A luminosidade do celular diminuía lentamente, enquanto os dedos de Sílvia, repousados sobre a mesa, estavam frios como gelo.Ela jamais havia marcado um exame de saúde por conta própria.A expressão em seu rosto quase se descontrolou, e seu corpo tremia, incapaz de se segurar.Um aviso de exame médico fez com que ela percebesse quão ridícula e trágica se encontrava.- Sílvia, tenho uma pergunta para te fazer. - Justamente quando Juliana se aproximou com um pequeno monte de documentos, Sílvia levantou os olhos para encará-la.A expressão de Sílvia estava péssima, e mesmo sob maquiagem pesada, se podia notar seu mau humor.Contudo, Juliana parecia não notar, colocando os documentos que trazia nas mãos à frente de Sílvia e disse em tom baixo: - Sílvia, as especificações aqui não estão muito claras. Como devo organizá-las?Sílvia olhou para os documentos e, após um momento, respondeu de maneira fria: - Você não tem mãos ou nunca aprendeu a pesquisar por conta própria na internet?Julian
Marcos e Paulo conversavam animadamente, trocando frases claras e entendendo perfeitamente o que o outro queria expressar.Sílvia se mantinha em silêncio até que Paulo, ao notar o porta-documentos que ela segurava, manifestou sua surpresa com um “Hmm” e indagou:- Sílvia, você já se interessara anteriormente pelo nosso Museu Cultural Nator?O objeto em questão nas mãos de Sílvia era um catálogo de obras de arte do Museu Cultural Nator, cuja capa ostentava uma série menos conhecida de alguns anos atrás.Paulo demonstrou interesse, comentando:- Essa série de obras, embora não seja popular ou considerada patrimônio histórico, se constituiu apenas como uma inspiração de um pequeno estúdio vinculado à nossa instituição naquela época e nunca alcançou grande popularidade. - Ele pausou antes de continuar. - Como tomou conhecimento dela, Sílvia?Surpreendida pela pergunta, Sílvia simplesmente retirou o catálogo e o depositou sobre a mesa, explicando:- De fato, eu havia me informado sobre o Mu
Juliana ficou momentaneamente pálida sob o olhar de Sílvia, sabendo dos muitos rumores a seu respeito dentro do Grupo LH, embora ninguém ousasse mencioná-los diretamente.No entanto, Júlia e Sílvia conversaram abertamente, deixando Juliana com uma expressão extremamente desagradável no rosto.Sílvia, percebendo a mudança na expressão dela, lentamente desviou o olhar.Justo quando o elevador chegou ao térreo, piscou, ergueu a perna e saiu.O que ela não esperava era encontrar Marcos assim que saiu do prédio.Ele parecia ter acabado de voltar do Museu Cultural Nator, com uma expressão fria e a mandíbula tensa.Ao ver Sílvia, seus olhos escuros se fixaram nela, claramente de mau humor.Ela, sentindo que não era a causa de sua irritação, estava prestes a passar por ele quando escutou passos se aproximando, seguidos pela voz extremamente magoada de Juliana: - Marcos.Agora, fora da empresa, Juliana correu até ele, talvez intencionalmente, esbarrando em Sílvia pelo caminho.Sílvia, usando s
- Silvia! - Exclamou o avô, já idoso, mas com a mente ainda lúcida.Apesar de Silvia ter explicado que ela e Marcos já não estavam juntos há muito tempo, ele ainda mantinha uma resistência subconsciente à ideia de deixar que Silvia e Marcos se reencontrassem.Ele reconhecia que Marcos era um bom rapaz, mas temia que pudesse fazer Silvia infeliz.Com o aumento súbito do tom de voz, o avô começou a tossir levemente, e Silvia prontamente se levantou para ajudá-lo a se acalmar.O avô, aos poucos, controlou a tosse e fez um gesto com a mão:- Volte, não quero comer nada agora.Silvia assentiu, pronta para ajudar o avô a se levantar.Entretanto, a sopa de peixe que haviam encomendado chegou, entregue pessoalmente por Aurora.Ela os saudou calorosamente:- Sr. Gustavo, Silvia! Já faz vários anos que não os vejo por aqui, não é? Estava pensando em vir cumprimentá-los!Aurora tinha uma boa relação com os avós de Silvia.Olhou para Silvia e sorriu:- Como Silvia cresceu! Da última vez que a vi,
A voz desleixada do homem enfraqueceu, mas Sílvia sentiu como se seu coração fosse brutalmente agredido, a ponto de ela perder o fôlego por um momento.Ela olhou para Marcos, sem acreditar, com os dedos pressionando o armário tão firmemente que suas articulações começaram a embranquecer.Sílvia experimentou um zumbido nos ouvidos, como se sua cabeça estivesse em vibração.Ela não compreendia.Não conseguia assimilar como Marcos podia pronunciar tais palavras.Mesmo que ele não nutrisse sentimentos por ela, mesmo estando cansado dela, não lhe cabia agir dessa maneira.Uma náusea ascendeu à sua garganta, e a cor começou a esvair do rosto de Sílvia. Ela se inclinou levemente, tentando mitigar a sensação desconfortável.Marcos permanecia ali, trajando um terno preto formal, com os botões da camisa cuidadosamente fechados até o último, seus olhos escuros se fixavam em Sílvia, olhando para baixo.Era impossível decifrar o que se passava em sua mente, com aquele olhar profundo e enigmático.
