Capítulo 3

Rose

Estaciono o carro em frente à minha casa após mais uma jornada de trinta e seis horas de trabalho, eu estou morrendo, corri de um lado para o outro fugindo do John  igual o papa léguas fugindo do coyote. 

Ele ainda está bravo pelo que falei - a três semanas !!-

Saiu do carro e estico meus braços para cima alongando os músculos, pego a mochila e procuro a chave da porta dentro.

- Porra Lissa você não fez isso - falo já desconfiando de como minha chave sumiu 

Vou até a porta subindo na cadeira que fica na varanda e procuro no batente da porta na parte de cima onde deixo a chave reserva.

Pego o celular no bolso da calça procurando o nome da minha melhor amiga na agenda quando também não acho a chave reserva, o número chama até cair na caixa postal 

- Vasilisa Helena Vaughn, eu quero a minha chave de volta - falo um pouco alterada e volto para o carro, ela já havia falado algumas vezes que qualquer dia desses iria me forçar a sair de casa, eu não levava isso a sério, até ela me deixar do lado de fora da minha casa, depois de uma jornada de 36 horas de trabalho. 

Quando estou prestes a sair com o carro vejo uma Mercedes benz preta  estacionar ao meu lado e um homem alto com uma camisa Polo branca e jeans que ficam justos nas coxas fortes, os cabelos loiros brilham com a luz do sol refletindo e os óculos escuros cobrindo seus olhos. Ele anda até meu carro batendo na janela e abaixo o vidro o vendo tirar os óculos e me observar com aqueles lindos olhos verdes 

- Não acredito que você também está metido nisso André  - Eu resmungo sem acreditar que Lissa também colocou seu irmão no meio desse plano maluco 

- Nós estamos indo a uma balada baby e você está indo com a gente - Ele coloca o braço para dentro no carro e abre a porta segura minhas mãos me puxando para ficar em pé e me dá um mega abraço de urso - Estava com saudades de você pequena 

Eu sorrio e devolvo o seu abraço beijando sua bochecha - Também estava com saudades gigante 

Sou guiada até o carro dele e vamos em direção a Deus sabe onde. Sempre foi um desejo de Lissa, que depois de Mason eu ficasse com André mas ele é um verdadeiro libertino assumido.  Não consigo o ver casado e com filhos. E sinceramente? Nem a mim

- Eu não tenho roupas para uma balada - Eu reclamo na vaga esperança de que isso seja o suficiente para que possa ficar em casa no meu silêncio pessoal e confortável 

- Lissa pegou algo pra você - ele responde sem tirar a atenção da estrada

Eu suspiro mas faço uma nova tentativa 

- Eu estou cansada e vou acabar dormindo no meio da festa 

- Estamos indo pra uma balada que toca eletrônica e vai ter bastante energético não se preocupe - Ele ri se aproveitando do meu desespero - Não a como fugir Rose você está indo sair com a gente, estou preocupado com você - Seu tom leve muda para algo sério 

- Eu estou bem, apenas trabalho demais, residência em hospital não é fácil - Uso a desculpa padrão 

- Antes de Mason não era tão complicado - Ele repreende 

- Eu não quero falar sobre isso 

- Já faz três anos baby, você tem que falar com alguém 

Eu não respondo apenas olhos pela janela pensando se ele não estaria certo, na época eu fui a uma psicóloga, Sidney Sage mas não passou de duas sessões, e um ano mais tarde quando comecei a namorar eu fui a ela novamente em busca de ajuda para não deixar meus demônios atrapalharem, na época Adrian aceitou uma terapia de casal, mas bom não deu muito certo quando ele decidiu que minha terapeuta seria uma melhora opção de namoro do que eu. 

Acho que estou bem sem conversar 

- Só vamos pra balada está bem.

Dessa vez ele é quem não diz nada 

Já na porta da balada eu ouço o som alto escapar pelas paredes e começo a me arrepender. Por que diabos eu aceitei isso mesmo? A sim eu não aceitei fui obrigada a isso. Mas já que estamos aqui não tem como voltar atrás 

- Eu juro que isso vai ter volta Vasilisa - Eu murmuro a ameaça já imaginando como revidar 

Ela ri e estende a chave da minha casa pra mim e a reserva também eu estreito os olhos e André enlaça  a minha cintura nos guiando para dentro 

- Vamos nos divertir baby e nada de agarração em vocês são minhas meninas - Sua voz derrama o mesmo tom protetor de sempre 

