- Silvia! - Exclamou o avô, já idoso, mas com a mente ainda lúcida.Apesar de Silvia ter explicado que ela e Marcos já não estavam juntos há muito tempo, ele ainda mantinha uma resistência subconsciente à ideia de deixar que Silvia e Marcos se reencontrassem.Ele reconhecia que Marcos era um bom rapaz, mas temia que pudesse fazer Silvia infeliz.Com o aumento súbito do tom de voz, o avô começou a tossir levemente, e Silvia prontamente se levantou para ajudá-lo a se acalmar.O avô, aos poucos, controlou a tosse e fez um gesto com a mão:- Volte, não quero comer nada agora.Silvia assentiu, pronta para ajudar o avô a se levantar.Entretanto, a sopa de peixe que haviam encomendado chegou, entregue pessoalmente por Aurora.Ela os saudou calorosamente:- Sr. Gustavo, Silvia! Já faz vários anos que não os vejo por aqui, não é? Estava pensando em vir cumprimentá-los!Aurora tinha uma boa relação com os avós de Silvia.Olhou para Silvia e sorriu:- Como Silvia cresceu! Da última vez que a vi,
A voz desleixada do homem enfraqueceu, mas Sílvia sentiu como se seu coração fosse brutalmente agredido, a ponto de ela perder o fôlego por um momento.Ela olhou para Marcos, sem acreditar, com os dedos pressionando o armário tão firmemente que suas articulações começaram a embranquecer.Sílvia experimentou um zumbido nos ouvidos, como se sua cabeça estivesse em vibração.Ela não compreendia.Não conseguia assimilar como Marcos podia pronunciar tais palavras.Mesmo que ele não nutrisse sentimentos por ela, mesmo estando cansado dela, não lhe cabia agir dessa maneira.Uma náusea ascendeu à sua garganta, e a cor começou a esvair do rosto de Sílvia. Ela se inclinou levemente, tentando mitigar a sensação desconfortável.Marcos permanecia ali, trajando um terno preto formal, com os botões da camisa cuidadosamente fechados até o último, seus olhos escuros se fixavam em Sílvia, olhando para baixo.Era impossível decifrar o que se passava em sua mente, com aquele olhar profundo e enigmático.
- Juliana, você não sabe o que pode e o que não pode dizer? - Sílvia falou com um tom levemente frio.A maioria das pessoas do Grupo LH sabia que ela estava sob um contrato de não concorrência, mas Juliana estava espalhando que ela tinha sido recrutada por outra empresa.Quem faz isso ou é burro ou está fazendo de propósito.Juliana ficou assustada com o tom severo de Sílvia, mordeu os lábios, um pouco em pânico, e disse: - Sílvia, eu não quis dizer nada com isso, é só que...Ela pareceu não saber como continuar, então simplesmente baixou a cabeça, de forma submissa, parada diante de Sílvia.Dora, que estava por perto, não aguentou ver aquilo e repreendeu Juliana: - Juliana, você falou o que não devia e agora parece que você é a vítima. Isso é certo?Sílvia também estava com uma expressão fria e disse: - Se não tem mais nada, pode voltar ao trabalho.Por causa dessa interrupção de Juliana, Sílvia estava um pouco irritada, e Marcos disse que ou ela ensinava Juliana, ou encontraria al
Antes de ter tempo para pensar em mais alguma coisa, Sílvia se apressou a voltar para o sanatório.O diretor e os cuidadores estavam à porta do quarto do avô, e só relaxaram quando viram Sílvia se aproximar. O diretor disse:- O Sr. Gustavo levou a filha para dentro. - Ele fez uma pausa antes de continuar. - No início, podíamos ouvir a senhora chorar e gritar; ficamos receosos de que o Sr. Gustavo ficasse muito agitado, por isso a chamamos imediatamente.Quando o avô foi despedido do hospital na última vez, o médico o advertiu repetidamente para que não se deixasse agitar novamente.Sílvia olhou seriamente para o diretor, antes de ela mesma avançar e bater na porta.Ninguém respondeu.Sílvia disse:- Avô, sou eu.De repente, um som de tosse abafada do avô veio de dentro, um pouco apressada.Sílvia ficou pálida e aumentou o tom de sua voz:- Isabelly, se tem algo a dizer, diga diretamente a mim!Ruídos confusos vieram de dentro do quarto, e então a porta se abriu. O avô estava apoiado
