O rosto de Sílvia também não estava nada bem, ela lentamente acenou com a cabeça:- Há algo acontecendo aqui.Sua voz estava rouca, soando também muito cansada.Contudo, o olhar de Juliana se tornou ainda mais cauteloso, e ela sorriu forçadamente:- Então, por que não veio conosco?Sílvia realmente não tinha mais energia para lidar com as insinuações de Juliana, questionando se ela tinha vindo especialmente para encontrar Marcos.Ela pegou o copo de água e bebeu um gole antes de dizer:- Eu vim por um assunto pessoal, tirei uma folga.- É mesmo? - Juliana deu uma risada forçada e, em seguida, se virou para perguntar a Marcos. - Marcos, você terminou o que tinha que fazer?Marcos permaneceu calmo, com os olhos baixos, serenamente pegou o copo de água à sua frente:- Ainda não.Juliana franziu a testa, parecendo um pouco insatisfeita.Félix percebeu sua emoção e disse, sorrindo:- O que foi, Juliana, não gosta da Cidade H?Juliana rapidamente acenou com a mão, mas logo depois expressou u
Sílvia abriu a boca, mas não sabia o que dizer.Marcos olhou ela de cima, com um leve resmungo nasal:- Não superestime sua posição no coração dos outros.- Marcos? - Ele acabara de falar, quando a voz de Juliana chegou por trás dele.Ela surgiu da esquina, seu olhar se fixou em Sílvia e, com uma voz suave, perguntou:- Sílvia, por que você não entrou na cabine? Estamos todos à sua espera.Ela tentou discernir se o olhar de Marcos era de procura, enquanto Sílvia comprimia os lábios, tentando ocultar suas emoções:- Acabei de chegar.- Eu pensei que você não voltaria. - Juliana disse, lançando um olhar novamente para Marcos, com uma curiosidade pouco velada.Sílvia sabia que estava pensando demais, mas também não dispunha de energia para esclarecer nada, se limitando a dizer que voltaria à cabine para buscar sua bolsa.Contudo, antes que pudesse ir, Félix se aproximou, segurando a bolsa de Sílvia.Ele pareceu surpreso ao vê-la e então entregou a ela a bolsa:- Desculpe, pensei que você a
Marcos tinha esses amigos principalmente porque Sílvia, no início, queria compreender os gostos e movimentos de Marcos, adicionando-os à sua lista.Poucos eram aqueles com quem ela realmente mantinha conversas sérias.Sílvia deslizou a tela por algum tempo e, finalmente, clicou na página de Francisco, clicando em deletar.Ela não conseguia dormir; sua cabeça doía terrivelmente. Decidiu, então, se sentar e se recostar na cabeceira da cama, deletando essas pessoas de seu círculo, uma a uma, antes de colocar o celular de lado, se preparando para descansar.No entanto, assim que o colocou de lado, o celular tocou novamente.Era uma chamada de Marcos.Sílvia hesitou por um instante antes de atender:- O que...?Não terminou a frase, sendo interrompida por Marcos, com uma voz fria:- Em que hotel você está?Sílvia, com a mente lenta, forneceu a ela o endereço assim que foi questionada, e antes que pudesse perceber, Marcos já havia desligado.Quando a campainha soou, Sílvia tinha acabado de
Às cinco e meia da manhã, na sala de emergência, havia poucas pessoas. Sílvia foi chamada para a sala de consulta logo após se registrar.Ela, que havia tido uma febre baixa durante o dia, se encontrava agora com febre alta, de quarenta graus, e uma infecção respiratória, o que explicava sua tosse severa.O médico, sem dizer uma palavra, prescreveu uma infusão e entregou a prescrição a Marcos, solicitando que ele pagasse e buscasse os medicamentos.Sílvia tentou ir por conta própria, mas mal havia estendido a mão quando Marcos pegou a prescrição, lançando a ela um olhar e disse, sem emoção:- Espere aqui.A enfermeira conduziu Sílvia ao local da infusão, onde, por ser uma emergência, havia apenas um longo banco para sentar e repousar.Marcos retornou rapidamente, carregando duas garrafas de medicamento. Ele, que odiava o cheiro do hospital, passou os itens para a enfermeira e saiu.Enquanto a enfermeira preparava a agulha para Sílvia, perguntou:- Ele é seu namorado?Sílvia hesitou p