- Juliana, você não sabe o que pode e o que não pode dizer? - Sílvia falou com um tom levemente frio.A maioria das pessoas do Grupo LH sabia que ela estava sob um contrato de não concorrência, mas Juliana estava espalhando que ela tinha sido recrutada por outra empresa.Quem faz isso ou é burro ou está fazendo de propósito.Juliana ficou assustada com o tom severo de Sílvia, mordeu os lábios, um pouco em pânico, e disse: - Sílvia, eu não quis dizer nada com isso, é só que...Ela pareceu não saber como continuar, então simplesmente baixou a cabeça, de forma submissa, parada diante de Sílvia.Dora, que estava por perto, não aguentou ver aquilo e repreendeu Juliana: - Juliana, você falou o que não devia e agora parece que você é a vítima. Isso é certo?Sílvia também estava com uma expressão fria e disse: - Se não tem mais nada, pode voltar ao trabalho.Por causa dessa interrupção de Juliana, Sílvia estava um pouco irritada, e Marcos disse que ou ela ensinava Juliana, ou encontraria al
Antes de ter tempo para pensar em mais alguma coisa, Sílvia se apressou a voltar para o sanatório.O diretor e os cuidadores estavam à porta do quarto do avô, e só relaxaram quando viram Sílvia se aproximar. O diretor disse:- O Sr. Gustavo levou a filha para dentro. - Ele fez uma pausa antes de continuar. - No início, podíamos ouvir a senhora chorar e gritar; ficamos receosos de que o Sr. Gustavo ficasse muito agitado, por isso a chamamos imediatamente.Quando o avô foi despedido do hospital na última vez, o médico o advertiu repetidamente para que não se deixasse agitar novamente.Sílvia olhou seriamente para o diretor, antes de ela mesma avançar e bater na porta.Ninguém respondeu.Sílvia disse:- Avô, sou eu.De repente, um som de tosse abafada do avô veio de dentro, um pouco apressada.Sílvia ficou pálida e aumentou o tom de sua voz:- Isabelly, se tem algo a dizer, diga diretamente a mim!Ruídos confusos vieram de dentro do quarto, e então a porta se abriu. O avô estava apoiado
Juliana falou baixinho:- Sílvia, eu só queria oferecer um café da manhã para todos no escritório, parece que ultimamente todos estão se esforçando muito. Ontem, ouvi Melissa dizer que estava tão ocupada que nem teve tempo para tomar café da manhã, foi por isso que comprei. - Juliana fez uma pausa antes de continuar. - Desculpe, Sílvia, não voltarei a fazer isso.Melissa, que foi mencionada, é uma funcionária de longa data da secretaria, e imediatamente interveio:- Juliana, você é tão atenciosa. Sílvia, por favor, não repreenda ela; a garota é tão cheia de energia.Sílvia olhou para o café em sua mesa, percebendo que Melissa estava defendendo Juliana.Ela abaixou os olhos e ficou em silêncio.Juliana distribuiu o café, colocando uma xícara na frente de cada colega, incluindo Sarah e os demais.Dora também recebeu uma xícara de café, aceitando a gentileza, o que fez com que ela não encontrasse mais motivos para criticar Juliana.Essas manobras no local de trabalho, Sílvia, depois de ta