Eu apenas nego com a cabeça segurando o sorriso que quer despontar em meus lábios, eu realmente passo um tempo bom com os Vaughn só tenho medo de acabar arruinando isso também 

Já dentro a música alta enche meus ouvidos com as batidas eletrônicas, a massa de corpos na pista de dança se esfregando são iluminados pelas luzes vermelhas verdes e azul que piscam e dão claridade a escuridão do galpão. Vamos direto ao bar pedindo nossas bebidas 

Um sex on the beach 

Um whisky single malt 

E uma água mineral, por que decidi ser a motorista da vez e realmente não sou muito fã de ressacas no dia seguinte. Ao longe já vejo alguns olhares de cobiça para o loiro alto e musculoso ao meu lado e acabo sorrindo sempre foi assim quando saímos com André, e Lissa não fica muito atrás com vários olhares masculinos virados pra ela. Já eu ? Bom eu prefiro apenas cuidar dos dois e aproveitar já que depois de hoje irão me deixar em paz por algumas semanas

A alguns anos eu fiquei bem seletiva com quem eu saio, o que reduz uma lista pequena a uma quase inexistente. E estou bem com isso, sexos casual sem sentimentos e muitos orgasmos está funcionando bem pra mim e pra minha cabeça um pouco bagunçada.

Conforme o caminhar das horas o nosso pequeno grupo foi desfeito, tenho certeza de ter visto André seguir uma ruiva para o banheiro o que renderá umas mãos bobas no mínimo, Lissa está no canto mais afastado e escuro beijando um carinha-ela está lá para fugir das vistas do irmão protetor- e eu resolvi que dançar seria uma boa para relaxar toda essa tensão que está impregnada em mim nos últimos dias.

Fazem algumas semanas que descobri que o quarto do "John Do" é um bom lugar para o almoço em paz, também é um ótimo lugar para estudar e apenas tirar um tempo de todo aquele tumulto, as vezes me pego conversando com ele como foi meu dia ou apenas o atualizando das notícias, e ainda não parei para analisar o quanto isso está me afetando , por que mesmo longe do hospital-como agora-eu acabo pensando nele e como mesmo desacordado ele está fazendo bem pra mim- um bem que muitos ainda não tinham conseguido- é fácil conversar com alguém que não está na posição de poder te julgar ou fazer comentários que não quer ouvir 

Meu corpo se mexe no ritmo da música e apenas deixo meus pensamentos de lado aproveitando a batida vibrando por todo o meu corpo, sinto mãos em minha cintura e um tórax grande e definido se encostar em minhas costas mas isso não me impede de continuar dançando, fazem longas três semanas que não sei o que é fazer sexo. Mas quando estou prestes a virar e saudar meu companheiro de dança uma confusão bem na ponta onde minha melhor amiga estava me chama atenção então eu vejo um punho voando e acertando um cara, o cara que estava com Lissa?

Meu olhos se arregalam ao ver que André acertou o cara com um soco e está gritando, e apesar de não poder ouvir desconfio que sejam palavras mais sujas do que um marinheiro seria capaz de dizer, eu me afasto do cara atrás de mim sem pensar duas vezes e me aproximo da confusão começando a ouvir suas palavras roucas 

- Seu filho da puta não toque na minha irmã - E mais socos indo de encontro ao homem que agora se recupera e devolve os golpes, os seguranças chegam afastando os dois e os levam pra fora , eu sigo logo atrás com Lissa ao meu lado chorando 

- Você é um babaca André como pode fazer isso - Eu a abraço de lado tentando acalma-la 

- Esta todo mundo nervoso vamos respirar fundo e se acalmar 

A balada não era sobre "Vamos levar Rose para relaxar"? Por que eu estou tendo que acalmar os nervos aqui ?

- Ele estava  com a Porra da mão na sua bu.... - ele para quando eu lanço um olhar de advertência - Porra caralho todo mundo poderia ver 

- Eu odeio você, você sempre está estragando tudo pra mim - Lissa grita furiosa e vai para o carro entrando na porta de trás batendo a porta com força 

Aperto os lábios em uma linha tensa 

Na verdade eu não a culpo depois que André entrou no quarto dela quando ela tinha dezessete anos e tirou o  Bruce White- capitão do time de futebol- de lá quando ela estava prestes a perder a virgindade a socos a situação ficou cada vez pior, André infernizava a vida de todos os namorados que ela já  teve, e é por isso que com seus vinte e seis anos ela ainda é virgem. Mas eu não culpo somente a ele, Lissa tem toda aquela visão de príncipe encantado e ter a primeira vez na praia com um cara especial  ou alguma coisa assim.

