Hector— Você já ouviu falar do Alfa deles, Than Sable?Finalmente, fiz a pergunta que estava morrendo de vontade de fazer o dia todo. Observei atentamente, sem querer tirar os olhos dela, enquanto seu corpo reagia.Ela lutava contra a resposta natural do seu corpo, impedindo ele de entrar em pânico sob meu olhar atento. Uma contração no canto de sua boca rompeu sua barreira habilidosa.Não havia como ignorar a aceleração do seu coração à menção do nome dele.Até a maneira como o anel azul que circundava sua pupila se expandiu, sobrepujando a cor verde dos seus olhos... sua loba brilhava.— Não. Acho que não ouvi falar dele. Deveria ter ouvido? — Ela respondeu, mordendo seu lábio inferior. Ela pode ter se recusado a me dizer a verdade, mas seu coração falou a verdade que seus lábios recusaram.Sua gravidez me pegou de surpresa. Era incomum para uma fêmea deixar sua matilha nas primeiras semanas de gestação e depositar sua confiança na vida como uma desgarrada.Ser uma desgarrada grávi
Than— Ainda sem sinal dela, alfa.— Você verificou as matilhas próximas? — Rosnei para meu beta, que mais uma vez voltou de mãos vazias.— Ela tem que estar em algum lugar.— Não brinca. — Rosnei para ele. Ele a deixou ir, droga.Eu estava furioso com ele, e meu lobo furioso comigo. Ele me culpava assim como eu culpava Zane por ela ter fugido.— Onde diabos ela está?! — Bati meus punhos na minha mesa antes de empurrar todo o móvel.Meu lobo sempre queria estragar as coisas, e o treinamento já não surtia efeito. Minha raiva precisava de um escape. Eram necessários cinco dos meus guerreiros de uma vez para me derrotar agora.Procuramos em todos os lugares. Cada caverna, cada floresta, até mesmo os abrigos humanos onde os lobisomens desgarrados ficavam. Mas, sem sucesso.— E os alfas? — Um rosnado saiu do meu peito enquanto pressionei Zane por outra atualização.Tínhamos invadido as fronteiras de diferentes matilhas, tentando obter acesso.Meus guerreiros estavam constantemente tentando
ThanDuas semanas haviam se passado e nada, nada! Era como se Kaia tivesse desaparecido no ar.Alora ainda se recuperava lentamente, e eu estava ficando sem tempo. Meus médicos da matilha me pressionavam para decidir, dizendo que meu amor precisava saber.Mas como poderia contar a ela? Eu não podia. Os médicos também precisavam se lembrar de quem era o alfa ali.Eles seguiam minhas ordens, não o contrário.Meus rastreadores estavam ficando sem lugares para procurar e estavam muito longe para a maldita conexão mental da matilha funcionar. Eu ficava frustrado com a comunicação e as atualizações atrasadas por meio de chamadas e mensagens de texto.A única opção era deixar Alora e me juntar aos meus rastreadores no campo.Minha mãe e Freya poderiam ficar de olho nela. Minha mãe já havia dito que ficaria feliz em voltar para minha casa para ajudar.Zane poderia liderar o treinamento na minha ausência e me notificar sobre quaisquer problemas com o gerenciamento da matilha que ele não pudesse
Kaia O tempo passou consideravelmente rápido na Matilha Fantasma das Trevas. Eu estava lá há duas semanas e comecei a conhecer um pouco os membros da matilha.Devia admitir que me esforcei para me apresentar a eles na esperança de que me perguntassem o que me levou até sua matilha. O que seria a abertura perfeita para eu perguntar discretamente sobre o Pai.Mas nada ainda. Talvez ele não tivesse vindo para cá, afinal. Ou, se veio, o Alfa Hector o rejeitou imediatamente.Ainda era uma convidada na casa do alfa. Pensei que já teria sido alocada em um quarto na casa da matilha, mas parecia que, com a organização do banquete, o alfa e o beta haviam se esquecido de me mudar.A matilha era mais amigável do que eu esperava. Não tinha certeza de onde tinha surgido a má reputação desse grupo. Parecia injustificada. Até a postura fria do Alfa Hector começou a se descongelar quanto mais tempo eu permanecia ali.Mas eu ainda não conseguia entender como ele não reconhecia o vínculo entre nós. Era
