Contudo, Sílvia estava evidentemente enganada. A competência de Enrico era notável. Ao negociar com clientes, ele sempre mantinha uma postura dominante, e suas ideias eram incrivelmente precisas. O cliente, chamado Michel Dias, diretor de entretenimento, olhava para Enrico cheio de admiração:- Sr. Enrico, o senhor é de fato impressionante, um verdadeiro talento da nova geração.Enrico, exibindo confiança, passou alguns documentos para Sílvia, sussurrando a ela instruções:- Simplesmente organize e arquive isto, sem confusões.Sílvia examinou os documentos, que detalhavam figuras importantes do setor financeiro nos últimos anos e os desafios que enfrentaram. Um desses casos ela já havia acompanhado de perto em negociações anteriores com Marcos. Ela hesitou antes de questionar Enrico:- Se me lembro bem, seu plano mencionava avançar conforme a conjuntura espaço-temporal. Então, o objetivo é concentrar a energia dessas personalidades em um momento crucial?Enrico olhou para Sílvia e
O tom de Marcos era descontraído, seu olhar fixo em Sílvia. Sílvia hesitou por um momento e então perguntou a ela:- Do que você precisa?Marcos baixou os olhos, casualmente pegou o copo à sua frente para brincar com ele e então disse, de forma dispersa:- Já que tem tempo para marcar um jantar com amigos, parece que os assuntos devem estar quase resolvidos. Você provavelmente pode voltar ao trabalho, certo?A testa de Sílvia se contraiu levemente. Estava prestes a responder, quando ouviu Enrico, ao lado, dizer calmamente:- A empresa do Presidente Marcos é tão rigorosa que até questiona os funcionários sobre suas refeições, digno do Grupo LH.Seu tom era sereno, parecendo uma conversa casual, mas o que realmente significava era que Marcos cuidava de pequenos detalhes, uma preocupação bastante ampla.Sílvia ficou um pouco surpresa. Sempre achou que Enrico tinha uma boa personalidade e era a primeira vez que o ouvia dizer algo assim. O olhar de Marcos se voltou para Enrico e, após u
Isabelly olhava para ela com lágrimas nos olhos:- Sério?Sílvia tentava levantá-la com esforço, mas Isabelly era muito forte, mal podendo movê-la.Contudo, Isabelly rapidamente se ergueu por conta própria, enxugou o rosto e, ansiosa, segurou a mão de Sílvia:- Sílvia, me desculpe, mas eu criei a Bianca, eu...Sílvia, com a mente serena, ouvia Isabelly e percebia o quanto era difícil para ela expressar suas emoções.Ela perguntou:- O que está acontecendo, exatamente?Nesse momento, Isabelly começou a secar as lágrimas novamente:- O médico disse que a Bianca precisa começar a tomar um remédio agora, um remédio especial, que custa vinte ou trinta mil por mês. Como vou pagar por isso?Ouvindo isso, Sílvia sentiu um aperto no coração e afastou sua mão da de Isabelly:- Vou conversar com o médico.- Pode ir, mas ele vai dizer a mesma coisa. Meu Deus, como fomos parar nesta situação?Sílvia, ouvindo os soluços de Isabelly atrás de si, apressou o passo.No entanto, assim que saiu do quarto
Nos corredores do hospital, o constante vai e vem de pessoas não acabava. Sílvia parou por um momento, se permitindo se sentir um pouco melhor. Não tendo mais o que dizer a Marcos, com um movimento firme, ela se dirigiu ao banheiro. Por sorte, o banheiro estava vazio. Parou ao lado da pia e, erguendo os olhos, observou seu reflexo no espelho. Lágrimas escorriam dos cantos de seus olhos, borrando a maquiagem e conferindo a ela um aspecto desarrumado. Silenciosamente, pegou seu estojo de maquiagem e começou a se retocar, depois se apoiou na bancada e fechou os olhos, tentando recobrar as forças.A ligação de seu avô foi uma surpresa, deixando Sílvia momentaneamente desorientada, antes de se lembrar de que ainda não lhe havia contado sobre a situação. Baixou o olhar, respirou fundo e, lentamente, atendeu ao telefone. A voz envelhecida de seu avô, carregada de preocupação, soou: - Bianca, como vão as coisas? Ela sentiu como se um espinho estivesse preso em sua garganta, incapaz d
