Parte 2...Ela pegou um pão e fez o mesmo que ele, rindo juntos.— Pode não ser de boa educação, mas es-estamos em casa e eu também adoro molhar o pão.Mike piscou o olho. Os dois comeram conversando e falando sobre o filhote, sobre o que pretendiam fazer com ele. Já que os dois estavam responsáveis por ele, poderiam dividir o tempo.— Como pais separados que dividem os filhos? - ela disse.— Não... Como pais casados que cuidam dos pequenos.Ele disse isso sem pensar e sem nenhuma intenção, mas Camila acabou corando.Mike percebeu e mudou de assunto, o que acabou descontraindo o jantar e quando terminaram começaram a limpar e guardar tudo. Ela insistiu em lavar os pratos e ele ficou ao lado, secando e guardando tudo em cada lugar certo.Quando acabou ela secou as mãos no pano de prato e se virou rápido, se chocando contra o peito dele. Mike a segurou para não cair.— Ai... - ela esfregou o nariz rindo.— Me desculpe, fui desastrado.— A culpa é minha, me virei muito rápido - ergueu o
Parte 1...Depois de organizar o cantinho onde ficava o filhote e brincar um pouco com ele, esperou que fizesse suas necessidades limpou tudo e chamou um táxi para ir até a clínica.Mike já tinha saído há quase uma hora. Conversaram rapidamente porque ele tinha uma cirurgia marcada que seria feita com a participação de Derek e não queria atrasar.Camila conferiu tudo duas vezes para não cometer nenhum erro e algo de ruim passar na casa dele, que é o que menos queria.Quando foi deitar na noite anterior, ainda ficou um pouco acordada, rolando no colchão macio, pensando no que estava acontecendo, porque ela estava ali na casa dele.De verdade quando aceitou o convite para passar um tempo ali, estava pensando mesmo em ajudar com o pequeno filhote que haviam resgatado, mas nunca achou que se sentiria dessa forma ao ficar mais tempo perto de Mike.Toda vez que o via agora, seu coração batia forte e até suas mãos tremiam um pouco. Isso com certeza era uma indicação de que o queria muito mai
Parte 2...—Mike, eu poderia fazer al-algo pra gente comer.— Não - balançou a cabeça — Você ficou muito tempo de pé hoje. Tem que descansar.Ela sorriu. Era bom saber que tinha alguém que se importava com seu bem estar e cuidava dela. Suspirou. Sentiria falta disso quando voltasse para casa de novo.— Sabe uma coisa que eu não tenho e que preciso comprar logo antes que fique complicado?— O que? - ela fechou a gaveta do armário.— Uma árvore de Natal.— É mesmo, estamos chegando perto.— Que tal se você me ajudar com isso também?— E confia que eu sei es...colher uma?— Mas é claro que sim - ele sorriu e beliscou sua bochecha.— Ok, vamos então.— Ótimo - ele se animou — Vamos no sábado pela tarde, de manhã eu tenho duas consultas marcadas.Ela assentiu com a cabeça. Ficou feliz dele querer sua ajuda, mesmo sabendo que ela às vezes era travada por conta da afasia que bloqueava seu cérebro.E isso a lembrou de que teria novos exames a fazer para levar ao médico para avaliar. Ainda não
Parte 1...Não era fácil como ele pensou que seria. Ficar ao lado de Camila o fez mais coisas que não via antes porque sua atenção estava focada em outros assuntos. Agora, ali dentro de casa, ele podia ver melhor seu comportamento, ouvir o que ela gostava, suas ideias. E isso tudo batia com o que ele também gostava.Assim ficava difícil. Ele já tinha a ideia de que realmente precisava ficar com ele. Seu corpo lhe pedia isso, seu coração também e mais ainda sua mente. Ele tinha uma coisa que o cutucava, como uma pulga atrás da orelha, como se diz na velha frase.Era como se algo lhe dissesse que tinha que ir devagar, mas não lento, ou poderia perder o momento certo e isso se devia também ao fato de que ele não sabia muito sobre sua doença.Tinha lido em suas pesquisas, mas sobre o estado atual dela ele pouco sabia, só o que ela lhe mostrava. Resolveu perguntar.— Não quero que se chateie... Mas... Eu queria saber um pouco mais sobre como você está... Agora, quero dizer - mexia a colh
