O verdadeiro nome de Elise.As palavras de Elise reverberam dentro de mim. Ela sai porta afora sem olhar para trás, os passos apressados a levam para longe rapidamente.— Fique em alerta. — digo a Eddie, que apenas acena com a cabeça.Vou atrás de Elise, que parece me odiar neste momento. Não posso culpá-la; fiz uma promessa de que nunca desistiria dela, mas a deixei sozinha para processar tudo o que aconteceu e descobriu.Desde a morte de Luan, tudo desabou sobre mim e a alcateia. Realizamos sua despedida e entregamos sua alma à deusa Luna, mas o peso da nossa realidade apenas aumentou. O conselho humano exige retratação, e agora boa parte dos humanos sabe sobre os shifters lobos em Valmont. Apesar de termos respeitado as leis do acordo e nos mantido afastados no vilarejo a maior parte do tempo, tudo explodiu. Se antes éramos ignorados, agora querem nos expor como assassinos.A discussão na reunião foi enfadonha, uma repetição cansativa de acusações entre homens humanos, todos te
Alma marcada.Malachi me encara como se eu tivesse confessado um crime hediondo. Os últimos acontecimentos passam na minha mente a mil por hora, e meu coração parece que vai explodir pela boca. Mas acima do medo, está a raiva.Eu me recuso a deixar aquele desgraçado controlar minha vida de novo, mas sei bem do que ele é capaz. Toda a merda que sofri nas mãos dele ainda está comigo, como uma marca que não se apaga. Quando finalmente comecei a me reerguer, abrindo espaço para novas possibilidades, ele aparece.Filho da puta!— Do que está falando? — Malachi pergunta, sua voz um sussurro rouco.— Pouco depois de fazer dezoito anos, saí do orfanato. É assim que funciona: se você não foi adotado até lá, é mandado embora. Fiquei sozinha, carregando traumas de uma infância fodida num orfanato que só aceitava crianças para lucrar com elas. Morei num abrigo por um tempo, consegui um emprego numa lanchonete, e foi lá que conheci Trevor. — começo a dizer.A expressão de Malachi fica tão pes
Reviravolta e revelações.Tudo desaparece da minha mente.Seguro o pescoço de Elise com minha mão; meus dedos o rodeiam com firmeza. Sua pele macia está quente, sua pulsação agitada.Seus lábios são um paraíso contra os meus. Ela abre a boca e timidamente guia sua língua para a minha. Recebo tudo que ela me dá como um homem faminto, sedento por cada migalha que ela oferece.Com a mão livre, seguro sua cintura com firmeza. Suas revelações ecoam pela minha mente, e seu beijo é a única coisa que me mantém no controle. Sua presença é a corda que me amarra, impedindo-me de procurar o filho da puta que a fez sofrer e cometeu as piores atrocidades contra minha parceira.Cheguei à conclusão, depois de tudo que aconteceu na alcateia e agora com Elise, que não quero estar em paz com humanos que não nos respeitam ou com aqueles que ferem os nossos. Quero vingança, o sangue de cada um que entrar em meu caminho.O acordo pode ir para o inferno. A prova de verbena nas amostras de Luan já basta
O Recomeço.Reviro os olhos para o segundo bêbado da noite que derruba a caneca parcialmente cheia no chão. O barulho ensurdecedor das vozes misturado ao cheiro forte de álcool e cigarro não me incomoda, mas cada olhar dos homens ao redor, como se eu fosse um pedaço de carne, me faz querer sacar o pequeno canivete preso ao meu tornozelo.O que diabos há com esses caras?Não é a primeira vez que me faço essa pergunta hoje. Minha primeira noite no novo emprego, nessa cidade estranha, tem sido... peculiar. Ana havia me alertado que havia algo de diferente nesse lugar, mas ainda não tinha descoberto o quê.Eu sinto essa diferença no ar. Algo indefinível, mas presente. Até eu, com minha percepção pouco aguçada, consigo notar a estranheza que parece impregnar o ambiente.— Mais uma! — Berra outro bêbado, batendo a caneca vazia no balcão. Eu sei o que ele quer sem precisar perguntar, e me viro para servir, ignorando o jeito nojento com que ele percorre meu corpo com os olhos.Todo homem
