Kaia — Vamos? — O alfa estendeu a mão, gesticulando para que eu entrasse em sua casa.Um nível de incerteza tomou conta de mim, mas eu o ignorei, agora não tinha outra escolha.Por que eu sentia como se estivesse entrando na toca do lobo?A porta era larga, mas ainda assim esbarrei passando por ele. Certamente ele deveria sentir o vínculo de companheirismo também... Mas nada, nem mesmo um suspiro profundo.Parei no início da escada de madeira escura, dando o tom para aquela casa. Espero que não para a matilha também.Eu não poderia estar em outra matilha como a que estava antes, incapaz de confiar em todo mundo.Incapaz de respirar.Mas talvez esse fosse meu caminho agora, meu e do bebê... só nós dois.— Meu escritório é por aqui. — Sua voz ecoou enquanto ele agora estava em um corredor, esperando que me juntasse a ele. Parecia que ele estava impaciente e não gostava de ficar esperando.Olhei para trás, quanto mais andava em sua direção, mais longe estava de uma rota de fuga segura.N
HectorAssim que ela conseguiu ficar de pé sozinha novamente, eu a soltei. Pareceu errado tocar em outra mulher, especialmente uma que fosse a cópia da Alora. Mas eu me senti vazio.Fiquei surpreso com a sensação de pânico que entrou no meu peito, me causando desconforto, enquanto a via com dor.Eu a segurei quando seus joelhos começaram a ceder. Senti a luta do vínculo da Matilha Deserto de Âmbar tentando impedir que o meu assumisse o controle.Eu realmente não achei que ela beberia meu sangue. Ela até fez uma pausa, um momento de hesitação enquanto o cálice pousava em seus lábios carnudos. Meu plano quase acabou ainda no começo.Ela poderia ter recusado o teste, mal sabia ela que, ao beber meu sangue, estava se encaixando perfeitamente no meu plano.Mas por que ela estava fugindo?Não havia como negar que ela fazia parte da matilha dele. Mas agora ela era minha.Ela agora pertencia à Matilha Fantasma das Trevas.Pertencia a mim.Ah, o poder que tinha sobre ele. Mal podia esperar para
Kaia— Você está grávida? — A mão do Alfa Hector foi até a boca enquanto ele pensava no que eu tinha acabado de contar.— Estou. Isso será um problema? — Garanti que minhas costas estivessem retas. Eu não havia planejado contar a ninguém tão cedo, mas, como não podia me transformar, permanecer aqui realmente era minha única opção por enquanto.— Você viu um médico?— Eu... não. — Não era o que eu esperava, e me pegou desprevenida enquanto eu me preparava para me defender.Por que esse suposto alfa maldoso, de repente, estava perguntando se eu havia visto um médico? Ele se importava com a minha gravidez?Queria que, quando eu estivesse acomodada, ele me deixasse sozinha como antes. Isso era realmente o que eu queria. Um tempo sozinha para pensar nas coisas.— Vou mostrar seu quarto e garantir que meu médico-chefe a veja logo de manhã!— Isso realmente não é necessário.— Eu insisto! — Afirmou firmemente enquanto se levantava da cadeira e se afastava da mesa. Pegou minha mochila para mim
Hector— Você já ouviu falar do Alfa deles, Than Sable?Finalmente, fiz a pergunta que estava morrendo de vontade de fazer o dia todo. Observei atentamente, sem querer tirar os olhos dela, enquanto seu corpo reagia.Ela lutava contra a resposta natural do seu corpo, impedindo ele de entrar em pânico sob meu olhar atento. Uma contração no canto de sua boca rompeu sua barreira habilidosa.Não havia como ignorar a aceleração do seu coração à menção do nome dele.Até a maneira como o anel azul que circundava sua pupila se expandiu, sobrepujando a cor verde dos seus olhos... sua loba brilhava.— Não. Acho que não ouvi falar dele. Deveria ter ouvido? — Ela respondeu, mordendo seu lábio inferior. Ela pode ter se recusado a me dizer a verdade, mas seu coração falou a verdade que seus lábios recusaram.Sua gravidez me pegou de surpresa. Era incomum para uma fêmea deixar sua matilha nas primeiras semanas de gestação e depositar sua confiança na vida como uma desgarrada.Ser uma desgarrada grávi
