No momento em que Sílvia se sentiu como se estivesse pregada no chão, ela queria se mover, mas não conseguia. Ao final, só pôde ouvir Isabelly chamando seu nome com uma voz rouca.- Sílvia, rápido, afaste Bianca!Yago, que estava a desferir socos em Isabelly, parou de repente ao ouvir sua voz, se virando para olhar para Sílvia com um olhar feroz em seus olhos turvos.Ele falou maliciosamente para Sílvia:- Você é a filha dessa desgraçada, não é?Sílvia, já tendo recuperado a consciência, recuou discretamente alguns passos, mas Yago já havia soltado Isabelly e vinha em sua direção.Yago não era muito alto, mas era forte e muito bravo.Ele cuspiu no chão duas vezes:- Da última vez você teve sorte, não te encontrei, mas agora que veio para a Cidade H, é melhor me pagar logo!Sua voz era alta, e com os gritos de Isabelly, muitas pessoas que vieram assistir à confusão cercavam Sílvia, que quase não tinha como escapar, apenas podendo ver Yago se aproximando.Ela falou com a voz trêmula, te
Sílvia, vendo a cena, sentiu seus dedos gelarem.Ela, lentamente, encontrou sua voz e perguntou em voz baixa: - Você simplesmente...Se engasgou, incapaz de continuar, sem encontrar as palavras para descrever o ocorrido.Isabelly soltou a mão de Bianca, olhando para Sílvia com esperança, implorando:- Sílvia.Sílvia desviou o olhar, inspirou profundamente e estava prestes a falar, quando Félix, ao seu lado, disse com desdém:- Tia, o responsável por chamar a polícia fui eu. Por que você está a incomodá-la?Isabelly ficou atônita por um momento, hesitou e mudou seu olhar para Félix. Ela acabara de ser jogada ao chão por Yago, agora com seus cabelos e roupas em desalinho.Esfregou as mãos e, num tom amargo, disse:- Você, você pode falar com a polícia, pedir para que não levem meu marido?Félix e Marcos trocaram olhares. Marcos ficou calado, com o rosto impassível.Félix franziu a testa, olhando para Isabelly com desaprovação:- Seu marido estava ferindo alguém intencionalmente. Você
O rosto de Sílvia também não estava nada bem, ela lentamente acenou com a cabeça:- Há algo acontecendo aqui.Sua voz estava rouca, soando também muito cansada.Contudo, o olhar de Juliana se tornou ainda mais cauteloso, e ela sorriu forçadamente:- Então, por que não veio conosco?Sílvia realmente não tinha mais energia para lidar com as insinuações de Juliana, questionando se ela tinha vindo especialmente para encontrar Marcos.Ela pegou o copo de água e bebeu um gole antes de dizer:- Eu vim por um assunto pessoal, tirei uma folga.- É mesmo? - Juliana deu uma risada forçada e, em seguida, se virou para perguntar a Marcos. - Marcos, você terminou o que tinha que fazer?Marcos permaneceu calmo, com os olhos baixos, serenamente pegou o copo de água à sua frente:- Ainda não.Juliana franziu a testa, parecendo um pouco insatisfeita.Félix percebeu sua emoção e disse, sorrindo:- O que foi, Juliana, não gosta da Cidade H?Juliana rapidamente acenou com a mão, mas logo depois expressou u
Sílvia abriu a boca, mas não sabia o que dizer.Marcos olhou ela de cima, com um leve resmungo nasal:- Não superestime sua posição no coração dos outros.- Marcos? - Ele acabara de falar, quando a voz de Juliana chegou por trás dele.Ela surgiu da esquina, seu olhar se fixou em Sílvia e, com uma voz suave, perguntou:- Sílvia, por que você não entrou na cabine? Estamos todos à sua espera.Ela tentou discernir se o olhar de Marcos era de procura, enquanto Sílvia comprimia os lábios, tentando ocultar suas emoções:- Acabei de chegar.- Eu pensei que você não voltaria. - Juliana disse, lançando um olhar novamente para Marcos, com uma curiosidade pouco velada.Sílvia sabia que estava pensando demais, mas também não dispunha de energia para esclarecer nada, se limitando a dizer que voltaria à cabine para buscar sua bolsa.Contudo, antes que pudesse ir, Félix se aproximou, segurando a bolsa de Sílvia.Ele pareceu surpreso ao vê-la e então entregou a ela a bolsa:- Desculpe, pensei que você a
