Sílvia segurava o celular em silêncio, enquanto Isabelly pensava que ela não queria ir.Incapaz de se conter, Isabelly falou com ansiedade:- Mãe, eu realmente quero apenas preparar algo gostoso para você comer. Sei que o trabalho tem sido árduo, e reconheço que fui impulsiva ao dizer aquilo ontem. Sílvia, você ainda está zangada comigo? Posso me desculpar, por favor?Ao final, a voz de Isabelly carregava um tom de choro.Sílvia fechou os olhos, e disse de forma entorpecida:- Estou no hospital.Isabelly se surpreendeu:- Como assim, no hospital? Quer que eu leve a comida até lá?A preocupação em sua voz parecia genuína. Sílvia hesitou, mas acabou dizendo:- Não é nada grave.- Sílvia, espera por mim. Vou levar Bianca ao hospital agora mesmo. - Isabelly falava enquanto, de fato, começava a se preparar, e Sílvia podia ouvir o som de seus preparativos.De repente, a voz suave de Juliana ecoou atrás dela:- Marcos, você poderia me acompanhar para fazer o registro?Os olhos de Sílvia baixa
Depois de confirmar que Bianca estava bem, Isabelly finalmente se virou para olhar para Sílvia. Ao ver a sopa derramada na manga de Sílvia, ela ficou surpresa por um momento e, em seguida, em pânico, pegou dois lenços de papel para tentar limpar, dizendo: - Ai, como posso ser tão desastrada?Sílvia a interrompeu:- Não tem problema, só preciso trocar de roupa quando chegar em casa.Isabelly olhou para ela e, com cuidado, perguntou: - Essa sua roupa é muito cara, não é?Sílvia pausou por um momento antes de responder:- Você não me chamou aqui para jantar?Isabelly havia preparado sopa, costeletas de porco com chouriço, chanfana e vegetais.Enquanto alimentava Bianca, ela também conversava com Sílvia: - Coma bastante. Normalmente não compramos carne de cordeiro em casa; minha mãe comprou especialmente para você, ela foi ao mercado bem cedo.Sílvia, que acabara de se recuperar de uma febre alta, realmente não conseguia comer nada.Ela pegou um pouco dos vegetais e, após ouvir as pala
Enrico prontamente concordou, recolhendo seu celular e falou seriamente:- Estou muito ansioso para trabalhar contigo.Sílvia sorriu com os lábios apertados:- Eu também.Enrico acenou com a cabeça e logo mudou de assunto, perguntando a Sílvia:- Você encontrou dificuldades aqui?Sílvia hesitou por um momento:- Por que pergunta?- É óbvio. - Disse Enrico. - Você não estava assim quando estava na Cidade C.Sílvia tocou seu rosto inconscientemente, ao ouvir Enrico dizer:- Se não se importar, pode me contar.Sílvia baixou o olhar e ficou em silêncio.Enrico não insistiu, olhou para o relógio e perguntou a Sílvia:- Quer jantar comigo? Íris e os outros também vão estar lá.Sílvia balançou a cabeça:- Eu tenho que ir ao hospital mais tarde para fazer outra infusão.Enrico a observou, então de repente sorriu:- Quando as pessoas viajam a trabalho, geralmente aproveitam para fazer turismo por conta da empresa, mas você parece estar cumprindo uma pena.Foi a primeira vez que Enrico falou com
Juliana, pobre dela, não sei em que sentido.Após limpar o sangue das mãos, Sílvia finalmente ergueu a cabeça para olhá-los.Seu olhar deslizou até o algodão que Juliana também segurava e perguntou, sem emoção na voz:- Se é uma alergia, talvez seja melhor descansar adequadamente.Juliana soltou uma risada forçada:- Sílvia, estou preocupada com você.- Ok, obrigada. - Sílvia assentiu. - Estou bem.Assim, Sílvia não deixou espaço para Juliana dizer mais nada.Juliana percebeu a rejeição de Sílvia, mordeu o lábio e, como se fosse sem intenção, disse:- Mas Sílvia, você está no hospital recebendo soro. Sua mãe deveria estar aqui cuidando de você, não é? - Ela apontou para o local da injeção em sua mão. - Marcos está comigo, e já me sinto melhor por isso. Você está aqui sozinha, deve ser desconfortável.Os olhos de Sílvia tremularam levemente:- Tenho um amigo aqui.Juliana se mostrou um pouco surpresa:- Você tem amigos na Cidade H?Sílvia assentiu e não acrescentou mais nada.Era ridícu
