Isaac não pôde deixar de balançar a cabeça. — Com esse temperamento, eu realmente não sei qual mulher vai conseguir te aguentar no futuro. Walter não respondeu, abaixando a cabeça enquanto recolhia as peças do tabuleiro de xadrez. — Vamos, vamos jantar. Na mesa, Isaac continuava a falar com Walter, com uma animação que beirava a bajulação. Solange comeu um pouco, largou os talheres e disse: — Já terminei, podem continuar comendo. Assim que suas palavras foram ditas, todos à mesa imediatamente voltaram os olhares para ela. Hanna franziu levemente o cenho, seus olhos cheios de descontentamento, mas permaneceu em silêncio. Yago se virou para ela e disse gentilmente: — A comida de hoje não agradou ao seu paladar? Solange balançou a cabeça. — Não, já comi o suficiente. Lembro que da última vez que estive aqui, deixei algumas roupas no seu quarto. Vou dar uma olhada, ver se encontro aquele vestido que eu gostava. Yago assentiu: — Claro. Hanna estava prestes a su
Vendo ela morder o lábio inferior sem dizer nada, Walter deu uma risada fria e empurrou ela, pronto para abrir a porta e sair. Solange rapidamente o impediu e, em desespero, segurou sua mão. O corpo de Walter ficou repentinamente rígido, e seu olhar para Solange se tornou profundo e perigoso. — Não! — Solange cerrou os dentes. — Tio Walter, você realmente vai me forçar? Walter sorriu friamente. — Solange, você sabe o que teria acontecido se fosse meu irmão que tivesse te pegado no escritório dele? Ela nem conhecia o verdadeiro Isaac, e ainda assim ousou se esgueirar no escritório dele. Se tivesse sido Isaac que a encontrasse, talvez não demorasse muito para que ela desaparecesse deste mundo sem deixar vestígios. Afinal, não seria a primeira vez que isso aconteceria. Solange apertou involuntariamente a mão dele, seu rosto ainda mais pálido sob a luz branca e brilhante. — Você ainda não vai falar? A voz de Walter veio de cima dela. Solange respirou fundo e disse len
Depois que Yago saiu, Solange finalmente suspirou de alívio. O assunto desta vez estava resolvido, mas no futuro, ela teria que ser ainda mais cuidadosa.Ela se levantou, arrumou as roupas que Yago havia amassado e, em seguida, pegou uma peça qualquer do guarda-roupa antes de descer as escadas.Na sala de estar, Yago e Isaac estavam sentados frente a frente, ambos com expressões sombrias.Ao ver Solange descer, Isaac falou com uma expressão indiferente:— Já está tarde, vocês podem ir embora agora.Yago assentiu e se levantou, dizendo:— Está bem. — Seu olhar, frio e distante, pousou sobre Solange, sem qualquer traço de emoção. — Vamos.No caminho de volta, Yago continuava com o rosto fechado, sem dirigir uma única palavra a Solange. Estava claro que ele ainda estava furioso com o que havia acontecido no quarto.Ao chegarem à mansão, quando Solange estava prestes a sair do carro, Yago falou com uma voz fria:— Você não tem nada a dizer?Solange se virou para ele.— O que você quer que
— Ele faliu a família Gomes, e agora os Gomes irão atrás dele para se vingar. O que isso tem a ver comigo?Vendo que Yago não estava prestando a mínima atenção ao que ele dizia, Simão franziu as sobrancelhas.— Certo, já entendi.Depois que Simão foi embora, uma expressão assassina surgiu nos olhos de Yago.Já que Walter tentava incessantemente se aproximar de Solange, ele teria que lhe dar uma lição.Nos dias seguintes, Marcelo ia todos os dias ao laboratório levar presentes para Solange, mas, sem exceção, ela rejeitava tudo.Josiane, enquanto ajudava Solange a organizar a bancada, comentou:— Eu realmente não entendo. Marcelo é rejeitado por você todo dia, e no dia seguinte volta como se nada tivesse acontecido. Será que ele tem algum tipo de fetiche masoquista?Solange balançou a cabeça.— Não sei, não dê atenção a ele. Você montou o suporte ao contrário.Josiane rapidamente desmontou o suporte e o montou corretamente, sem tocar mais no assunto.Marcelo continuou indo ao laboratório