Marcos tinha esses amigos principalmente porque Sílvia, no início, queria compreender os gostos e movimentos de Marcos, adicionando-os à sua lista.Poucos eram aqueles com quem ela realmente mantinha conversas sérias.Sílvia deslizou a tela por algum tempo e, finalmente, clicou na página de Francisco, clicando em deletar.Ela não conseguia dormir; sua cabeça doía terrivelmente. Decidiu, então, se sentar e se recostar na cabeceira da cama, deletando essas pessoas de seu círculo, uma a uma, antes de colocar o celular de lado, se preparando para descansar.No entanto, assim que o colocou de lado, o celular tocou novamente.Era uma chamada de Marcos.Sílvia hesitou por um instante antes de atender:- O que...?Não terminou a frase, sendo interrompida por Marcos, com uma voz fria:- Em que hotel você está?Sílvia, com a mente lenta, forneceu a ela o endereço assim que foi questionada, e antes que pudesse perceber, Marcos já havia desligado.Quando a campainha soou, Sílvia tinha acabado de
Às cinco e meia da manhã, na sala de emergência, havia poucas pessoas. Sílvia foi chamada para a sala de consulta logo após se registrar.Ela, que havia tido uma febre baixa durante o dia, se encontrava agora com febre alta, de quarenta graus, e uma infecção respiratória, o que explicava sua tosse severa.O médico, sem dizer uma palavra, prescreveu uma infusão e entregou a prescrição a Marcos, solicitando que ele pagasse e buscasse os medicamentos.Sílvia tentou ir por conta própria, mas mal havia estendido a mão quando Marcos pegou a prescrição, lançando a ela um olhar e disse, sem emoção:- Espere aqui.A enfermeira conduziu Sílvia ao local da infusão, onde, por ser uma emergência, havia apenas um longo banco para sentar e repousar.Marcos retornou rapidamente, carregando duas garrafas de medicamento. Ele, que odiava o cheiro do hospital, passou os itens para a enfermeira e saiu.Enquanto a enfermeira preparava a agulha para Sílvia, perguntou:- Ele é seu namorado?Sílvia hesitou p
Sílvia segurava o celular em silêncio, enquanto Isabelly pensava que ela não queria ir.Incapaz de se conter, Isabelly falou com ansiedade:- Mãe, eu realmente quero apenas preparar algo gostoso para você comer. Sei que o trabalho tem sido árduo, e reconheço que fui impulsiva ao dizer aquilo ontem. Sílvia, você ainda está zangada comigo? Posso me desculpar, por favor?Ao final, a voz de Isabelly carregava um tom de choro.Sílvia fechou os olhos, e disse de forma entorpecida:- Estou no hospital.Isabelly se surpreendeu:- Como assim, no hospital? Quer que eu leve a comida até lá?A preocupação em sua voz parecia genuína. Sílvia hesitou, mas acabou dizendo:- Não é nada grave.- Sílvia, espera por mim. Vou levar Bianca ao hospital agora mesmo. - Isabelly falava enquanto, de fato, começava a se preparar, e Sílvia podia ouvir o som de seus preparativos.De repente, a voz suave de Juliana ecoou atrás dela:- Marcos, você poderia me acompanhar para fazer o registro?Os olhos de Sílvia baixa
Depois de confirmar que Bianca estava bem, Isabelly finalmente se virou para olhar para Sílvia. Ao ver a sopa derramada na manga de Sílvia, ela ficou surpresa por um momento e, em seguida, em pânico, pegou dois lenços de papel para tentar limpar, dizendo: - Ai, como posso ser tão desastrada?Sílvia a interrompeu:- Não tem problema, só preciso trocar de roupa quando chegar em casa.Isabelly olhou para ela e, com cuidado, perguntou: - Essa sua roupa é muito cara, não é?Sílvia pausou por um momento antes de responder:- Você não me chamou aqui para jantar?Isabelly havia preparado sopa, costeletas de porco com chouriço, chanfana e vegetais.Enquanto alimentava Bianca, ela também conversava com Sílvia: - Coma bastante. Normalmente não compramos carne de cordeiro em casa; minha mãe comprou especialmente para você, ela foi ao mercado bem cedo.Sílvia, que acabara de se recuperar de uma febre alta, realmente não conseguia comer nada.Ela pegou um pouco dos vegetais e, após ouvir as pala