Pensando nisso, ele respirou fundo e disse lentamente:— Está bem, vou seguir o que você diz.Por causa de um problema no experimento à tarde, Solange ficou ocupada no laboratório até depois das dez horas da noite.Depois de arrumar suas coisas e sair, enquanto esperava o elevador, recebeu uma ligação de Yago.Assim que atendeu, a voz ligeiramente fria de Yago soou do outro lado:— Por que ainda não voltou? Já está muito tarde.— Já terminei, estou voltando agora.Enquanto Solange falava, a porta do elevador se abriu.Ela estava prestes a entrar quando viu Walter dentro. Seus passos pararam involuntariamente.Os olhares dos dois se cruzaram no ar, e os olhos de Walter estavam cheios de frieza, emanando uma aura de indiferença que mantinha todos à distância.Solange apertou os lábios, hesitando se devia ou não entrar.Afinal, pelo modo como Walter a tratou no refeitório ao meio-dia, ele provavelmente não queria ver ela.A voz de Yago veio do celular, perguntando se deveria ir buscar ela
Solange se afastou dele, com uma expressão fria no rosto.— Você está pensando demais.Yago não ficou satisfeito com a resposta evidentemente evasiva dela, e seu olhar ficou ainda mais gelado.Respirando fundo para acalmar suas emoções, Yago suavizou a voz ao dizer:— Sol, eu sei que você se sente injustiçada, mas vovó já é uma idosa, eu espero que você possa ser mais compreensiva.Solange achou aquilo engraçado. Parecia que sempre que se tratava de algo relacionado à família Lima, a única solução de Yago era pedir que ela tolerasse.Antes, por amar ele, ela havia ignorado essas questões. Agora, ela entendia que, no coração dele, ela nunca poderia superar a família Lima, muito menos sua carreira.— Não se preocupe, eu não vou reclamar dela.Afinal, ela não se importava mais nem com Yago, quem diria com outras pessoas.Vendo que ela estava calma, sem sinais de irritação, Yago não insistiu mais no assunto.— A propósito, minha mãe nos convidou para jantar amanhã à noite.Solange ficou um
— Você tem provas de que eu estava assediando ela? Se não tem, acredita que posso chamar a polícia, dizer que você me agrediu sem motivo, e te colocar na cadeia por alguns dias?Yago não se importou nem um pouco com a ameaça.— Pode fazer isso, mas quem vai acabar preso é você.Marcelo, que era só coragem da boca pra fora, viu que sua ameaça não tinha efeito e, rangendo os dentes, disse:— Você... Espera só, é melhor não cruzar meu caminho de novo! — Depois de dizer isso, ele se virou e saiu correndo.Vendo Marcelo fugir em desespero, os olhos de Yago ficaram frios.Esse tipo de lixo ainda tinha a audácia de assediar Solange.Yago se virou para ela, com o rosto cheio de descontentamento.— Se alguém está te assediando, por que você não falou nada?Pela expressão dela anteriormente, parecia que não era a primeira vez que esse homem a incomodava.Solange apertou os lábios.— Eu não esperava que ele fosse me agredir de repente, e eu o recusei ontem.Ela também não esperava que Marcelo fos
Isaac não pôde deixar de balançar a cabeça. — Com esse temperamento, eu realmente não sei qual mulher vai conseguir te aguentar no futuro. Walter não respondeu, abaixando a cabeça enquanto recolhia as peças do tabuleiro de xadrez. — Vamos, vamos jantar. Na mesa, Isaac continuava a falar com Walter, com uma animação que beirava a bajulação. Solange comeu um pouco, largou os talheres e disse: — Já terminei, podem continuar comendo. Assim que suas palavras foram ditas, todos à mesa imediatamente voltaram os olhares para ela. Hanna franziu levemente o cenho, seus olhos cheios de descontentamento, mas permaneceu em silêncio. Yago se virou para ela e disse gentilmente: — A comida de hoje não agradou ao seu paladar? Solange balançou a cabeça. — Não, já comi o suficiente. Lembro que da última vez que estive aqui, deixei algumas roupas no seu quarto. Vou dar uma olhada, ver se encontro aquele vestido que eu gostava. Yago assentiu: — Claro. Hanna estava prestes a su