Kaia Era o dia do banquete, e dizer que consegui dormir na noite anterior seria uma mentira.A matilha estava incrível. Eles realmente sabiam como se vestir a caráter. Fileiras e mais fileiras de luzes externas estavam penduradas por todos os lugares.Havia até fogueiras instaladas para iluminar a estrada principal que levava da entrada do portão ao salão da matilha. Artistas haviam sido contratados para se apresentar no salão e também ao longo da estrada principal, ajudando a definir o tom das criaturas da floresta. Seria espetacular.Então, por que me sentia apreensiva?Ele poderia não vir. Por que viria? Ele odiava a Matilha Fantasma das Trevas. Por que aceitaria uma trégua agora?Queria me esconder no meu quarto de hóspedes, mas não podia. Era uma convidada da casa do alfa e acompanhante do Alfa Hector para a noite. Não comparecer seria o cúmulo da grosseria, tanto para o alfa quanto para os membros da matilha.Já estava muito envolvida, até ajudei a preparar os canapés.Vi que Au
HectorEu sabia que ele estava lá. Meus guardas no portão me informaram no segundo em que ele chegou, conforme eu os havia instruído a fazer.Um pequeno grupo de guardas também recebeu ordens de escoltar ele até as terras principais da matilha, para não dar uma oportunidade para ele bisbilhotar.Eu sabia que tinha planejado isso, que queria isso, mas agora que estava prestes a acontecer, não tinha certeza de como me sentia.Ela estava incrível. O vestido parecia ter sido feito para ela. Parecia uma deusa grega, com seu tom de pele oliva ligeiramente realçado pelo hábito de caminhar ao redor das terras da matilha sob o sol da tarde. Seus longos cabelos castanhos caíam em cascata sobre os ombros, e eu tive que me impedir de afastar eles do seu pescoço quando ela caminhou até o pé da escada.Minha garganta secou, e palavras me fugiram naquele momento.Um brilho de glitter emoldurava seu rosto, dando a ela uma doçura que ainda a fazia parecer desejável.Ela era uma miragem.Ela se entrosou
Kaia Deusa da Lua deve estar assistindo com um balde de pipoca. Observando do seu conforto, aproveitando o show. Era a única explicação para essa situação estranha estar acontecendo.Segundos depois de me encontrar, Than já tentava me convencer a voltar para casa com ele. Trocar minha nova vida e retornar ao que tínhamos.O que tínhamos?Eu, isolada em uma matilha por anos... A Matilha Fantasma das Trevas me mostrou mais gentileza em duas semanas do que a Matilha Deserto de Âmbar mostrou em toda a minha vida.— Kaia, estou ordenando que você volte para casa! — Sua mandíbula endureceu, seus lábios assumiram uma expressão desagradável, como se eu estivesse causando dor a ele de alguma forma.Talvez eu estivesse, mas minha vida não estava à venda.Sua mão agarrou meu braço e sua paciência se esgotou comigo. Senti os arrepios do seu aperto, o vínculo de companheirismo ainda tentava nos unir, mas muita coisa já tinha acontecido entre nós.Eu nunca poderia retornar.Em apenas duas semanas,
Kaia — Ela pertencia a mim, à minha matilha. — Than disse ao Alfa Hector. — É mesmo? — Alfa Hector permaneceu calmo diante de uma força ousada, quase achando Than divertido. Com deboche, Than se inclinou para frente e pôs seus lábios perto da orelha do Alfa Hector. — Você está amando isso, não é? Apenas se lembre de que ela é minha esposa, minha esposa pela lei dos lobisomens. Ela terá que voltar para mim. — Ele fervia entre os dentes, tentando sussurrar, mas eu ainda escutei. Meu novo alfa não respondeu, ele não aceitou o desafio de Than. Eu podia ser sua esposa, mas não era sua propriedade. Than acenou lentamente, finalmente entendendo que eu não voltaria. Se virou e caminhou em direção à saída. Todos os olhos estavam nele agora, não que ele tenha percebido. Than sempre foi egocêntrico. Beta Ezra e alguns guerreiros se aproximaram, se preparando para escoltar Than para fora do prédio e para fora do terreno da matilha. Ele parou de repente no meio da sala, com suas mãos cerra