Emanuel tinha certeza disso e acreditava firmemente que Sílvia, uma pessoa tão orgulhosa, jamais estaria disposta a perder a face.Havia um tom involuntário de orgulho em sua voz.- Claro, se quiser verificar, ainda tenho algumas aqui. Pode levar todas.Era uma ameaça clara. Sílvia olhava para o rosto hipócrita de Emanuel, não conseguindo esconder seu desprezo.A mão que ela mantinha sob a mesa estava fechada em um punho, mas ainda assim, com um resquício de racionalidade, ela perguntou:- Então foi você quem tirou as fotos secretamente?As sobrancelhas de Emanuel se mexeram, ele se serviu de um vinho com tranquilidade e, em seguida, empurrou o copo em direção a Sílvia.- Isso importa? Quem se importa com a verdade hoje em dia?- Então, o que você quer fazer?Emanuel tirou os óculos, olhando para Sílvia com um sorriso contente. Tentou pegar a mão dela novamente. Com uma voz melosa e repugnante, disse;- Por que se dar ao trabalho? Você sabe que, desde o seu início no Grupo LH, eu te
Ana estava diante da mesa de trabalho, observando a expressão sombria de Marcos, se sentindo um tanto nervosa.- Presidente Marcos, há algum problema com o contrato?Ele havia vindo entregar o contrato, no entanto, após Marcos receber uma mensagem, sua expressão se tornou instantaneamente sombria.Ana estava incerta quanto à atitude de Marcos e disse, hesitante:- Na verdade, a questão dessa exposição ainda não foi concluída, o Grupo LH pode muito bem desistir se assim desejar.O contrato, enviado pela Oficina dos Sonhos, passou pelo responsável de lá e chegou até Marcos. Se não houvesse nenhum problema, o contrato poderia ser assinado sem preocupações.Marcos não disse nada, sua testa estava marcada por uma tensão sombria, e após um momento, ele conseguiu suprimir aquele ar gelado.Mas, em vez de olhar para o contrato que Ana havia trazido, se levantou com uma voz fria e perguntou:- Aqueles dados que você foi encarregada de encontrar, onde estão?- O Grupo WK surgiu inesperadamente,
Acompanhada de Juliana, estava também uma gerente de outro departamento, com quem Sílvia já tinha interagido no passado. Ao ouvir as palavras de Juliana, a expressão da gerente se tornou um tanto constrangida, mas ela não ousou dizer nada. Afinal, os assuntos envolvendo Juliana, Sílvia e Marcos ainda eram motivo de conversa entre os colegas da empresa.Assim que Juliana terminou de falar, seu queixo se ergueu levemente, uma expressão de orgulho mal escondido brilhando em seus olhos.- Sílvia, estou certa ou não?Sílvia sabia que, ao chegar ao Grupo LH, certamente ouviria comentários desagradáveis, mas os assuntos do estúdio eram mais importantes, ela não podia se dar ao luxo de se preocupar com isso. Ela levantou ligeiramente as pálpebras, com um tom de voz sereno:- É assim que a Secretária Juliana trata os convidados agora?Juliana franziu a testa, mas Sílvia já estava olhando para a recepcionista ao lado.- Marquei um encontro com a Secretária Melissa. Pode verificar, por favor?