Solange, que deveria estar inconsciente, agarrou o frasco ao seu lado e o quebrou com força na cabeça dele. Os cacos afiados cortaram sua testa, e o sangue começou a jorrar imediatamente.Aproveitando o momento de surpresa, Solange o empurrou e saiu cambaleando pela porta.No entanto, toda a sua força havia sido usada naquele golpe contra Marcelo, e ela se sentia completamente fraca, mal conseguindo caminhar. Antes mesmo de alcançar a saída, Marcelo a agarrou violentamente pelos cabelos.— Vadia, você ousa me atacar!Com uma mão segurando ela, Marcelo desferiu vários tapas em seu rosto. O ferimento em sua testa permanecia sem tratamento, e o sangue escorria por suas sobrancelhas, tornando sua expressão ainda mais sinistra e aterrorizante.Solange tentou resistir, mas seu corpo estava sem forças. Só conseguiu encarar ele com olhos frios, como se estivesse olhando para um lixo.O olhar dela irritou Marcelo, que a esbofeteou novamente várias vezes, até que Solange quase desmaiou de tanto
— Solte!Encarando os olhos furiosos de Walter, Solange finalmente sentiu que havia escapado por pouco de um desastre. Seus olhos inevitavelmente se encheram de lágrimas.Sua mão se abriu lentamente, revelando a palma ensanguentada e... O pedaço de vidro cravado nela.O rosto de Walter estava profundamente sombrio. Ele a pegou nos braços e saiu andando.Solange segurou a gola da camisa dele e falou com a voz baixa:— Presidente Walter... Basta pedir para alguém me trazer uma roupa.Se Walter a carregasse para fora da empresa, não demoraria muito para que os boatos se espalhassem por todo o escritório no dia seguinte.Walter abaixou o olhar, o rosto frio, observando ela. Viu seu pequeno rosto pálido e frágil, o que fez seus olhos escurecerem ainda mais.— Sua mão está machucada, precisa ser tratada imediatamente.Solange balançou a cabeça, dizendo com o olhar obstinado:— Tem um kit de primeiros socorros no laboratório. Eu cuido disso e depois vou ao hospital sozinha.Sabendo que ela nã
Yago desviou o olhar e disse em voz baixa:— Vamos.No momento em que os dois se viraram, Hebe soltou um suspiro quase imperceptível de alívio.Enquanto Hebe fazia o exame, Yago ligou para Solange.No entanto, após várias tentativas sem resposta, sua paciência começou a se esgotar, e ele desistiu de ligar novamente.Solange, depois de pagar a conta e tomar a injeção, estava prestes a ir embora quando recebeu um telefonema da delegacia, pedindo que fosse até lá para prestar depoimento.Em outro lugar, Valentina já estava a par de que o plano de Marcelo havia falhado.Com uma expressão sombria, seu subordinado falou com tom preocupado:— Srta. Valentina, será que o Marcelo vai nos trair?Valentina deu uma risada fria ao dizer:— Fique tranquilo, ele não se atreveria, a menos que queira destruir sua própria família.Aquele idiota do Marcelo... Ela havia planejado tudo para ele, mas no fim, ele fracassou miseravelmente. Não passava de um inútil.Ao pensar nisso, a expressão de Valentina fi
Yago esboçou um sorriso sarcástico e, sem qualquer emoção na voz, disse: — Que patético... Ele deve odiar até a morte quem destruiu sua família, quem o deixou sem casa e sem esposa. Ao ouvir a voz calma de Yago, Simão tremeu involuntariamente. — Presidente Yago... Precisamos tirar ele de lá? — Claro, quero ver ele em três dias. Simão ficou em silêncio por alguns segundos, querendo persuadi-lo, mas sabia que Yago não o ouviria, então preferiu não dizer nada. Desligou o telefone e suspirou, pensando se deveria procurar um novo emprego logo. Afinal, se alguém descobrisse as coisas que Yago o fazia fazer, ele estaria igualmente arruinado. Solange ficou no quarto até a hora do jantar. Comeu em silêncio e, sem querer ficar mais tempo no andar de baixo, voltou direto para o quarto. Yago observou suas costas enquanto ela subia as escadas, seu rosto sombrio e assustador. Tábata, enquanto recolhia os pratos, comentou: — Sr. Yago, a guerra fria é o que mais prejudica uma relaç