Os soldados deram uma surra em Jonah ainda no estacionamento e assisti o castigo enquanto fumava um cigarro, olhando para a cara dele. Quando terminaram, pisei no cigarro no chão e disse para colocá-lo no carro, que eu iria dirigindo para casa.
— Vai pagar por isso, sua puta. — Jonah cuspiu. Eu tinha mandado os soldados o algemarem. O carro deles estava me seguindo. — Pensa que vou simplesmente aceitar isso assim?
Jonah estava com o rosto inchado, com sangue em sua c
Às vezes a sorte é rigorosa, nem podemos definir se foi sorte ou azar, visto que é tão absurdo aquele acontecimento que apenas causa perplexidade. Foi mais ou menos o que eu senti quando percebi o caminhão vindo na direção do carro.Estava tarde, as ruas estavam escuras e certamente o motorista dormiu no volante. Uma fatalidade, alguns diriam e outros, mais pragmáticos, bradariam ter sido um golpe do destino.Mas para mim, que vi os faróis luminosos, foi apenas o desespero. O tempo pareceu parar e no instante em que o carro sofreu o impac
Fiquei uns dias sem celular, mas pelo bem do meu futuro relacionamento, não procurei por Maestro. Fiquei sabendo por mamãe, antes dela partir, que tinham assinado um acordo de emenda. Eu não era mais unida a um matrimônio tradicional, mas algum acordo maluco que o Carosello inventou.O anel Magno da Giostra (a cópia que eu havia recebido, forjada por encomenda em ouro branco, serendibite do Sri-Lanka e um cavalo de diamante branco maciço) estava no meu dedo como sinal de que eu manteria o t&ia
Abri a porta do carro. A lufada de ar refrescante e gelada que vinha das montanhas feriu minhas bochechas de uma forma revigorante. Inspirei fundo, colocando devagar as sapatinhas para fora do carro. O chão de pedrinhas brancas e redonda rangeu debaixo da sola, e percebi que estávamos em um estacionamento de uma não muito conhecida vinícola de rótulos luxuosos.— Vamos tomar sorvete de vinho? Por que paramos em um vinhedo? — Coloquei os óculos escuros no topo da cabeça.O céu estava azulado com uma faixa rasa e laranja contornando to
O apartamento de Benito refletia a sua personalidade prática. Uma grandiosa janela descia do teto ao chão com vista para o parque, sem cortinas, e a luz que adentrava para o recinto era sempre permanente e clara. Havia um banco de três lugares marrom, como o tapete que segurava um conjunto de duas mesas redondas e de madeira, uma poltrona sem muito conforto que eu acredito que fosse mais decorativa e um sofá de couro matelassê branco.Era nesse sofá que meu pai, o Marquês de Norte-Itália, estava sentado com os olhos pesarosos e a mão no joelho de minha mãe. Engoli seco um suco de limão e gengibre, que deveria corroborar para que o enjôo não me deixa
Escorreguei os dedos pelo rabo do escorpião tatuado no antebraço esquerdo de Jonah. Aquele homem sentado ao meu lado no interior do veículo luxuoso e blindado, escoltado por um carro cheio de segurança e duas motos, era como um veneno que me fazia sentir como a música do Alice Cooper: especialmente viciada em cada aspecto de sua acidez.Atraído pelo movimento que eu fazia em seu braço, Jonah estreitou os olhos verdes como a grama da mansão repleta de estátuas brancas de deuses romanos e colunas cilíndricas de mármore. Certamente ele não estava contente e eu podia ver o amargor dentro de seus olhos.&
Eu passava a maior parte dos meus dias em casa, lendo relatórios, sendo informada pelos olheiros da Giostra, me envolvendo pouco pessoalmente nos assuntos da máfia. Prioridade máxima: proteger o meu bebê.A rotina se instalou rapidamente. Meu tempo ficava dividido entre treinar com Benito e meus tios todas as manhãs, com atividades voltadas para defesa pessoal de mulheres grávidas, depois almoçava com Jonah — o que de vez em quando era uma reunião de negócios, visto que ele era meu braço direito (e o esquerdo, às vezes) —, ia para o escritório com ele, onde passava o final da tarde dividindo minha atenção entre cavar informações dos homens do Carosello e escolher a decoração do quarto do bebê.E
Como todo homem italiano preso ao carrossel da máfia, Ricci me levou até um restaurante tradicional italiano. Sim, um sushi-italiano. Nunca tinha visto um! A entrada se parecia com um beco escuro, onde vasos de flores estavam instalados até a porta, de onde vinha a luz. Segurei firme no braço de Ricci enquanto estava atravessando o corredor e ele me encarou com um sorriso de canto, sedutor.— Calma, ragazza. Não vou te sequestrar. — Ele até olhou por cima do ombro, onde os meus seguranças (homens treinados pelo meu tio e da equipe de Benito) estavam nos seguindo a uma distância básica para manter privacidade em nossa conversa. —A cozinha aqui é muit
— Isso não faz o menor sentido, Cicci. — A voz de Liam do outro lado da linha soou exausta. — Além disso, pelo que Nero me falou, Maestro está fora de alcance. Ninguém sabe onde o maldito se escondeu.— Cazzo, Liam! Preciso falar com ele. — Caminhei com a mão nas costas, esticando um pouco a barrigona. Eu estava apenas de calcinha, camiseta branca sem mangas e um penhoar de seda, bem leve, arrastando os pés descalça pelo tapete.Olhei pela janela, vendo os funcionários preparando a piscina que eu havia dito que quer