LaraAndávamos pelo shopping sem pressa, curtindo cada momento juntos. Depois de escolhermos algumas roupinhas de bebê, ainda paramos em outras lojas, observando brinquedos, móveis para o quarto do bebê e até carrinhos de bebê. Eu estava encantada com tudo, e Alexandre parecia igualmente envolvido, o que aquecia meu coração.— E esse aqui? — perguntei, segurando um sapatinho minúsculo e olhando para ele com brilho nos olhos.Ele pegou o sapatinho das minhas mãos e o analisou com um sorriso.— É bem pequeno… Parece impossível que nosso filho ou filha vá caber nisso.— Pois é — ri. — Mas logo, logo vai estar nos pezinhos dele… ou dela.Ele sorriu, balançando a cabeça em incredulidade, como se a ficha ainda não tivesse caído completamente.— Esse bebê vai ser muito amado — murmurei, passando a mão pela minha barriga, que ainda não mostrava sinais da gravidez, mas já carregava a vida que mudaríamos para sempre.Alexandre colocou a mão sobre a minha, fazendo um leve carinho.— Vai mesmo —
LARAEstávamos deitados no sofá da sala, aproveitando um momento tranquilo depois de um dia cheio. Meus pés descansavam sobre o colo de Alexandre enquanto ele deslizava a ponta dos dedos suavemente pela minha perna, como se quisesse memorizar cada centímetro da minha pele. O silêncio confortável entre nós foi quebrado quando ele, de repente, soltou:— Então… e os nomes?Sorri, porque sabia que cedo ou tarde essa conversa aconteceria.— Você já tem alguma ideia?Ele riu.— Eu sou péssimo com isso. Mas acho que quero um nome forte, sabe? Algo marcante.— Hum… Se for menino, pensei em Benjamin ou Theo.— Gosto dos dois — ele assentiu. — Mas Benjamin tem mais cara de nome de líder, não acha?— Então Benjamin está no topo da lista?— No momento, sim.Fiquei alguns segundos pensando antes de perguntar:— E se for menina?Ele fez uma cara pensativa antes de soltar um nome:— Helena.Sorri instantaneamente.— Nossa, eu amo esse nome!— Então temos Helena e Benjamin como favoritos?— Acho que
AUGUSTOEstava sentado na sala, olhando para o celular, a mente fervilhando com pensamentos e estratégias. O plano que estava arquitetando para derrubar Alexandre e finalmente tomar o que era meu, o que sempre deveria ter sido meu, estava em andamento. Porém, ainda faltava um detalhe crucial. Precisava garantir que o golpe seria perfeito e ninguém suspeitaria de mim. E para isso, eu precisava da ajuda de alguém em quem eu confiava. Ou melhor, alguém que me ajudava desde o começo, minha esposa, Luiza.Ela entrou na sala silenciosamente, como sempre fazia quando estava prestando atenção em algo. Ela me olhou, esperando que eu fosse falar. Eu sabia que, apesar de tudo o que estava acontecendo, ela sempre soubera que esse momento chegaria. Eu e ela sempre fomos uma dupla, unidos por um mesmo objetivo. Ela nunca me decepcionou, e não seria agora que isso aconteceria.— Luiza, preciso saber onde o seu irmão leva o carro para manutenção. Onde ele faz o serviço, quem é o mecânico de confiança
AUGUSTOO relógio na parede marcava quase sete da noite, e a noite estava começando a cair sobre a cidade. O som do trânsito, das buzinas e das pessoas nas ruas parecia distante, como se eu estivesse em um outro mundo, onde apenas o que importava era o que eu estava prestes a fazer. Eu tinha uma missão e, para cumprir isso, precisava da ajuda de alguém que fosse capaz de fazer o trabalho de maneira limpa e eficiente. O mecânico de Alexandre era a peça-chave para que tudo saísse conforme o planejado. E eu sabia exatamente como abordá-lo.Estava em frente à oficina, o cheiro de óleo e combustível era forte no ar. Era uma garagem simples, não muito grande, mas bem estruturada. Sabia que o mecânico ali era bom no que fazia, mas também sabia que ele não seria fácil de convencer. Quando se trata de dinheiro, muitos homens têm um preço, mas alguns ainda mantêm certos princípios. Eu ia ver até onde esse cara estava disposto a ir.Entrei na oficina e olhei ao redor
