Eu saí e procurei Estranho. Ele não estava em lugar algum. Continuei chamando e nada. Estava escuro e eu fiquei com medo de ir para perto da mata. Droga, onde poderia estar meu cachorro? Ele nunca dormiu na rua. Desde pequeno dormia comigo no meu quarto e depois que me mudei, Axel fazia a cama dele diariamente ao nosso lado. Será que Estranho achou que eu tinha o abandonado? Eu senti o medo tomando conta de mim. Não vivia sem aquele serzinho peludo de quatro patas que só me oferecia amor e não pedia nada em troca. Fui até perto das árvores e continuei gritando, até que ele veio, balançando seu rabo e pulando nas minhas pernas. Afaguei seu pêlo macio e disse:- Por que você demorou? Está frio aqui na rua... Não tem que se embrenhar nesta mata. Logo sairemos desta casa, Estranho. Seremos somente eu, você e Noah... Embora eu saiba que você sentirá falta de Axel. Ele é um idiota, mas não com você.Fomos até a porta principal e tentei abrir, mas ela estava trancada. Eu já
- Isso quer dizer que... Eu não posso contar com a ajuda de vocês? – perguntei ainda aos prantos.- Não... Não pode contar com nossa ajuda. Se depender de nós, você continuará com Axel Collins e tentaremos afastar os comentários que começarão a nos perseguir. Vou falar com Martim e ver o que podemos fazer com relação a tudo isso. Ele sempre disse que Noah era um péssimo filho. Ele tem razão... E eu começo a pensar que também tenho uma péssima filha. Eu levantei e voltei para o meu carro. Baixei minha cabeça no volante, sem saber exatamente o que fazer. Nem sabia onde Noah estava... Comecei a dirigir até a casa de campo. Era o único lugar que eu poderia ser eu mesma sem me preocupar com nada do que estava acontecendo. Assim que fechei o portão, estacionei o carro e desci, abrindo as janelas da casa para arejar. Comecei a limpar e organizar tudo, tentando esquecer o que aconteceu por alguns momentos e parar de chorar. Passava do meio dia quando eu acabei. Deitei no so
Quando eu desci senti o cheiro da comida vindo da cozinha. Sentei na banqueta e disse:- São tantas lembranças voltando na minha mente.Ele me olhou da bancada:- Vamos criar novas lembranças agora, Meg.- Parece que sinto o mesmo cheiro de três anos atrás.- Eu lembro de uma garota usando minha camisa... E ela estava sem calcinha.Eu corei.- Você ainda fica envergonhada. – ele balançou a cabeça sorrindo.- Eu estou usando calcinha agora. – falei.Ele veio até mim e debruçou-se sobre a mesa, olhando nos meus olhos e sorrindo:- Preciso te confessar uma coisa.- Pode falar... Estou preparada para qualquer coisa. – eu disse fechando meus olhos.- Eu fiquei com a sua calcinha.Eu abri meus olhos e o fitei confusa:- Como assim?- Você esqueceu sua calcinha na minha casa. – ele riu e voltou para o fogão.- Quem fica com uma calcinha de recordação? Estou começando a pensar que você tentou me sequestrar naquele dia, Noah Collins.
Eu poderia dizer que depois nós paramos para conversar um pouco e comermos algo porque já estava tarde da noite. Mas isso não aconteceu. Nós esperamos longos anos pelo reencontro dos nossos corpos. E por obra do destino, ele se deu no mesmo lugar que eu o conheci e fiz amor com ele pela primeira vez. Não sei que hora dormimos, pois eu sequer olhei no relógio nenhuma vez desde que ele chegou. Adormeci exausta nos braços de Noah, na cama.Quando abri meus olhos ainda estava deitada no braço dele, que dormia. O observei e tive certeza de que não era um sonho. Naquele dia mesmo eu exigiria o divórcio de Axel e o faria assinar os papéis. E não me importava de ter que brigar com o pai dele ou quem quer que fosse. Eu não podia ficar mais longe de Noah Collins.Levantei com cuidado para não acordá-lo e fui colocar minha roupa.- Você vai fugir? &n
CAPÍTULO 41 – Meg, eu preciso de vocêNo final do dia me despedi de Noah antes de voltar para a mansão Collins e buscar minhas coisas e o mais importante: meu cachorro.- Estarei esperando por você na nossa casa. – ele garantiu.- Vou tentar organizar tudo o mais rápido possível. Talvez demore um pouco pela questão da faculdade. Não vou parar em hipótese alguma. Preciso ver a questão da transferência e tudo mais... Falta pouco. Menos de um ano e estarei formada.- Eu não vou esperar por mais um ano para morar com você...- Eu sei, Noah... Vou tentar deixar tudo certo. Eu prometo. Também não conseguiria esperar um ano por você... Já esperei três e sei muito bem o quanto foi difícil.- Me ligue depois que resolver tudo na mansão Collins. Agora você tem meu número e nunca mais vamos ficar
Eu comecei a chorar. Havia muito sangue... Comecei a mexer nele, que estava desacordado.- Vai chamar uma ambulância. – eu gritei para Amanda que olhava tudo sem ação.Ela foi para dentro da casa. Corri até o carro e desliguei a música que tocava como se tivesse vida própria. Estranho estava ao lado de Axel, latindo preocupado. Vi os faróis do carro de Martim Collins ao longe e em poucos minutos ele estava ali.Deixou o carro no meio da estrada e correu quando viu Axel no chão. Amanda veio e abraçou o pai, aos prantos.- O que aconteceu aqui? – perguntou Martim.- Megan atropelou Axel... De propósito, papai.Eu levantei o olhei para ela:- Como você consegue ser tão mentirosa?Ela me olhou com os olhos marejados, da maneira mais fingida que eu já vi em toda minha vida.- Megan... Você tentou matar meu
CAPÍTULO 43 – Axel é meuEu estava de novo naquele lugar jurei nunca mais voltar. Minhas malas ainda estavam no carro. Quando fui pegá-las vi sangue no chão e senti uma culpa imensa dentro de mim. Vi Estranho na mata e ele não veio até mim. Acho que estava apreensivo depois de ter sido chutado pelo insensível Martim Collins. Tentei me aproximar dele e conforme ia chegando perto ele se afastava.- Por favor, Estranho... Sou eu. Você não pode me deixar também... Só temos um ao outro agora.Consegui adentrar um pouco na mata e tocar na cabeça dele, que ainda estava amedrontado. Eu sabia que Martim não o deixaria dormir dentro de casa e não tinha nem Axel para me ajudar a escondê-lo. No que havia se transformado a minha vida? Peguei as malas e levei-as até a porta e quando fui abrir, trancada. E agora eu tinha absoluta certeza de que não era uma
Abracei minha mãe carinhosamente e depois passei para meu pai:- Eu... Gostaria de me desculpar.- Está tudo bem, Megan. – disse minha mãe.- Não quero me desculpar por meus sentimentos por Noah... Mas por eu ter deixado nossa família exposta de alguma forma.- Aceito suas desculpas... Afinal, tenho certeza de que você pensou melhor e resolveu ficar com Axel. Ele é o seu marido.- Como eu disse, não quero me desculpar por meus sentimentos. – falei indo para a mesa e sentando ao lado de Martina.Dei um beijo em Martina e me servi de um pouco de suco. Eles também voltaram para a mesa.- Como está tudo? Você está com um semblante cansado. – disse minha mãe.- Axel sofreu um acidente. – eu disse.- Como assim? – perguntou Martina preocupada.- Foi grave... Ele está... Em coma.