Vendo ela morder o lábio inferior sem dizer nada, Walter deu uma risada fria e empurrou ela, pronto para abrir a porta e sair. Solange rapidamente o impediu e, em desespero, segurou sua mão. O corpo de Walter ficou repentinamente rígido, e seu olhar para Solange se tornou profundo e perigoso. — Não! — Solange cerrou os dentes. — Tio Walter, você realmente vai me forçar? Walter sorriu friamente. — Solange, você sabe o que teria acontecido se fosse meu irmão que tivesse te pegado no escritório dele? Ela nem conhecia o verdadeiro Isaac, e ainda assim ousou se esgueirar no escritório dele. Se tivesse sido Isaac que a encontrasse, talvez não demorasse muito para que ela desaparecesse deste mundo sem deixar vestígios. Afinal, não seria a primeira vez que isso aconteceria. Solange apertou involuntariamente a mão dele, seu rosto ainda mais pálido sob a luz branca e brilhante. — Você ainda não vai falar? A voz de Walter veio de cima dela. Solange respirou fundo e disse len
Depois que Yago saiu, Solange finalmente suspirou de alívio. O assunto desta vez estava resolvido, mas no futuro, ela teria que ser ainda mais cuidadosa.Ela se levantou, arrumou as roupas que Yago havia amassado e, em seguida, pegou uma peça qualquer do guarda-roupa antes de descer as escadas.Na sala de estar, Yago e Isaac estavam sentados frente a frente, ambos com expressões sombrias.Ao ver Solange descer, Isaac falou com uma expressão indiferente:— Já está tarde, vocês podem ir embora agora.Yago assentiu e se levantou, dizendo:— Está bem. — Seu olhar, frio e distante, pousou sobre Solange, sem qualquer traço de emoção. — Vamos.No caminho de volta, Yago continuava com o rosto fechado, sem dirigir uma única palavra a Solange. Estava claro que ele ainda estava furioso com o que havia acontecido no quarto.Ao chegarem à mansão, quando Solange estava prestes a sair do carro, Yago falou com uma voz fria:— Você não tem nada a dizer?Solange se virou para ele.— O que você quer que
— Ele faliu a família Gomes, e agora os Gomes irão atrás dele para se vingar. O que isso tem a ver comigo?Vendo que Yago não estava prestando a mínima atenção ao que ele dizia, Simão franziu as sobrancelhas.— Certo, já entendi.Depois que Simão foi embora, uma expressão assassina surgiu nos olhos de Yago.Já que Walter tentava incessantemente se aproximar de Solange, ele teria que lhe dar uma lição.Nos dias seguintes, Marcelo ia todos os dias ao laboratório levar presentes para Solange, mas, sem exceção, ela rejeitava tudo.Josiane, enquanto ajudava Solange a organizar a bancada, comentou:— Eu realmente não entendo. Marcelo é rejeitado por você todo dia, e no dia seguinte volta como se nada tivesse acontecido. Será que ele tem algum tipo de fetiche masoquista?Solange balançou a cabeça.— Não sei, não dê atenção a ele. Você montou o suporte ao contrário.Josiane rapidamente desmontou o suporte e o montou corretamente, sem tocar mais no assunto.Marcelo continuou indo ao laboratório
Solange, que deveria estar inconsciente, agarrou o frasco ao seu lado e o quebrou com força na cabeça dele. Os cacos afiados cortaram sua testa, e o sangue começou a jorrar imediatamente.Aproveitando o momento de surpresa, Solange o empurrou e saiu cambaleando pela porta.No entanto, toda a sua força havia sido usada naquele golpe contra Marcelo, e ela se sentia completamente fraca, mal conseguindo caminhar. Antes mesmo de alcançar a saída, Marcelo a agarrou violentamente pelos cabelos.— Vadia, você ousa me atacar!Com uma mão segurando ela, Marcelo desferiu vários tapas em seu rosto. O ferimento em sua testa permanecia sem tratamento, e o sangue escorria por suas sobrancelhas, tornando sua expressão ainda mais sinistra e aterrorizante.Solange tentou resistir, mas seu corpo estava sem forças. Só conseguiu encarar ele com olhos frios, como se estivesse olhando para um lixo.O olhar dela irritou Marcelo, que a esbofeteou novamente várias vezes, até que Solange quase desmaiou de tanto