AugustoCheguei em casa com a sensação de ter feito algo importante, mas também com uma tensão crescente no peito. Eu sabia que esse passo, negociar com o mecânico, era o que precisávamos para seguir adiante com o plano. Um plano que, de alguma forma, parecia se tornar cada vez mais real. E quando a realidade se aproxima de nós, o peso das consequências fica muito mais claro.Entrei pela porta e fui direto até a sala. Luiza estava sentada no sofá, olhando distraidamente para a televisão. Quando me viu, levantou-se imediatamente, com um sorriso no rosto, e veio me abraçar."Conseguiu?" Ela perguntou, sua voz suave, mas cheia de expectativa."Sim, consegui", respondi, já começando a me sentir um pouco mais leve. "O mecânico aceitou o preço que ofereci. Ele vai alterar o carro de Alexandre durante a próxima revisão. Vai parecer um acidente."Luiza me olhou com um brilho nos olhos. Eu poderia ver que ela estava satisfeita, mas também pod
Alexandre Deixei Lara na casa da avó dela, Cecília, como havíamos combinado. Antes de sair, ela segurou minha mão e sorriu, dizendo para eu tomar cuidado na estrada. Assenti com um beijo rápido e garanti que não demoraria. Afinal, era só uma revisão no carro, algo de rotina.Peguei a estrada rumo à oficina onde sempre fazia a manutenção do carro. Era um lugar confiável, administrado por um mecânico que já conhecia há anos. O trajeto foi tranquilo, e, ao chegar lá, estacionei e desci, cumprimentando os funcionários que trabalhavam em outros veículos.— E aí, Zeca, como estão as coisas? — perguntei ao mecânico principal, que se virou para mim com um sorriso amistoso.— Tudo na mesma, Alexandre. E você, como estão as coisas? Soube que vai ser pai. Parabéns! — Ele limpou as mãos num pano sujo de graxa e me cumprimentou com um aperto de mão firme.Sorri de volta.— Valeu, cara. Estamos muito felizes. Agora é só preparar tudo pra chegada do bebê.— Isso é ótimo. Mas então, veio fazer o che
MecânicoO barulho das ferramentas e o cheiro de óleo queimado sempre fizeram parte da minha rotina. Trabalhar com carros era algo que eu dominava com perfeição. Ninguém naquela cidade conhecia os motores como eu. E foi exatamente por isso que Augusto me procurou. Não sou de me envolver com sujeira, mas o valor que ele me ofereceu... bom, digamos que qualquer um pensaria duas vezes antes de recusar.A oficina estava mais vazia do que o habitual quando Alexandre apareceu. Sempre educado, confiante, daquele tipo de homem que está acostumado a ter tudo aos seus pés. Ele me entregou a chave, trocamos algumas palavras sobre a manutenção, e ele confiou o carro a mim como se fosse um serviço qualquer. Mas não era. Não para mim. Não desta vez.Esperei ele se afastar completamente da oficina antes de pegar meu celular. Me afastei para os fundos, onde a barulheira era menor, e disquei o número de Augusto. Ele atendeu no segundo toque.— Fala.— Ele acabou de deixar o carro. Vou fazer o serviço
AlexandreDepois de resolver algumas pendências no escritório e responder algumas ligações importantes, olhei o relógio e percebi que já estava na hora de buscar o carro na oficina. Zeca havia me garantido que a revisão estaria pronta naquele horário. Peguei o celular e digitei uma mensagem para Lara:"Vou buscar o carro, amor. Já passo aí pra te pegar."Ela demorou alguns minutos para responder. Quando o celular vibrou com a notificação, esperava um coraçãozinho ou um "ok, meu amor", mas o que vi foi totalmente diferente:"Não vai. Por favor. Estou com um pressentimento horrível."Franzi a testa. Liguei na mesma hora.— Lara? O que houve? — perguntei, sentindo o coração acelerar.— Amor, por favor, não vai. Não sei explicar... eu estou me sentindo mal, muito mal. Vem me ver. Eu preciso de você aqui. — A voz dela estava embargada, como se estivesse segurando o choro.— Calma, eu já estou indo. Não vou buscar carro nenhum agora. Me espera.Desliguei o telefone e fui direto para a casa