A atmosfera constrangedora não durou muito. Logo, amigos vieram cumprimentar Jorge, amenizando o clima.Sílvia, agora, estava numa situação difícil, sem saber se deveria ficar ou ir. Restou a ela, então, voltar a se sentar no sofá.Os dois homens ricos ao lado perceberam que Sílvia não estava de bom humor e, sem demorar muito, se dirigiram para outro canto.O ruído voltou a preencher o camarote, e, quando Bruna chegou com um copo de bebida, Sílvia se distraía olhando para o celular.Bruna se sentou ao seu lado e disse:- Sílvia, eles estão jogando cartas lá. Por que você não vai jogar também? Aliás, como o Enrico ainda não subiu?As luzes do camarote, agora sombrias, ocultavam a expressão no rosto de Sílvia.Ela respondeu com voz baixa:- Vocês joguem, está bom.Ela não tinha jantado e segurava a raiva desde a tarde. Agora, seu estômago finalmente começava a doer.Percebendo que ela realmente não estava interessada, Bruna não insistiu mais e foi procurar outra companhia para se dive
A financeirização de obras de arte ainda não é muito popular atualmente, portanto, existem muitas oportunidades de apoio disponíveis.Sílvia olhou para Marcos e teve que admitir que Marcos realmente possuía uma sensibilidade comercial notável.Mas, de fato, se ele não fosse excepcional, também não teria conseguido salvar o Grupo LH.Após Marcos terminar de falar, ele bateu levemente com os dedos na mesa, adotando um tom de voz indiferente:- Quem irá para o Museu Cultural Nator?O Museu Cultural Nator é um museu de arte e relíquias tradicionais, muito renomado.- Eu quero tentar. - Disse Sílvia, colocando a caneta que segurava, com uma voz calma.Ela era do secretariado e seu trabalho na sala de reuniões era apenas registrar o conteúdo das reuniões. Marcos olhou para ela e, sem pensar duas vezes, recusou:- Este projeto não é para você tentar.Marcos recusou diretamente, e Sílvia movimentou levemente os cantos dos lábios, sem dizer mais nada.No entanto, até o final da reunião, ainda
A luminosidade do celular diminuía lentamente, enquanto os dedos de Sílvia, repousados sobre a mesa, estavam frios como gelo.Ela jamais havia marcado um exame de saúde por conta própria.A expressão em seu rosto quase se descontrolou, e seu corpo tremia, incapaz de se segurar.Um aviso de exame médico fez com que ela percebesse quão ridícula e trágica se encontrava.- Sílvia, tenho uma pergunta para te fazer. - Justamente quando Juliana se aproximou com um pequeno monte de documentos, Sílvia levantou os olhos para encará-la.A expressão de Sílvia estava péssima, e mesmo sob maquiagem pesada, se podia notar seu mau humor.Contudo, Juliana parecia não notar, colocando os documentos que trazia nas mãos à frente de Sílvia e disse em tom baixo: - Sílvia, as especificações aqui não estão muito claras. Como devo organizá-las?Sílvia olhou para os documentos e, após um momento, respondeu de maneira fria: - Você não tem mãos ou nunca aprendeu a pesquisar por conta própria na internet?Julian
Marcos e Paulo conversavam animadamente, trocando frases claras e entendendo perfeitamente o que o outro queria expressar.Sílvia se mantinha em silêncio até que Paulo, ao notar o porta-documentos que ela segurava, manifestou sua surpresa com um “Hmm” e indagou:- Sílvia, você já se interessara anteriormente pelo nosso Museu Cultural Nator?O objeto em questão nas mãos de Sílvia era um catálogo de obras de arte do Museu Cultural Nator, cuja capa ostentava uma série menos conhecida de alguns anos atrás.Paulo demonstrou interesse, comentando:- Essa série de obras, embora não seja popular ou considerada patrimônio histórico, se constituiu apenas como uma inspiração de um pequeno estúdio vinculado à nossa instituição naquela época e nunca alcançou grande popularidade. - Ele pausou antes de continuar. - Como tomou conhecimento dela, Sílvia?Surpreendida pela pergunta, Sílvia simplesmente retirou o catálogo e o depositou sobre a mesa, explicando:- De fato, eu havia me informado sobre o Mu
