— Não se aproxime daquela floricultura nunca mais, entendeu? — Clarck rosnou, sua voz baixa e perigosa. — Se não quiser virar uma rogue, uma renegada, me obedeça. Lembre-se que o maldito alfa dessa alcateia, sou eu! Você entendeu?Loren, sentindo o aperto em sua garganta aumentar, fechou os olhos, sentindo o mundo girar ao seu redor, sem conseguir respirar. Mas Clarck não a soltou.— Não me desafie de novo — ele disse, sua voz, agora mais grossa, mesclada a de Dorian, fez cada osso do corpo de Loren tremer. — Siga se caminho e não se meta em assuntos que não são da sua conta, loba!As outras lobas, que estavam assistindo em silêncio, pareciam em pânico. Elas olhavam para o chão, desviando os olhos de Clarck, que estava tão imponente, tão voraz, que ninguém ousava interromper. Loren, por sua vez, soltou um suspiro abafado, a raiva ainda pulsando em suas veias, mas estava consciente que se quisesse continuar tendo uma alcateia, se quisesse continuar perto de Clarck, a única coisa que po
Clarice estava sentada na mesa da cozinha, os dedos trêmulos acariciando o vidro da xícara de café. O cheiro forte de café amargo invadia o ar, mas ela mal o sentia. Seu olhar estava fixo no celular em sua frente, a tela iluminada pela luz fraca da manhã. Ela hesitou por um momento, os pensamentos se atropelando, como poderia explicar tudo o que estava acontecendo para Sarah? Quando deixou a amiga no estacionamento do cinema, sua vida estava tão normal quanto deveria ser, mas agora? Agora ela precisava lidar com lobos, quase foi morta por uma criatura gigante e, principalmente, agora sabia que Clarck Bankov não era um humano comum, ele estava longe de ser isso. Com um suspiro profundo, Clarice finalmente começou a digitar a mensagem, suas mãos ainda tremendo. Ela sabia que tinha que falar com alguém, precisava desabafar antes que enlouquecesse completamente, principalmente agora que a ficha começava a cair. “Sarah, preciso de ajuda. Ontem, depois que fui pra casa, aconteceu tanta co
— Ela sempre falou disso. A avó era conhecida por ser excêntrica, por suas crenças bizarras, mas ela sempre afirmava com tanta convicção. Ela me disse que as bruxas têm poderes, Clarice. Que podem ver o futuro, ler os pensamentos, até fazer feitiçarias. E sempre falava dos Bankov, como se eles fossem uma ameaça. Eu nunca entendi direito, até agora.E se a avó de Sarah tivesse as respostas que ela precisava? Talvez, encontrar algum sentido naquele caos todo acalmasse um pouco seu coração. — Nós poderíamos… Ir até sua avó? — Clarice sugeriu, já começando a pegar a bolsa e se dirigindo para a porta. — Talvez ela saiba algo que pode me ajudar a não enlouquecer de vez.Sarah ficou em silêncio por um momento, ponderando, antes de acenar com a cabeça.— Vamos. Eu confio em você, se acha que precisa disso, vamos. Mas… eu não garanto que a minha avó vai ser fácil de lidar. Ela é... bem peculiar.As duas saíram rapidamente da casa de Clarice, o carro de Sarah estava estacionado do lado de fora
As duas mninas entraram na casa de Ella, que exalava um cheiro de incenso delicioso que deixou Clarice mais calma. O local era simples,mas extremamente bonito, haviam varias plantas, roseiras em flor, e tudo era perfeitamente arrumado e organizado. Ella caminhava pela casa sempressa alguma, guiando as meninas em direção a sala de jantar, nas paredes, haviam alguns amuletos de vários tipos, em sua maioria amuletos de proteção. També haviam vários livros espalhados aqui e ali, algumas estantes abarrotadas. Quando hegaram a sala de jantar, as janelas estavam fechadas e toda a luz do ambiente vinha da luz amarelada baixa que deixava o loal ilumnado de forma leve. Ella se sentou numa as tres cadeiras que estavam dspostas na mesa redonda, a frente dela, um deck de tarot e alguns ristais ao redor da mesa. — Sentem-se meninas, vamos — Ella indicou as duas cadeiras, esperando as duas se sentarem. — Estava me preparando para tirar as cartas, sabia que alguém precisaria de respostas hoje…
