Sem volta

Livie permanece olhando para o vidro escuro, sentindo seu coração quebrado em mil pedaços com tudo que está acontecendo. Toda a situação ainda parece ser surreal para ela, que está saindo com um homem que não conhece, para um lugar também desconhecido. 

— Pegue, seque o rosto — diz, entregando um lenço para ela. 

Ela apenas olha para a mão dele estendida e pega o lenço, sem dizer nada, nem mesmo um agradecimento. 

— Para onde está me levando? — pergunta, sem ainda o olhar. 

— O local para, aonde vou levá-la não importa, mas tenho certeza de que vai gostar. 

— Tem razão, como se minha opinião fosse válida para alguma coisa — fala de forma sarcástica com ele. 

— Não sei como funciona o seu relacionamento com seu marido, eu apenas fiz a proposta, se ele escondeu isso de você e não te consultou, já não é problema meu. 

Após aquela resposta, Livie olha na direção daquele homem, que parece frio e imponente sentado naquele banco, as luzes dos postes na rua, adentram ao carro fazendo por alguns segundos seu rosto ficar evidente, assim como sua arrogância. 

— Por que eu? — pergunta, mas dessa vez olhando para ele. 

— O que quer dizer? — corresponde aquele olhar. 

— Você parece ser o tipo de homem que pode ter o que quiser e quando quiser, inclusive mulheres, provavelmente nem mesmo precisando pagar por elas, então por que fez essa proposta para o meu marido? Se o investimento não era interessante para você, por que apenas não o dispensou? 

Mason ainda olha para ela por alguns segundos, antes de dar uma resposta para sua pergunta. 

— Eu te desejei desde o primeiro dia que te vi — ergue um canto dos lábios. 

— Primeiro dia? Então já tinha me visto antes dessa festa? — não se lembrava dele. 

— O workshop que você participou, fazia parte da minha empresa. Vi você e fiquei encantado com sua beleza. Procurei saber mais informações ao seu respeito, descobri que possui um currículo ótimo, e é boa em gestão, já não posso dizer o mesmo do seu marido — fez uma pausa, esfregando uma mão na outra — A única coisa que não gostei, foi saber que era casada. 

— Você mandou me investigar? — já não sabia mais o que pensar. 

— Isso não é nada tão difícil para alguém como eu. Mas fiquei surpreso e animado quando o seu marido me procurou, mas a proposta dele era fraca e nada atrativa, então pensei em uma melhor — sorriu de lado. 

— Você forçou o Isaac a assinar esse contrato — queria acreditar que fosse daquela forma. 

— Não obriguei ninguém a nada, minha cara, apenas fiz a proposta, com todos os termos, benefícios e perdas, ele aceitou de livre e espontânea vontade. 

Livie desviou o olhar, o pouco de esperança de que seu marido não tivesse sido um babaca, havia sumido completamente. 

— Algumas coisas já vou deixar claro com você desde agora, para não haver problemas no futuro. Como disse, sou um homem reservado, e não gosto de ter meu nome envolvido em escândalos, então, no contrato que seu marido assinou, existe um termo de confidencialidade, você não poderá dizer nada do que vai acontecer durante a semana que ficar comigo, nem mesmo para ele — frisou com seriedade aquela parte. 

— Isso não faz nenhum sentido — não conseguia decifrar aquele homem — Foi ele quem assinou o contrato e sabe que estou indo com você, então que lógica seria essa? 

— O que acontecer entre nós dois, ficará entre nós, e acredito que não vai querer contar os detalhes de tudo que acontecer, vai? — falou com um tom de sarcasmo na voz. 

Livie apertou aquele lenço em sua mão, olhou para frente novamente, sabia a que tipo de coisas ele estava se referindo, mas não sabia se conseguiria fazer o que ele estava querendo, e pensar naquilo a assustava. 

— Eu não teria que ir fazer minhas malas? — olhou mais uma vez para ele, com os olhos marejados. 

— Não há necessidade, vou providenciar o que precisar quando chegarmos, tudo que você quiser, você terá durante a semana que estiver comigo. 

Livie recosta no banco, não tinha nem mesmo forças para discutir com aquele homem, tinha uma personalidade obstinada, mas naquela situação, não via outra opção, a não ser ceder ao que ele queria. 

O trajeto continua, até que eles chegam a um prédio empresarial, o motorista abre a porta para Mason, ele desce e abre a porta para Livie, estende a mão para ela, que mais uma vez recusa sua oferta. 

— Obrigada pela gentileza, senhor Campbell, mas posso fazer isso sozinha — o olha ainda com raiva. 

Mason suspira com aquela atitude, mas não fala nada. Eles entram no prédio e vão para o terraço, onde há um heliporto e um helicóptero à espera deles. Os dois trocam um olhar e caminham, ao entrarem, ela apenas ouve o piloto informando que seria cerca de três horas de viagem, e não fazia ideia para onde estava indo. 

O nervosismo e ansiedade de Livie estava alto, que nem mesmo viu as horas passando, apenas se deu conta quando chegaram. Como estava a noite, ainda não conseguia identificar o lugar, apenas conseguia avistar um chalé, bem iluminado. 

Ela nem mesmo conseguia observar nada direito, olhou para trás, vendo Mason conversar com alguns seguranças. Assim que ele entra, se aproxima dela e faz um sinal para que ela o acompanhe. 

Livie aperta sua bolsa e caminha atrás de Mason, ele abre a porta de um quarto, ela entra e observa haver uma camisola na cama e seu coração se acelera. 

— Precisa de ajuda com o zíper? — pergunta, tirando Livie de seus pensamentos. 

Ela o olha e está prestes a recusar, mas sabe que realmente precisa da ajuda dele, assim como Isaac ajudou a fechá-lo. Livie abaixa o olhar e se vira de costas para que ele faça aquilo, fecha seus olhos quando sente ele começando a descer o zíper. 

Livie está trêmula, e fica ainda mais, quando sente os dedos de Mason percorrer suas costas, ela até mesmo se encolhe.  

— Tenha uma ótima noite, princesa — fala próximo ao seu ouvido. 

Mason se afasta dela e sai do quarto, ela olha para trás, agradece mentalmente, mas fica sem entender mais uma vez, a atitude daquele homem misterioso.  

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