Sílvia permaneceu no quarto até a noite cair antes de decidir sair.Ela mal tinha apetite, então comeu algo rapidamente e retornou para o hotel.Isabelly não a havia procurado novamente e, naquele instante, Sílvia não podia se dar ao luxo de se preocupar com isso.Somente após tomar um banho foi que ela percebeu que Heitor, com quem não conversava há tempos, havia enviado uma mensagem.Ele questionava quando Sílvia retornaria à Cidade J.Sílvia perguntou:“O que aconteceu?”“Este fim de semana será meu aniversário e eu gostaria de te convidar para celebrar comigo.”Heitor respondeu quase de imediato.Sílvia não mantinha uma proximidade com Heitor; a última vez que se viram foi em uma reunião no Grupo LH, quando ele compareceu a um encontro.Ela não estava de bom humor e estava inclinada a recusar, quando viu outra mensagem de Heitor.“Não é por nada, apenas penso que somos todos amigos e seria agradável desfrutar de um momento de diversão juntos. Além disso, Henrique me contou que você
Sílvia falou com certa amargura.Marcos demorou um pouco para responder e, em seguida, perguntou com desprezo: - O que é, você quer ajudar sua mãe a vir pedir dinheiro emprestado?Embora seu tom fosse um tanto irônico, Sílvia sentiu um alívio no coração, pelo menos Marcos realmente não tinha emprestado dinheiro para Isabelly.Ela abaixou os olhos, falando baixinho:- Não empreste dinheiro a ela.Marcos pausou por um momento, soltando um riso sarcástico: - Você não sempre a respeitou muito? Por que parou de fazer isso agora?Sílvia suspirou lentamente, e sua voz era muito baixa: - De qualquer forma, espero que você não empreste dinheiro a ela.Ela não queria mais ligar para Isabelly.Agora, só de ouvir a voz dela, Sílvia sentia um frio nos ossos.Então, só podia procurar Marcos.Marcos, claramente indiferente, soltou um leve hum, sua atitude sendo ambígua.No entanto, justo quando Sílvia estava prestes a desligar, ele de repente mencionou: - Você parece ter esquecido que o Yago vai
O avô de Sílvia não estava se sentindo bem. Ele olhava para ela com os olhos semiabertos e demorou um bom tempo até conseguir montar uma segunda frase. O diretor, que observava a cena à distância, sussurrou para Sílvia:- Desde que seu avô acordou, tem chamado seu nome incessantemente.Sílvia ajeitou o cobertor sobre o avô e falou com doçura:- Descanse agora, amanhã poderemos conversar sobre tudo.Contudo, o avô segurou sua mão com firmeza, se recusando a soltá-la. Lágrimas emergiram dos cantos de seus olhos enquanto ele, se esforçando para sorrir, disse:- Sílvia, você enfrentou muitas injustiças.Sua voz era lenta, cada palavra um esforço para clareza.Sílvia permaneceu em silêncio, incerta sobre o que dizer.A mão do avô, ainda conectada ao soro, tentou alcançar a cabeça de Sílvia, mas, sem forças, caiu antes de completar o gesto.Já era onze da noite e os corredores do hospital estavam quietos e vazios.Sílvia permaneceu um momento no corredor antes de deixar o setor de interna
Sílvia parou por um momento e, logo em seguida, levantou a perna para entrar.Quando Marcos ouviu a voz de Dora, ele já tinha voltado seu olhar.Seus olhos escuros se fixaram em Sílvia, e, após um momento, com um tom de voz carregado de ironia, soltou uma risada com deboche:- Vindo só agora?Sílvia hesitou, baixou os cílios e falou suavemente:- Desculpe, foi culpa minha, um assunto urgente me atrasou.Seu tom era tranquilo e sua atitude, sincera, porém Marcos não se deixou convencer.Ele soltou um riso frio, e, em seu olhar indiferente e sem emoção, transpareceu um vislumbre de desprezo ao dizer:- Você sempre tem emergências, não é? Na última vez foi sua mãe, e agora, quem é? Seu pai?Sílvia manteve os lábios apertados, sem responder.Após um breve silêncio, falou novamente com uma voz suave:- Quando o diretor chega?Marcos a olhou, com uma voz calma:- Você está bem informada.Mas, independentemente do que Marcos dissesse, ele ainda levou Sílvia consigo quando João chegou.João, a