Juliana falou baixinho:- Sílvia, eu só queria oferecer um café da manhã para todos no escritório, parece que ultimamente todos estão se esforçando muito. Ontem, ouvi Melissa dizer que estava tão ocupada que nem teve tempo para tomar café da manhã, foi por isso que comprei. - Juliana fez uma pausa antes de continuar. - Desculpe, Sílvia, não voltarei a fazer isso.Melissa, que foi mencionada, é uma funcionária de longa data da secretaria, e imediatamente interveio:- Juliana, você é tão atenciosa. Sílvia, por favor, não repreenda ela; a garota é tão cheia de energia.Sílvia olhou para o café em sua mesa, percebendo que Melissa estava defendendo Juliana.Ela abaixou os olhos e ficou em silêncio.Juliana distribuiu o café, colocando uma xícara na frente de cada colega, incluindo Sarah e os demais.Dora também recebeu uma xícara de café, aceitando a gentileza, o que fez com que ela não encontrasse mais motivos para criticar Juliana.Essas manobras no local de trabalho, Sílvia, depois de ta
- Quem te deu permissão para entrar em contato com o Dario? - Ainda não era hora de sair do trabalho quando Sílvia aumentou o tom de sua voz de repente, claramente irritada.Juliana ficou um pouco desesperada, sem saber o que fazer, e falou baixinho:- O Presidente Dario já nos havia convidado para colaborar, Sílvia. Por que você não quer aceitar? - Suas palavras mal saíam enquanto seus olhos começavam a se encher de lágrimas, e sua voz estava carregada de mágoa. - Sílvia, eu sei que você pensa que o Presidente Marcos não te levou para encontrar o Presidente Dario, mas me escolheu, e por isso você não confia em mim. Mas eu realmente acho que deveríamos tentar.O escritório, que já havia silenciado devido ao súbito acesso de raiva de Sílvia, ouviu claramente o que Juliana disse.Embora Juliana tenha se expressado de maneira suave, sua mensagem foi clara.Ela estava dizendo que Sílvia estava agindo contra ela por não gostar dela.Sílvia fez uma pausa por um momento antes de finalmente ab
Seu olhar recaiu sobre Sílvia, como se tentasse ver através dela. Sílvia beliscou a palma da mão e falou com voz profunda:- Eu já tinha planos com o Paulo esta noite. Se achas que devo abandonar o Paulo para me encontrar com o Presidente Dário, então não tenho mais o que dizer.- Acha que o Dário, aqui deitado agora, ainda consideraria trabalhar com o Grupo LH? - Marcos estava furioso, sua tez escura e seu tom ao mesmo tempo duro e agressivo.Juliana ainda estava ao lado, com a cabeça baixa, perdida em pensamentos.Sílvia fechou os olhos, prestes a falar novamente, quando uma enfermeira se aproximou:- O paciente no leito 32 acordou.O leito 32 era o de Dário. Marcos entrou, seguido de perto por Sílvia.Dário descansava na cama do hospital, pálido. Ele olhou para Marcos, gestualizando silenciosamente:- Presidente Marcos, parece que o Museu Cultural Nator e o Grupo LH realmente não são bons parceiros para colaboração.Essa declaração era quase uma declaração da impossibilidade de c
Antes de voltar ao escritório, Sílvia fez uma pausa na área do bebedouro para pegar um copo de água quente, a fim de aquecer o estômago, pois se sentia um pouco indisposta.Ao se aproximar da porta do escritório, escutou barulhos e conversas elevadas vindas de dentro, como se algo estivesse ocorrendo.Sílvia hesitou por um instante antes de adentrar, mas, ao fazê-lo, o ruído parou imediatamente, e o escritório mergulhou em um silêncio estranho.Ela pausou, indiferente à mudança de comportamento das pessoas ao seu redor, e se dirigiu diretamente à sua estação de trabalho. Chamou Dora e lhe entregou um relatório que estava sobre a mesa:- Verifique os dados e, se estiver tudo correto, encaminhe ao departamento financeiro.Dora parecia ter algo a dizer, mas hesitou antes de finalmente encarar Sílvia, que ergueu as sobrancelhas em um gesto interrogativo.- Você viu o grupo da empresa? - Perguntou Dora.Havia dezenas de grupos internos na LH Group.- Que grupo? O que aconteceu? - Indagou S