Contudo, Sílvia estava evidentemente enganada. A competência de Enrico era notável. Ao negociar com clientes, ele sempre mantinha uma postura dominante, e suas ideias eram incrivelmente precisas. O cliente, chamado Michel Dias, diretor de entretenimento, olhava para Enrico cheio de admiração:- Sr. Enrico, o senhor é de fato impressionante, um verdadeiro talento da nova geração.Enrico, exibindo confiança, passou alguns documentos para Sílvia, sussurrando a ela instruções:- Simplesmente organize e arquive isto, sem confusões.Sílvia examinou os documentos, que detalhavam figuras importantes do setor financeiro nos últimos anos e os desafios que enfrentaram. Um desses casos ela já havia acompanhado de perto em negociações anteriores com Marcos. Ela hesitou antes de questionar Enrico:- Se me lembro bem, seu plano mencionava avançar conforme a conjuntura espaço-temporal. Então, o objetivo é concentrar a energia dessas personalidades em um momento crucial?Enrico olhou para Sílvia e
O tom de Marcos era descontraído, seu olhar fixo em Sílvia. Sílvia hesitou por um momento e então perguntou a ela:- Do que você precisa?Marcos baixou os olhos, casualmente pegou o copo à sua frente para brincar com ele e então disse, de forma dispersa:- Já que tem tempo para marcar um jantar com amigos, parece que os assuntos devem estar quase resolvidos. Você provavelmente pode voltar ao trabalho, certo?A testa de Sílvia se contraiu levemente. Estava prestes a responder, quando ouviu Enrico, ao lado, dizer calmamente:- A empresa do Presidente Marcos é tão rigorosa que até questiona os funcionários sobre suas refeições, digno do Grupo LH.Seu tom era sereno, parecendo uma conversa casual, mas o que realmente significava era que Marcos cuidava de pequenos detalhes, uma preocupação bastante ampla.Sílvia ficou um pouco surpresa. Sempre achou que Enrico tinha uma boa personalidade e era a primeira vez que o ouvia dizer algo assim. O olhar de Marcos se voltou para Enrico e, após u
Isabelly olhava para ela com lágrimas nos olhos:- Sério?Sílvia tentava levantá-la com esforço, mas Isabelly era muito forte, mal podendo movê-la.Contudo, Isabelly rapidamente se ergueu por conta própria, enxugou o rosto e, ansiosa, segurou a mão de Sílvia:- Sílvia, me desculpe, mas eu criei a Bianca, eu...Sílvia, com a mente serena, ouvia Isabelly e percebia o quanto era difícil para ela expressar suas emoções.Ela perguntou:- O que está acontecendo, exatamente?Nesse momento, Isabelly começou a secar as lágrimas novamente:- O médico disse que a Bianca precisa começar a tomar um remédio agora, um remédio especial, que custa vinte ou trinta mil por mês. Como vou pagar por isso?Ouvindo isso, Sílvia sentiu um aperto no coração e afastou sua mão da de Isabelly:- Vou conversar com o médico.- Pode ir, mas ele vai dizer a mesma coisa. Meu Deus, como fomos parar nesta situação?Sílvia, ouvindo os soluços de Isabelly atrás de si, apressou o passo.No entanto, assim que saiu do quarto
Nos corredores do hospital, o constante vai e vem de pessoas não acabava. Sílvia parou por um momento, se permitindo se sentir um pouco melhor. Não tendo mais o que dizer a Marcos, com um movimento firme, ela se dirigiu ao banheiro. Por sorte, o banheiro estava vazio. Parou ao lado da pia e, erguendo os olhos, observou seu reflexo no espelho. Lágrimas escorriam dos cantos de seus olhos, borrando a maquiagem e conferindo a ela um aspecto desarrumado. Silenciosamente, pegou seu estojo de maquiagem e começou a se retocar, depois se apoiou na bancada e fechou os olhos, tentando recobrar as forças.A ligação de seu avô foi uma surpresa, deixando Sílvia momentaneamente desorientada, antes de se lembrar de que ainda não lhe havia contado sobre a situação. Baixou o olhar, respirou fundo e, lentamente, atendeu ao telefone. A voz envelhecida de seu avô, carregada de preocupação, soou: - Bianca, como vão as coisas? Ela sentiu como se um espinho estivesse preso em sua garganta, incapaz d