O ar no escritório ficou levemente tenso, e Sílvia tremeu as pálpebras antes de dizer lentamente: - Não se trata de negociar condições, mas de discutir amigavelmente uma questão de cooperação. Marcos levantou ligeiramente os cílios, sua expressão carregava um frio quase imperceptível. - Negociar? Sílvia, eu já recusei. Ou você esqueceu? - Marcos olhou para ela sem expressão. - Eu nunca volto atrás das coisas que descarto. Assim que Marcos terminou de falar, a respiração de Sílvia ficou um pouco suspensa. Marcos descartou? Dentro do Estúdio Estrela Ardente, o que mais poderia ser descartado por Marcos? Ela sentiu um aperto no coração por um momento e demorou um pouco antes de começar a recolher os materiais que levou. - Desculpe, Presidente Marcos, eu te incomodei. O olhar frio de Marcos caiu sobre ela, seus lábios finos apertados, a linha da mandíbula claramente visível, envolto em uma aura sutilmente fria. Ele disse com escárnio: - Tão desesperada seguindo Enrico
- Presidente Marcos, o Grupo YD e o Grupo GX sempre mantiveram uma excelente relação de cooperação, e desta vez, a família Botelho veio até nós para renovar o contrato com o Grupo YD.Ana folheava os materiais que havia coletado, relatando detalhadamente a Marcos:- Se o Presidente Breno estiver disposto a intermediar por nós, é provável que a família Botelho nos conceda este prestígio.- O Grupo YD e o Grupo LH cooperaram no ano anterior? - Perguntou Marcos.- Sim, foi no projeto do ano anterior.Marcos acenou com a cabeça, sem mais nada dizer. Ana, ao seu lado, também permanecia em silêncio, olhando para o rosto inexpressivo de Marcos, parecia hesitar em falar.Antes, o trabalho de Ana era apenas verificar a situação nas diversas empresas, quem normalmente acompanhava Marcos em encontros com clientes era Sílvia.No entanto, agora que Sílvia se foi, era ela quem precisava assumir o papel.Mas, sendo honesta, realmente tinha dificuldade em compreender os pensamentos de Marcos.Ana sus
Passos firmes e calmos ecoavam com especial clareza no ambiente tranquilo. Sílvia sentiu seu coração acelerar e levantou os olhos.Marcos era seguido por Ana e um homem de meia-idade com uma expressão fria, que lançava olhares rápidos entre Sílvia e Emanuel.Emanuel, ao escutar subitamente a voz de Marcos, parou de súbito.- Sr. Emanuel, que refinado interesse. - Disse Marcos, seu olhar finalmente se fixando em Emanuel, com uma voz marcada pela indiferença. - Parece que tem passado muito bem recentemente, não?Sílvia, recuperando a compostura, apertou a borda de sua roupa para se acalmar antes de olhar novamente para Marcos.Ela estava um tanto confusa sobre o motivo de Marcos estar ali.Contudo, Marcos, percebendo seu olhar, direcionou seus olhos escuros a ela, com uma emoção ambígua em sua voz, embora levemente zombeteira:- Sílvia, você realmente me surpreendeu.A "surpresa" mencionada não era algo positivo.Sílvia mordeu o lábio, prestes a falar, quando Emanuel, ao seu lado, reagi
Enrico franziu ligeiramente a testa.- Presidente Marcos está tão à vontade porque não há nada para fazer na empresa?A tensão entre os dois era palpável, e Sílvia sentiu uma pontada na têmpora. Ela estendeu a mão e segurou Enrico.- Vamos parar por aqui, Íris e os outros devem estar nos esperando. Vamos até lá.Ela agarrou a manga de Enrico e, ao falar, deu uma leve sacudida. A postura inicialmente fria de Enrico gradualmente se suavizou, e ele olhou para Sílvia, respondendo:- Certo.Ele, então, olhou para Marcos, com um tom indiferente, disse:- Por favor, Presidente Marcos, conceda nos licença.Marcos tinha um olhar gelado e fixo de maneira nem leve nem pesada na mão de Sílvia agarrando a manga de Enrico.Sílvia conhecia o temperamento de Marcos e não queria incomodá-lo mais. Sem esperar que Marcos desse espaço, ela puxou Enrico pela mão em direção ao sinal ao lado, caminhando para dentro do pinhal.Atravessando esse pinhal, também se podia chegar à área de descanso.Enrico se d
Sílvia apertou o celular.- Vou sair para atender uma ligação. - Disse ela, saindo da Mansão ainda com o celular à mão.O telefone ainda tocava, uma chamada da Cidade H, de um número desconhecido. Sílvia podia imaginar quem era.De fato, ultimamente, recebia chamadas da Cidade H todos os dias. No começo era Isabelly, depois que Sílvia a bloqueou, outros números começaram a ligar.Na caixa de mensagens, havia uma pilha de textos de números diferentes, alguns a insultando por ser uma filha ingrata, outros pedindo que ela atendesse ao telefone e o mais recente ameaçava que ela se arrependeria se não atendesse.Sílvia atendeu a chamada. Após um breve silêncio, se ouviu a voz sinistra de Yago:- Sílvia, finalmente decidiu atender o telefone, hein?- Já disse para Isabelly não me procurar mais.Yago soltou uma risada sarcástica.- Só porque você disse para não contatar, ela vai obedecer? Ela é sua mãe, por que não deveria te procurar? Você é tão ingrata que nem se importa com sua própria m