Parte 1...Camila percebeu que havia algo mais no pedido de Mike. Ele vinha se interessando mais por ela, dava para notar. E isso lhe causava uma sensação boa e outra ruim ao mesmo tempo.O que fazer diante do sentimento que ela desenvolvia por ele?E era fácil gostar dele. Mike tinha um sorriso franco, aberto, divertido. E toda vez que ficavam juntos, conversando sobre qualquer assunto, dava para passar horas assim, sem nem perceber.E era comum que ele a tocasse. Nem que fosse algo leve, sutil, um toque na ponta dos dedos, um simples cutucar no braço. Era íntimo sem ser invasivo.Como não gostar disso?E depois de tanto tempo sem ter contato com um homem que a desejasse, ao invés de sentir pena, era como um sopro fresco de esperança em seus dias.E o melhor é que isso tinha acontecido sem que ela procurasse, apenas a vida lhe trouxe até ali. No caso dela, a tia e a mãe dele. Sorriu pensando no começo quando eles ficaram até com raiva delas terem forçado a aproximação.Mas a vida é
Parte 2...Mike notou que ela tinha tido um certo entendimento de sua intenção para com ela e notou também que ficou feliz, o que dizia que ela também gostava dele, mas logo seu rosto foi mudando de expressão e era como se ela tivesse ficado triste com os pensamentos.Talvez estivesse achando que ele não seria capaz de ter algo com ela que fosse duradouro. E isso o deixava um pouco deprimido, pois estava reprimindo sua sexualidade para não ser muito ousado nesse momento em que eles começavam a se conhecer mais.Ele queria aproveitar e muito mais, seu tempo junto com ela, mas ficava com medo de que ela o rejeitasse por causa de seu problema com a afasia e tudo mais.E ele queria que ela soubesse que a achava uma mulher maravilhosa em todos os sentidos e que atração física foi a coisa que menos o impactou quando a conheceu de início.Ao saírem do hospital ele segurou sua mão e atravessaram a avenida de mãos dadas. Quando ela entrou ele teve uma ideia diferente de tudo o que ele já tinha
Parte 3...— Agora eu fico nervoso quando você está perto de mim, fico com raiva quando tentam diminuir sua capacidade... Tenho ódio dessa doença que quer te levar - apertou sua mão — E tenho medo que você não queira ficar comigo porque eu não entendo sua doença direito, eu não sei te ajudar... Eu... - esfregou a testa — Eu quero que você me ame também e que me deixe cuidar de você... Quando a hora chegar.Esse final ele disse com emoção, sentindo que ela precisava entender que ele não tinha medo, apesar de não saber todas as dificuldades que isso iria acarretar em sua vida. Ele só queria que soubesse que tinha amor de verdade e que era uma surpresa até para ele.Camila segurou o rosto entre as mãos, impactada por essa revelação. Sentia pequenos choques em seu corpo todo. — Mike... Sabe que eu t-tenho uma lesão cere...— Cerebral - ele completou e a puxou para o colo — E isso é muito difícil, eu sei, mas de verdade, não me assusta.— Mas deveria - ela segurou o choro — Eu sei que min
Parte 1...Apesar dela se sentir um tanto tímida com a situação, dava para se perceber que ele também estava tenso e se reprimia um pouco, talvez com medo de lhe causar algum desconforto, mas lhe assegurou que estava tudo bem, era apenas um nervosismo normal de uma aproximação nova.Ele segurou sua nuca e desceu o rosto sobre o dela, unindo as bocas em outro beijo, que foi ficando mais forte, mais exigente e entregue, onde as respirações deles ficaram na mesma medida.A atmosfera que caiu sobre eles naquela cama era leve e terna, diferente de outros encontros que eles já tiveram antes. E não havia cobrança, apenas entrega dos dois.Os minutos foram se passando e as emoções aflorando. Nas pontas dos dedos delicados e trêmulos de Camila, ele entendeu que fazia tempo que esperava um encontro como esse. Alguém como ela.Foi uma união certa de corações que agora iria se fechar com a entrega de seus corpos. E o melhor de tudo isso, foi que apenas aconteceu, foi se encaminhado para isso, sem