- Do que merda ela está falando ? - André indaga ainda parecendo bravo - Eu apenas cuido dela 

- Os dois estão bêbados, está com toda certeza não é uma conversa pra hoje vamos lá bonitão coloca essa bunda grande no banco por que vou levar vocês para casa 

Ele murmura mais algumas coisas e entra no banco do passageiro.

O caminho até a mansão Vaughn é tenso e silencioso, nem a música do rádio é capaz de amenizar o clima, quando chegamos Lissa foi direto para dentro ainda chorando e depois segui levando André até o seu apartamento.

No elevador o ajudo a se manter em pé segurando com um braço em sua cintura enquanto ele tem um braço sobre meus ombros 

- Você pode acreditar no que ela disse Rose? Ela disse que eu estrago tudo - Ele murmura parecendo triste com sua voz rouca  e carinha de cachorro que caiu da mudança 

- Ela só ficou chateada você atrapalhou ela - Eu acabo rindo - De novo 

- Bruce era um babaca falou pro time de futebol inteiro que estaria indo se enfiar até as bolas na minha irmã - Ele me responde enquanto tenta abrir a porta do seu apartamento 

Eu pego a chave de sua mão e o ajudo a entrar fechando a porta com o pé 

- E o Jacob ?

- Ele era muito velho - Responde bocejando enquanto o levo para o quarto 

- Mentiroso eram apenas quatro anos de diferença - O jogo na cama e tiro seus sapatos 

- Eu não fui com a cara dele tá legal 

- Certo também teve o Ivan o Jonathan...- começo a enumerar e ele fecha a cara 

- Ela é apenas uma menina - Me responde 

- Claro claro Decido que não discutir com um bêbado é a decisão mais sábia, pego duas aspirinas com um copo de água e o faço beber antes de dormir

- Apesar de estar quebrada você é ótima pequena 

- Eu sei que sim, agora durma

Eu saí apagando as luzes e tranco a porta jogando a chave por baixo dela para dentro. Suspiro cansada segurando os saltos " me fodam" nas mãos e andando até a calçada pedindo um táxi, no caminho pra casa eu acabo soltando um riso desgostoso, nem mesmo uma saída pra balada que eu nem planejei acaba dando errado. Por que diabos o destino decidiu que eu seria a Porra da mulher azarada das vez? 

Logo expulso esses pensamentos e volto a realidade, essa é a vida , melhor seguir em frente e apenas lidar com as consequências 

Após trabalhar uma par de horas eu bocejo morrendo de sono e recorro ao café da maquina que fica no corredor dos leitos, eu sabia que sair pra balada seria um enorme erro agora cá estou com sono. Aproveitando que estou aqui olho para os lados vendo o corredor vazio e vou como quem não quer nada para o quarto dele

Do desconhecido 

Abro a porta e entro segurando o café e o tomando em um gole só começo a contar sobre a noite fracassada que tive 

- Sério parece que tenho uma placa na minha testa escrito " Conselheira Grátis" por que os poucos amigos que tenho sempre decidem contar seus problemas pra mim - Eu rio e pego o lençol de cima dele o dobrando e deixando em cima da poltrona pego seu pé e faço movimentos circulares alongando os músculos e tendões 

Comecei a fazer isso a uma semana atrás quando estava  apenas de visita para ver se o seu estado clínico tinha alguma mudança e uma das enfermeiras estava alongando seus músculos para não atrofiarem e perder os movimentos quando ele acordasse 

Por que sim, eu acredito que ele vá acordar em algum momento. Também foi por isso que nessa mesma semana que paguei pela hospedagem dele aqui quando falaram que iriam o transferir para um local público já que nenhum familiar apareceu e ele não tinha plano de saúde para cobrir seus cuidados. Tudo apenas para que eu possa acompanhar o caso dele e ganhar mais conhecimento com isso. Apenas isso

Sigo alongando seus músculos e conversando com ele até chegar em suas mãos e afagar com um carinho suspirando. 

- Eu não consigo entender por que você não acorda - Encaro seu rosto másculo com a barba por fazer - Você está bem, precisa apenas abrir os olhos e viver mais uma vez - Eu passo os dedos por sua bochecha fazendo uma carícia leve

Dou um passo para trás percebendo meu momento de descuido e franzo a testa sem entender qual o meu problema 

O que que eu estou fazendo ?

