LaraO silêncio dentro de casa era sufocante. Eu estava sentada no sofá, segurando o celular com tanta força que meus dedos estavam começando a doer. A mensagem ainda brilhava na tela, como se tivesse sido escrita com fogo:"Bem-vinda de volta, Lara. Espero que esteja pronta, porque o jogo está apenas começando."Meu coração disparou. Quem quer que estivesse por trás disso, sabia exatamente como me atingir. Respirei fundo, mas era inútil. O medo ainda estava ali, firme, queimando dentro de mim.Alexandre estava ao meu lado, tenso. Ele esfregava o rosto com as mãos, claramente tentando organizar os pensamentos. Desde que voltamos da Itália, ele estava mais alerta, sempre com aquele olhar de quem esperava um ataque a qualquer momento. Mas, dessa vez, nem ele parecia preparado para isso.— Isso não pode estar acontecendo — minha voz saiu baixa, quase um sussurro.Alexandre olhou para mim, e eu vi algo diferente nos olhos dele. Ele não estava apenas irritado. Ele estava furioso.— Alguém
Alexandre Eu nunca fui um homem de deixar as coisas saírem do meu controle. Sempre lidei com problemas da forma mais direta possível: eliminando-os antes que crescessem. Mas agora, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia que alguém estava tentando me colocar contra a parede.E o pior? Estavam mexendo com a Lara.Isso não era aceitável.Desde a Itália, aqueles recados começaram. No início, parecia coisa de algum desocupado tentando nos assustar. Mas agora? Agora as ameaças estavam chegando até a nossa porta.Eu podia ver nos olhos dela o medo crescendo. Lara tentava esconder, tentava agir como se não estivesse assustada, mas eu via. Eu conhecia cada detalhe, cada expressão do rosto dela.E eu não ia deixar isso continuar.Puxei o celular do bolso e disquei o número de Ricardo. Ele atendeu no terceiro toque.— Alexandre.— Preciso que investigue alguém para mim — fui direto ao ponto. Não tinha tempo para rodeios.Ricardo ficou em silêncio por um instante, provavelmente percebendo p
Alexandre O vento frio da noite batia contra minha pele enquanto eu estacionava o carro na garagem. O dia tinha sido longo, e minha cabeça ainda fervia com tudo que eu tinha discutido com Ricardo. Mas agora, nada disso importava. Eu precisava focar em outra coisa.Lara.Ela já estava nervosa o suficiente com toda essa situação, e eu não ia deixar que isso a consumisse. Não ia deixar que ninguém transformasse nossa vida em um pesadelo.Saí do carro e entrei em casa, sentindo o cheiro familiar do perfume dela misturado ao aroma leve de café que ainda pairava no ar. Lara estava sentada no sofá, as pernas cruzadas e o celular na mão, provavelmente distraída com alguma coisa, mas eu percebi de longe a tensão nos ombros dela. Ela estava tentando agir normalmente, mas eu conhecia cada detalhe dela bem demais para ser enganado.— Oi, amor — ela levantou os olhos para mim, forçando um sorriso.Caminhei até ela, abaixando para depositar um beijo na sua testa antes de me sentar ao seu lado.— O
Alexandre A noite estava tranquila, diferente dos últimos dias de tensão que passei ao lado de Alexandre. O jantar na casa da minha avó era um respiro de alívio, algo que eu precisava desesperadamente. Depois de todas as ameaças e incertezas, estar ali, cercada por pessoas que realmente se importavam comigo, me fazia sentir segura. Dona Cecília nos recebeu com um sorriso caloroso assim que chegamos. Seus olhos brilharam quando me viu, e ela não hesitou em me puxar para um abraço apertado. — Minha menina, eu sabia que tinha alguma coisa errada! Voltar assim, tão de repente… Mas o importante é que vocês estão bem! — disse ela, me apertando como se eu pudesse desaparecer a qualquer momento. — Estamos, vó. Foi só um imprevisto, nada demais — menti, tentando não preocupá-la. Alexandre cumprimentou minha avó com respeito e simpatia. Ele sabia o quanto ela era importante para mim, e mesmo que nosso casamento tivesse começado de maneira complicada, eu via que ele tentava se encaixar
