Luísa

A tarde estava calma, mas minha mente fervilhava. Eu sabia que precisava ser meticulosa. Alexandre não era alguém fácil de convencer, especialmente quando se tratava de eventos familiares. Ele sempre parecia estar ocupado demais ou, pior ainda, desinteressado. Mas desta vez, eu tinha uma carta na manga.

Peguei o telefone e disquei o número dele. Alexandre atendeu no terceiro toque, com aquele tom frio e direto de sempre.

— O que foi, Luísa?

Revirei os olhos, mesmo sabendo que ele não podia ver.

— Olá para você também, querido irmão — respondi, com sarcasmo. — Não posso ligar sem motivo agora?

— Poupe os rodeios. O que você quer?

Suspirei, ajustando o tom da voz. Precisava soar persuasiva, mas não desesperada.

— Estou organizando um jantar beneficente amanhã à noite — comecei. — Algo importante para a família, e sua presença é fundamental.

Do outro lado, ouvi o som de papéis sendo manuseados. Ele provavelmente estava no escritório, cercado de contratos e preocupações que, para el