Humana.Nem mesmo nos meus piores pesadelos imaginei que minha parceira predestinada poderia ser uma humana.Duas noites atrás, quando entrei na taverna de Eddie — um beta —, fui invadido pelo cheiro mais doce e um sentimento avassalador. Procurei pelo recinto até que meus olhos a encontraram.Alta, esbelta e loira. Seus olhos verdes marcantes, boca sensual repuxada em desgosto, parecendo querer estar em qualquer lugar, menos ali, servindo um bando de brutamontes bêbados. E o detalhe mais importante: totalmente humana.Seu cheiro não escondia isso, mesmo que diferente dos outros humanos, já que seu aroma doce me parece tão malditamente atraente.— Pare de encarar. — Kiran rosna ao meu lado. Estamos sentados no fundo da taverna.— Não consigo. — Retruco, irritado.Desde que entrei aqui novamente, recebendo um olhar de desdém de Elise, meus olhos se recusam a desviar. Ela é hipnotizante, movendo-se com eficiência atrás do balcão, servindo bebida atrás de bebida.Cerro os punhos q
O nome do homem rude.Ele está aqui outra vez. Caminha até o balcão com uma expressão indecifrável, mas os olhos brilham de um jeito perigoso.Aquele puxão que senti na primeira vez que o vi parece ainda mais forte. Irritante e impossível de ignorar.Quero dar as costas e fingir que ele não existe, que nem mesmo o conheço, mas não consigo esquecer como foi rude na primeira vez.Meu turno está chegando ao fim, e hoje não vou ficar até tarde, nem que me obriguem. Meu ciclo está por vir, e o desconforto da cólica já começa a se manifestar.Eddie percebe minha expressão desgostosa, mas o atende, enchendo as canecas. Ainda assim, ele não vai embora.— É nova na cidade? — Ouço a pergunta e quase admiro a falta de vergonha dele.Primeiro, me humilha. Agora, quer saber da minha vida.— Se não me responder, perguntarei a Eddie — pressiona.— É assim que manipula as pessoas para conseguir o que quer? Parece coisa de valentão.— Estou tentando conversar com você — se defende, e eu solto
Uma mão amiga. É sexta-feira, e Eddie me deu o dia de folga. Coincidentemente, Ana também está em casa. — Então, ele foi um babaca ao te conhecer e, depois, quis puxar assunto? — Ana pergunta, tentando entender. Apenas confirmo com a cabeça. — Homens nascem com uma falha de comunicação e uma inclinação para desvio de caráter, mas isso a gente já sabe. — Ah, sim. Não me surpreende. A maior parte do tempo, ignoro. Todo mundo me encara como se eu fosse um pedaço de carne. Ele é só... Insistente. — Você disse que o nome dele é Malachi Fenrir? — Pergunta, enquanto olha a tela do celular. — Foi o que ele disse — Respondo, bebendo o café forte na minha xícara, apreciando o sabor que desliza pela minha língua. — Caramba, ele é o dono da madeireira da cidade. Um dos homens mais ricos daqui. — Ana me mostra a tela do celular, exibindo a foto do mesmo homem que vi duas vezes na Taverna. — Bonito, gostoso e rico. O sonho de muitas mulheres. — Acrescente arrogante, prepotente e baba
Um ousado problema.Giro a caneta entre os dedos enquanto a lembrança de Elise rindo com a amiga, enquanto passeava pela cidade, se repete na minha cabeça. Senti sua presença antes mesmo que me notasse, e me divertiu a forma como ficou apressada ao me ver.Já aceitei que pressioná-la não vai funcionar. Conquistar sua atenção vai levar tempo, e, embora isso me irrite, terei que ter paciência.No escritório da vila, termino de revisar os últimos pedidos e contratos da madeireira. A disputa pelos serviços está acirrada, e isso infla meu ego. Tenho dado duro para levar esse negócio onde está hoje. Meu pai foi bom administrador, mas não chega perto do que estou fazendo agora.A alcateia e a vila nunca mais terão problemas com dinheiro.A porta se abre de repente, e nem me surpreendo ao ver Kiran entrando como se fosse o dono do lugar. Esse garoto não tem um pingo de educação. Meus pais estavam ocupados demais o mimando para se importarem com mais nada. Minha mãe é uma ômega gentil e am