Clarice sentiu o estômago revirar ao ver a carta, o esqueleto com a foice na mão, a morte iminente de algo. Mas ela sabia, no fundo, que a Morte não significava o fim. Era a transição, o renascimento, a mudança.— A Morte fala da transformação, Clarice. Algo em você está prestes a morrer, algo que vai liberar você para se tornar quem você realmente é. Mas lembre-se, cada mudança traz dor. E você não sabe a extensão do que precisará abrir mão.A bruxa a observava com intensidade, como se soubesse que aquelas palavras ressoavam em um lugar muito profundo de Clarice. Mas o pior ainda estava por vir.A última carta foi virada: O Diabo.A expressão de Ella se endureceu, e a sala ficou ainda mais densa. O Diabo, a carta mais temida do tarot. Representava os vícios, as tentações e, muitas vezes, os lados sombrios da própria alma.— O Diabo não é um inimigo externo, Clarice. Ele é você mesma. As escolhas que você fará, as dúvidas que vão te consumir... Mas há algo mais. O Diabo também fala so
O peso da noite anterior ainda pairava sobre a alcateia quando Clarck entrou na grande sala de reuniões, seus passos ressoando com autoridade pelo corredor de pedra. A casa da alcateia, imensa e silenciosa, parecia absorver cada som como se a própria construção estivesse aguardando os desdobramentos da reunião marcada. Ao entrar na sala, ele encontrou Sirius e Jhon já sentados, discutindo algo em voz baixa, ao redor estavam também seu pai, sua mãe e os pais de Jhon e Sirius, antigos Beta e Gamma da alcateia. Quando o alfa entrou, a conversa cessou instantaneamente, e todos se levantaram em uníssono, mas Clarck acenou para que se sentassem novamente. Ele não estava ali para formalidades, mas para algo muito mais sério.— É melhor começarmos logo — disse Clarck, sua voz grave e firme, reverberando nas paredes da sala. — Temos assuntos urgentes a discutir.Donavan, seu pai, imponente como sempre, apesar dos cabelos já levemente grisalhos e das roupas simples, se recostou na cadeira com u
O olhar de seu pai se endureceu ainda mais, e ele olhou para sua esposa antes de falar, como se buscasse algum tipo de confirmação. Mas a mãe de Clarck parecia animada com a notícia, certamente discordaria de qualquer argumento do marido sobre a garota.— Está bem — disse Donovan, finalmente, em tom de resignação. — Mas você sabe que não podemos deixar de lado a ameaça que esse ataque representa. Lycans não costumam atacar deliberadamente. — Seu pai tem razão, alfa —Sebastian, pai de Jhon, se pronunciou pela primeira vez. — Lembro que um grande grupo desses monstros dizimou muitas alcateias da região em busca de algo. — Sebastian tem razão — Donovan completou. — Se ele está aqui, quer alguma coisa. Clarck já sabia o que seu pai ia dizer a seguir. Ele se levantou, indo até a janela que dava para a mata ao longe, sua mente fervilhando de pensamentos. A preocupação era real, precisavam agir rápido, mas com cautela.— Vamos aumentar a guarda no perímetro da alcateia, mas não quero ni
Clarice observava o movimento da rua pela janela da floricultura, o som do mundo lá fora ecoando levemente em seus ouvidos. O lugar estava silencioso de manhã, mas, como sempre, ela sabia que em breve as coisas ficariam agitadas. Sarah havia ido para o trabalho, mas, diferente do que acontecia normalmente, não estava de todo sozinha. Ao longe, nos cantos mais isolados do estacionamento, dois carros estão estacionados, com vidros fechados e imoveis. Clarice sabia que eram os lobos de Clarck.A estranha briga pela manhã ainda estava em sua cabeça. Por que ele estava sendo tão protetor? Não fazia sentido que Clarck estivesse fazendo aquilo por pura bondade ou preocupação com ela, eles mal se conheciam. Ser conhecidos de infância não parecia conferir intimidade o suficiente para aquele comportamento.Parecia que havia uma peça faltando em todo o comportamento de Clarck Bankov, mas a ruiva decidiu não se preocupar com isso naquele momento.As prateleiras estavam perfeitamente arrumadas, fl