Sílvia segurava o celular em silêncio, enquanto Isabelly pensava que ela não queria ir.Incapaz de se conter, Isabelly falou com ansiedade:- Mãe, eu realmente quero apenas preparar algo gostoso para você comer. Sei que o trabalho tem sido árduo, e reconheço que fui impulsiva ao dizer aquilo ontem. Sílvia, você ainda está zangada comigo? Posso me desculpar, por favor?Ao final, a voz de Isabelly carregava um tom de choro.Sílvia fechou os olhos, e disse de forma entorpecida:- Estou no hospital.Isabelly se surpreendeu:- Como assim, no hospital? Quer que eu leve a comida até lá?A preocupação em sua voz parecia genuína. Sílvia hesitou, mas acabou dizendo:- Não é nada grave.- Sílvia, espera por mim. Vou levar Bianca ao hospital agora mesmo. - Isabelly falava enquanto, de fato, começava a se preparar, e Sílvia podia ouvir o som de seus preparativos.De repente, a voz suave de Juliana ecoou atrás dela:- Marcos, você poderia me acompanhar para fazer o registro?Os olhos de Sílvia baixa
Depois de confirmar que Bianca estava bem, Isabelly finalmente se virou para olhar para Sílvia. Ao ver a sopa derramada na manga de Sílvia, ela ficou surpresa por um momento e, em seguida, em pânico, pegou dois lenços de papel para tentar limpar, dizendo: - Ai, como posso ser tão desastrada?Sílvia a interrompeu:- Não tem problema, só preciso trocar de roupa quando chegar em casa.Isabelly olhou para ela e, com cuidado, perguntou: - Essa sua roupa é muito cara, não é?Sílvia pausou por um momento antes de responder:- Você não me chamou aqui para jantar?Isabelly havia preparado sopa, costeletas de porco com chouriço, chanfana e vegetais.Enquanto alimentava Bianca, ela também conversava com Sílvia: - Coma bastante. Normalmente não compramos carne de cordeiro em casa; minha mãe comprou especialmente para você, ela foi ao mercado bem cedo.Sílvia, que acabara de se recuperar de uma febre alta, realmente não conseguia comer nada.Ela pegou um pouco dos vegetais e, após ouvir as pala
Enrico prontamente concordou, recolhendo seu celular e falou seriamente:- Estou muito ansioso para trabalhar contigo.Sílvia sorriu com os lábios apertados:- Eu também.Enrico acenou com a cabeça e logo mudou de assunto, perguntando a Sílvia:- Você encontrou dificuldades aqui?Sílvia hesitou por um momento:- Por que pergunta?- É óbvio. - Disse Enrico. - Você não estava assim quando estava na Cidade C.Sílvia tocou seu rosto inconscientemente, ao ouvir Enrico dizer:- Se não se importar, pode me contar.Sílvia baixou o olhar e ficou em silêncio.Enrico não insistiu, olhou para o relógio e perguntou a Sílvia:- Quer jantar comigo? Íris e os outros também vão estar lá.Sílvia balançou a cabeça:- Eu tenho que ir ao hospital mais tarde para fazer outra infusão.Enrico a observou, então de repente sorriu:- Quando as pessoas viajam a trabalho, geralmente aproveitam para fazer turismo por conta da empresa, mas você parece estar cumprindo uma pena.Foi a primeira vez que Enrico falou com
Juliana, pobre dela, não sei em que sentido.Após limpar o sangue das mãos, Sílvia finalmente ergueu a cabeça para olhá-los.Seu olhar deslizou até o algodão que Juliana também segurava e perguntou, sem emoção na voz:- Se é uma alergia, talvez seja melhor descansar adequadamente.Juliana soltou uma risada forçada:- Sílvia, estou preocupada com você.- Ok, obrigada. - Sílvia assentiu. - Estou bem.Assim, Sílvia não deixou espaço para Juliana dizer mais nada.Juliana percebeu a rejeição de Sílvia, mordeu o lábio e, como se fosse sem intenção, disse:- Mas Sílvia, você está no hospital recebendo soro. Sua mãe deveria estar aqui cuidando de você, não é? - Ela apontou para o local da injeção em sua mão. - Marcos está comigo, e já me sinto melhor por isso. Você está aqui sozinha, deve ser desconfortável.Os olhos de Sílvia tremularam levemente:- Tenho um amigo aqui.Juliana se mostrou um pouco surpresa:- Você tem amigos na Cidade H?Sílvia assentiu e não acrescentou mais nada.Era ridícu