Juliana ficou momentaneamente pálida sob o olhar de Sílvia, sabendo dos muitos rumores a seu respeito dentro do Grupo LH, embora ninguém ousasse mencioná-los diretamente.No entanto, Júlia e Sílvia conversaram abertamente, deixando Juliana com uma expressão extremamente desagradável no rosto.Sílvia, percebendo a mudança na expressão dela, lentamente desviou o olhar.Justo quando o elevador chegou ao térreo, piscou, ergueu a perna e saiu.O que ela não esperava era encontrar Marcos assim que saiu do prédio.Ele parecia ter acabado de voltar do Museu Cultural Nator, com uma expressão fria e a mandíbula tensa.Ao ver Sílvia, seus olhos escuros se fixaram nela, claramente de mau humor.Ela, sentindo que não era a causa de sua irritação, estava prestes a passar por ele quando escutou passos se aproximando, seguidos pela voz extremamente magoada de Juliana: - Marcos.Agora, fora da empresa, Juliana correu até ele, talvez intencionalmente, esbarrando em Sílvia pelo caminho.Sílvia, usando s
- Silvia! - Exclamou o avô, já idoso, mas com a mente ainda lúcida.Apesar de Silvia ter explicado que ela e Marcos já não estavam juntos há muito tempo, ele ainda mantinha uma resistência subconsciente à ideia de deixar que Silvia e Marcos se reencontrassem.Ele reconhecia que Marcos era um bom rapaz, mas temia que pudesse fazer Silvia infeliz.Com o aumento súbito do tom de voz, o avô começou a tossir levemente, e Silvia prontamente se levantou para ajudá-lo a se acalmar.O avô, aos poucos, controlou a tosse e fez um gesto com a mão:- Volte, não quero comer nada agora.Silvia assentiu, pronta para ajudar o avô a se levantar.Entretanto, a sopa de peixe que haviam encomendado chegou, entregue pessoalmente por Aurora.Ela os saudou calorosamente:- Sr. Gustavo, Silvia! Já faz vários anos que não os vejo por aqui, não é? Estava pensando em vir cumprimentá-los!Aurora tinha uma boa relação com os avós de Silvia.Olhou para Silvia e sorriu:- Como Silvia cresceu! Da última vez que a vi,
A voz desleixada do homem enfraqueceu, mas Sílvia sentiu como se seu coração fosse brutalmente agredido, a ponto de ela perder o fôlego por um momento.Ela olhou para Marcos, sem acreditar, com os dedos pressionando o armário tão firmemente que suas articulações começaram a embranquecer.Sílvia experimentou um zumbido nos ouvidos, como se sua cabeça estivesse em vibração.Ela não compreendia.Não conseguia assimilar como Marcos podia pronunciar tais palavras.Mesmo que ele não nutrisse sentimentos por ela, mesmo estando cansado dela, não lhe cabia agir dessa maneira.Uma náusea ascendeu à sua garganta, e a cor começou a esvair do rosto de Sílvia. Ela se inclinou levemente, tentando mitigar a sensação desconfortável.Marcos permanecia ali, trajando um terno preto formal, com os botões da camisa cuidadosamente fechados até o último, seus olhos escuros se fixavam em Sílvia, olhando para baixo.Era impossível decifrar o que se passava em sua mente, com aquele olhar profundo e enigmático.
- Juliana, você não sabe o que pode e o que não pode dizer? - Sílvia falou com um tom levemente frio.A maioria das pessoas do Grupo LH sabia que ela estava sob um contrato de não concorrência, mas Juliana estava espalhando que ela tinha sido recrutada por outra empresa.Quem faz isso ou é burro ou está fazendo de propósito.Juliana ficou assustada com o tom severo de Sílvia, mordeu os lábios, um pouco em pânico, e disse: - Sílvia, eu não quis dizer nada com isso, é só que...Ela pareceu não saber como continuar, então simplesmente baixou a cabeça, de forma submissa, parada diante de Sílvia.Dora, que estava por perto, não aguentou ver aquilo e repreendeu Juliana: - Juliana, você falou o que não devia e agora parece que você é a vítima. Isso é certo?Sílvia também estava com uma expressão fria e disse: - Se não tem mais nada, pode voltar ao trabalho.Por causa dessa interrupção de Juliana, Sílvia estava um pouco irritada, e Marcos disse que ou ela ensinava Juliana, ou encontraria al