidos por um mesmo objetivo. Ela nunca me decepcionou, e não seria agora que isso aconteceria.— Luiza, preciso saber onde o seu irmão leva o carro para manutenção. Onde ele faz o serviço, quem é o mecânico de confiança
AUGUSTOO relógio na parede marcava quase sete da noite, e a noite estava começando a cair sobre a cidade. O som do trânsito, das buzinas e das pessoas nas ruas parecia distante, como se eu estivesse em um outro mundo, onde apenas o que importava era o que eu estava prestes a fazer. Eu tinha uma missão e, para cumprir isso, precisava da ajuda de alguém que fosse capaz de fazer o trabalho de maneira limpa e eficiente. O mecânico de Alexandre era a peça-chave para que tudo saísse conforme o planejado. E eu sabia exatamente como abordá-lo.Estava em frente à oficina, o cheiro de óleo e combustível era forte no ar. Era uma garagem simples, não muito grande, mas bem estruturada. Sabia que o mecânico ali era bom no que fazia, mas também sabia que ele não seria fácil de convencer. Quando se trata de dinheiro, muitos homens têm um preço, mas alguns ainda mantêm certos princípios. Eu ia ver até onde esse cara estava disposto a ir.Entrei na oficina e olhei ao redor
AugustoCheguei em casa com a sensação de ter feito algo importante, mas também com uma tensão crescente no peito. Eu sabia que esse passo, negociar com o mecânico, era o que precisávamos para seguir adiante com o plano. Um plano que, de alguma forma, parecia se tornar cada vez mais real. E quando a realidade se aproxima de nós, o peso das consequências fica muito mais claro.Entrei pela porta e fui direto até a sala. Luiza estava sentada no sofá, olhando distraidamente para a televisão. Quando me viu, levantou-se imediatamente, com um sorriso no rosto, e veio me abraçar."Conseguiu?" Ela perguntou, sua voz suave, mas cheia de expectativa."Sim, consegui", respondi, já começando a me sentir um pouco mais leve. "O mecânico aceitou o preço que ofereci. Ele vai alterar o carro de Alexandre durante a próxima revisão. Vai parecer um acidente."Luiza me olhou com um brilho nos olhos. Eu poderia ver que ela estava satisfeita, mas também pod
LaraEu nunca imaginei que, aos 23 anos, a vida me faria carregar o peso de uma responsabilidade tão grande. Quando os pais morreram, o mundo, de repente, se transformou em uma espécie de pesadelo do qual não havia como acordar. Eles partiram em um acidente de carro, e, embora eu tenha tentado me preparar para a dor, nada poderia me preparar para o vazio que se formou no lugar onde antes existia uma família.Eu não tinha noção do quanto minha vida mudaria em um único segundo. Um telefonema. Uma ligação para informar que tudo o que eu conhecia, tudo o que me dava segurança, tinha acabado. O impacto do acidente foi tão forte que, quando eu vi o carro amassado nas imagens do noticiário, nem parecia possível que eles haviam estado ali. A imagem ficou gravada na minha mente, como se ainda estivesse vendo tudo em câmera lenta. Não havia mais dúvidas, não havia mais pais. Eu estava sozinha.Mas não completamente. Meus irmãos estavam comigo. Thiago, com 11 anos, e Júlia, com 14, estavam tão p
Alexandre Sou Alexandre Costa, CEO da Costa Empreendimentos, uma das maiores corporações do Brasil. Fui treinado desde jovem para assumir o controle da empresa, e aos 28 anos, quando meu pai se aposentou, fui colocado à frente de tudo. Mas desde então, a realidade de estar no comando não é tão simples quanto parecia. As pressões são intensas, e não se resumem apenas aos negócios. Há também uma batalha constante pela autoridade dentro da família. Meu pai, sempre tão firme e decidido, sempre me disse que a herança da Costa Empreendimentos não seria um presente, mas uma responsabilidade. E, de certa forma, ele estava certo. A cada dia, o peso dessa responsabilidade aumenta. Não é só minha imagem que está em jogo, mas a imagem da família, da empresa, e de todos que dela dependem. O problema atual é o meu cunhado, Marcelo. Ele casou-se com minha irmã, Clarice, e desde o começo, seus interesses sempre foram claros: ele possui uma grande parte das ações da Costa Empreendimentos, e como