Saio do quarto não querendo mais fazer nenhum movimento impensado e vou para o quarto de descanso, é apenas o cansaço tenho certeza, o caso dele está me deixando frustrada e isso misturado com meu cansaço está me afetando. Apenas isso

Quando estou prestes a fechar a porta uma mão grande impede e vejo Jesse entrando e fechando a porta e trancando com a chave 

- Acabei de sair de uma cirurgia tenho um tempo livre agora - Ele diz já me puxando pela cintura e segurando minha nuca com a mão livre 

- Eu estou fugindo de John, de novo - O responde rindo antes de beijar seus lábios carnudos e fechar meus dedos em seus cabelos claros 

- Você me deixou duro me enfrentando daquele jeito - Ele me responde se referindo a quando o desconhecido chegou aqui desde aquele dia não tivemos um tempo juntos

- Você é um babaca - Respondo o puxando para a beliche de solteiro que tem no quarto e me deito o puxando para cima de mim

Ele me beija mordendo meu lábio puxando entre os dentes e solto um gemido quando ele esfrega sua ereção em minha coxa passo a mão por suas costas até a barra da camisa a puxando para cima tirando de seu corpo enquanto ele volta e beija meu pescoço, o sinto passando a língua até a minha orelha e sussurra em um tom áspero e sexy

- Vai ter que ser rápido eu tenho que voltar logo 

Eu apenas assinto e solto um gemido quando ele morde o lóbulo da minha orelha chupando entre os lábios 

Ele se ajeita entre minhas pernas movendo os quadris esfregando seu pau duro contra minha entrada já molhada ainda por cima das roupas e me livro da minha camisa as pressas, o vejo se levantar e tirar as calças junto com sua boxer preta 

e os sapatos  e aproveito  tirando  minhas calças um pouco atrapalhada pela pressa, quando ele se ajeita no meio de minhas pernas novamente seus dedos descem acariciando meus mamilos rapidamente e vai em direção a minha boceta acariciando meu clitóris me deixando mais molhada 

- Porra achei que você tinha que ser rápido - reclamo mordendo o lábio para abafar os gemidos quando ele me tortura com movimentos lentos dos dedos 

- Tenho que ter meu tempo com você - Ele me beija de novo e sinto sua língua invadindo minha boca em um ritmo duro como sei que ele vai fazer quando estiver dentro de mim, enrolo as pernas em seu quadril o dando mais espaço e sinto seu dedo espesso me invadir, arranho suas costas e fecho os olhos com a sensação gostosa que cresce dentro de mim 

Quando ele pega a camisinha e vai para abrir seu celular começa a tocar e olho para o chão onde ele está, gemendo de frustração 

- Não podem estar te chamando agora não é? - Pergunto esperançosa com a mãos em seu peitoral musculoso 

- Só um minuto querida - Ele pega o celular atendendo com um suspiro deixando bem claro que seja lá quem for estava interrompendo algo , ele fica em silêncio ouvindo quem está do outro lado da linha ainda em cima de mim, ainda sinto sua ereção orgulhosa com a cabeça de seu pau em minha virilha, tão perto de onde precisava dele agora 

A verdade sobre Jesse é que, mesmo ele sendo meu "chefe"/professor não muda o fato de que ele é bom na cama apesar de ser um babaca, e justamente por ser um babaca estou protegida de qualquer coisa emocional, isso é apenas físico, um tempo bom que podemos proporcionar para o outro e aliviar a tensão 

- Certo vocês administrarão qual medicação? - Ele pergunta e me olha com um olhar de desculpas se levanta com o celular na orelha e começa a vestir as roupas - Estarei aí em um minuto, é melhor que ele esteja tão mal que já esteja com a etiqueta do necrotério no dedo se não eu juro que fodo a Porra do seu mês apenas com exames de toque e partos - E assim ele desliga terminando de vestir a camisa 

- Eu tenho que ir o meu residente é uma ameba não sei como chegou tão longe - Ele se curva na cama beijando meus lábios - Desculpa não poder cuidar de você prometo que vou recompensar 

Eu apenas encosto a cabeça no travesseiro fechando os olhos 

- Você está me devendo - Murmuro frustrada

- Vou pagar baby - Ele sai rindo e o ouço abrir e fechar a porta 

Visto minhas roupas e me deito novamente. A semana não poderia estar sendo melhor

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