Than— Ainda sem sinal dela, alfa.— Você verificou as matilhas próximas? — Rosnei para meu beta, que mais uma vez voltou de mãos vazias.— Ela tem que estar em algum lugar.— Não brinca. — Rosnei para ele. Ele a deixou ir, droga.Eu estava furioso com ele, e meu lobo furioso comigo. Ele me culpava assim como eu culpava Zane por ela ter fugido.— Onde diabos ela está?! — Bati meus punhos na minha mesa antes de empurrar todo o móvel.Meu lobo sempre queria estragar as coisas, e o treinamento já não surtia efeito. Minha raiva precisava de um escape. Eram necessários cinco dos meus guerreiros de uma vez para me derrotar agora.Procuramos em todos os lugares. Cada caverna, cada floresta, até mesmo os abrigos humanos onde os lobisomens desgarrados ficavam. Mas, sem sucesso.— E os alfas? — Um rosnado saiu do meu peito enquanto pressionei Zane por outra atualização.Tínhamos invadido as fronteiras de diferentes matilhas, tentando obter acesso.Meus guerreiros estavam constantemente tentando
ThanDuas semanas haviam se passado e nada, nada! Era como se Kaia tivesse desaparecido no ar.Alora ainda se recuperava lentamente, e eu estava ficando sem tempo. Meus médicos da matilha me pressionavam para decidir, dizendo que meu amor precisava saber.Mas como poderia contar a ela? Eu não podia. Os médicos também precisavam se lembrar de quem era o alfa ali.Eles seguiam minhas ordens, não o contrário.Meus rastreadores estavam ficando sem lugares para procurar e estavam muito longe para a maldita conexão mental da matilha funcionar. Eu ficava frustrado com a comunicação e as atualizações atrasadas por meio de chamadas e mensagens de texto.A única opção era deixar Alora e me juntar aos meus rastreadores no campo.Minha mãe e Freya poderiam ficar de olho nela. Minha mãe já havia dito que ficaria feliz em voltar para minha casa para ajudar.Zane poderia liderar o treinamento na minha ausência e me notificar sobre quaisquer problemas com o gerenciamento da matilha que ele não pudesse
Kaia O tempo passou consideravelmente rápido na Matilha Fantasma das Trevas. Eu estava lá há duas semanas e comecei a conhecer um pouco os membros da matilha.Devia admitir que me esforcei para me apresentar a eles na esperança de que me perguntassem o que me levou até sua matilha. O que seria a abertura perfeita para eu perguntar discretamente sobre o Pai.Mas nada ainda. Talvez ele não tivesse vindo para cá, afinal. Ou, se veio, o Alfa Hector o rejeitou imediatamente.Ainda era uma convidada na casa do alfa. Pensei que já teria sido alocada em um quarto na casa da matilha, mas parecia que, com a organização do banquete, o alfa e o beta haviam se esquecido de me mudar.A matilha era mais amigável do que eu esperava. Não tinha certeza de onde tinha surgido a má reputação desse grupo. Parecia injustificada. Até a postura fria do Alfa Hector começou a se descongelar quanto mais tempo eu permanecia ali.Mas eu ainda não conseguia entender como ele não reconhecia o vínculo entre nós. Era
Kaia Era o dia do banquete, e dizer que consegui dormir na noite anterior seria uma mentira.A matilha estava incrível. Eles realmente sabiam como se vestir a caráter. Fileiras e mais fileiras de luzes externas estavam penduradas por todos os lugares.Havia até fogueiras instaladas para iluminar a estrada principal que levava da entrada do portão ao salão da matilha. Artistas haviam sido contratados para se apresentar no salão e também ao longo da estrada principal, ajudando a definir o tom das criaturas da floresta. Seria espetacular.Então, por que me sentia apreensiva?Ele poderia não vir. Por que viria? Ele odiava a Matilha Fantasma das Trevas. Por que aceitaria uma trégua agora?Queria me esconder no meu quarto de hóspedes, mas não podia. Era uma convidada da casa do alfa e acompanhante do Alfa Hector para a noite. Não comparecer seria o cúmulo da grosseria, tanto para o alfa quanto para os membros da matilha.Já estava muito envolvida, até ajudei a preparar os canapés.Vi que Au