Lara Entramos em casa, e a atmosfera parecia diferente. O jantar com minha família trouxe um pouco de normalidade para nossas vidas conturbadas, mas agora, sozinhos novamente, era impossível ignorar a tensão que ainda pairava sobre nós. Alexandre fechou a porta e se encostou nela, me observando com um olhar carregado de algo que eu conhecia bem. Desejo. Mas não só isso. Havia carinho, necessidade, aquela urgência silenciosa que nos conectava sempre que estávamos juntos. — Foi bom estar com sua família — ele disse, a voz rouca. — Foi sim — respondi, me aproximando. Ele segurou minha cintura e me puxou para perto, e eu senti seu calor me envolver. — Mas agora eu quero você só pra mim. Minha respiração vacilou quando ele roçou os lábios nos meus, sem pressa, como se quisesse saborear cada segundo. O beijo começou lento, terno, mas a intensidade logo aumentou. Alexandre sempre teve esse jeito de me fazer esquecer de tudo ao nosso redor. Seus dedos deslizaram pelas minhas costas at
Alexandre Acordei sentindo um calor gostoso no peito. Lara estava aninhada contra mim, a respiração leve e tranquila. Meu braço envolvia sua cintura, e nossos corpos ainda estavam próximos da noite que compartilhamos.Olhei para ela, admirando seu rosto sereno. Como era possível alguém ter tanto poder sobre mim? Nunca me senti assim antes. Com nenhuma outra mulher.Passei a ponta dos dedos pelo seu rosto, traçando sua bochecha macia. Ela suspirou e se mexeu, abrindo os olhos devagar.— Bom dia — murmurou com um sorriso preguiçoso.— Bom dia, amor.Ela riu baixinho e se aninhou ainda mais em mim.— O que vamos fazer hoje? — perguntou, a voz ainda sonolenta.— Pensei em sair, passar o dia juntos. Só nós dois.Seus olhos brilharam.— Gosto da ideia.Selamos o momento com um beijo lento e cheio de promessas para o resto do dia.---Depois de um banho demorado e de um café reforçado, saímos sem um destino exato. Só queríamos aproveitar o dia.Começamos com uma caminhada à beira-mar. O sol
Alexandre Meu telefone tocou assim que entramos em casa. Lara seguiu para o quarto, exausta depois do dia maravilhoso que tivemos, enquanto eu olhava o visor do celular. Era o detetive. — Boa noite, Detetive Mello. Alguma novidade? — atendi, sentindo um frio na espinha. — Boa noite, senhor Alexandre. Sim, e acho que vai querer ouvir isso pessoalmente. A seriedade na voz dele me fez travar. — Isso não parece bom. O que descobriu? — Confirmei a origem das mensagens e dos bilhetes. Posso provar quem está por trás disso. Minhas mãos se fecharam em punho. — Quem? — O ex-namorado da sua esposa, Lucas. Fechei os olhos por um momento, contendo a raiva que começou a borbulhar dentro de mim. Eu já suspeitava, mas ouvir aquilo de uma fonte confiável transformava suposição em certeza. — Tem provas? — Muitas. Vou te mandar agora. Meu celular apitou com a chegada de arquivos. Abri as mensagens e comecei a visualizar tudo. Havia capturas de tela, registros de IP e um rastreamento deta
Alexandre Passei um longo tempo sentado no sofá, revendo todas as provas que o detetive Mello havia enviado. A cada nova informação, a tensão no meu peito aumentava. Lucas estava por trás das ameaças, manipulando tudo desde a Itália, mas agora havia outra peça nesse jogo. Alguém próximo, alguém que estava ajudando ele diretamente do Brasil. Meus olhos voltaram para a foto de um homem parado na esquina, perto do restaurante onde eu e Lara havíamos jantado. A imagem estava um pouco borrada, mas dava para ver claramente que ele observava o local com atenção. — Quem é você, desgraçado? — murmurei, cerrando os punhos. Peguei o telefone e disquei o número de Mello. O detetive atendeu no segundo toque. — Imagino que tenha visto as fotos e os relatórios — ele disse, direto ao ponto. — Vi. E quero mais detalhes. Como conseguiu rastrear a mensagem? — O IP veio de um servidor na Itália, o