SAMANTHA VASCONSELOS Não vi o Ian no trabalho, e acho que talvez isso seja o que contribuiu pro mal humor que foi se instalando em mim durante o dia. Odeio que um homem seja capaz de definir meu estado de espírito. E toda aquela independência que venho almejando? Mas tudo bem. Não posso mandar no meu coração idiota, que murchou quando percebeu que não veria ele. Nem as piadinhas e brincadeiras de Luna conseguiram fazer com que eu ficasse de boa. Por fim ela desistiu e eu me concentrei no trabalho. Quando cheguei em casa, ainda eram cinco horas, então me arrumo para uma corrida, não corro desde aquele dia que Ian esbarrou em mim. Quem sabe isso ajuda a melhorar meu humor. Acontece que Ian foi tão constante esses dias que sem ele, tudo fica estranho, e eu senti falta, mesmo que doa em mim admitir isso. Corro por uma hora inteira e só para quando praticamente não tenho fluxos de pensamentos. Sério, a atividade física faz milagres. Assim que entro em casa, vou direto pro banho, um
SAMANTHA VASCONSELOS Meu estomago dá voltas e mais voltas. — Nem o meu – respondo. — Está dizendo que também sentiu minha falta? — Estou dizendo que meu dia não ia ficar completo até que te visse – ele levanta uma sobrancelha. – Tá bom, sim, eu senti sua falta. Ele se levanta. — Me desculpe – diz. — Pelo quê? – sussurro. De repente, o ar está ficando escasso. Ian não responde. — O que está fazendo? – pergunto enquanto ele dá a volta no balcão. — Indo até você, lentamente. — Por que? – sussurro, ele estende o braço e me puxa pela cintura. — Para não te assustar – ele responde contra a minha boca, e em seguida, cola a dele na minha. Ele me encosta no balcão e deposita beijos por toda a extensão do meu pescoço, rosto e boca. Quando se afasta – a contragosto, estamos ofegantes, sem tirar as mãos da minha cintura, me encara com olhos intensos e cálidos – que com certeza, devem ser um espelho dos meus. Tiro minha mão de dentro de sua camisa. Eu nem tinha percebido que esta
SAMANTHA VASCONSELOS Ian sorri para mim. — Legal então – diz, todo animadinho. Aponto para o prato na frente dele. — É pão na chapa com azeite, já comeu? Tenho homus aqui se quiser. Ele balança a cabeça negativamente. — Nunca. Mas estou prestes a experimentar. Ele dá um sorrisinho sem mostrar os dentes e pega uma torrada. E morde. — Hmmm – ele geme. – Muito bom. — Sério? – pergunto, sem conseguir evitar um sorriso. — Uhum – responde, sorrindo de volta. – Garota vegana e suas comidas. Sorrio e arqueio a sobrancelha: — E desde quando pão com azeite é uma exclusividade vegana? Ian apenas balança a cabeça e diz: — Você se importa de levar sua roupa do trabalho para o meu hotel? Preciso passar lá para me trocar e depois vou precisar de um banho antes de ir pra empresa. Seria essa uma boa ideia? — Por que não trazemos as suas coisas pra cá? Eu preciso de muitas coisas para me arrumar. Ele sorri e dá de ombros. — Justo. IAN MCDOUGALL Samantha vai se trocar e aguardo na
IAN MCDOUGALL Quando termino, encontro Samantha sentada no balcão com o rosto apoiado nas mãos e um sorriso radiante. — Eu posso me acostumar com isso. — E deveria mesmo. Onde eu guardo isso? – aponto para as frutas. Ela aponta para o armário abaixo da pia, que tem potes de vidro com tampa, pego o que eu acho que caibam as frutas e guardo na geladeira. — E então? Quer almoçar agora ou quer ir pra empresa primeiro? – pergunto. — Nós vamos passar o dia juntos? — Não quer almoçar comigo? – nem tento esconder a decepção. — Posso almoçar sozinho também. — Nananão, eu quero sim, foi só uma pergunta Ian. Será que pareci inseguro para ela? Bom, ela me deixa assim em relação a ela. Sam se levanta. — Vamos? — Você quer ir mesmo? Não se sinta pressionada. — Se eu me sentisse pressionada você nem estaria aqui – ela dá uma piscadinha. Vem em minha direção, para na ponta dos pés e me dá um selinho. Em seguida fecha a janela da cozinha e some para dentro do quarto. Eu não acompanho ess
SAMANTHA VASCONSELOS Passar esse tempo com Ian foi… demais, mesmo. E eu gostaria de repetir assim que possível, ele parece ser tão perfeito, que quase sinto medo. Desço e vou direto contar a novidade para Nat, que comemora exageradamente e diz que devemos ir pra balada hoje. Jesus, só pensa em festar? Duas vezes só esse mês. Parece que as coisas estão mudando. Chamo a Luna que aceita o convite rapidamente e fala que está louca para sair pra dançar e perguntou se tudo bem levar uns amigos. Nesse meio tempo confiro se ela fez tudo que precisava ser feito, e sim, seu desempenho foi excelente. Quatro horas saímos do escritório. Mando para Ian: Você vai comemorar com a gente hoje? — Hmmm, mandando mensagens pra quem? — Pergunta Luna, enfiando o nariz na tela do meu celular, que eu rapidamente bloqueio. — Saí pra lá, sua enxerida. Nos entreolhamos antes de cair na gargalhada. A ideia foi minha, lembra? Vejo a mensagem pela barra de notificações e não consigo segurar o sorriso
SAMANTHA VASCONSELOSOk, ele não está disponível. Bufando, coloco água para ferver. Enrolo o cabelo enquanto o macarrão cozinha. Frito o alho no azeite, e preparo um molho sugo. Acrescento tomatinhos cereja, manjericão e azeitonas. Como rapidinho e escovo os dentes. Invisto em um delineado grosso de gatinho e batom vermelho. Coloco um vestido curto de cetim frente única preto, que ajusta dos lados e uma sandália preta de salto fino. Finalizo com minha pulseira do sol e da lua, um colar de corrente grossa e brincos de argola em forma de corrente, tudo dourado.Começo a procurar minha bolsinha quando meu telefone toca.É o Ian.— Oi?— Oi — sua voz soa calorosa. — Estou aqui embaixo.— Já vou descer.— Sem pressa.— Okay.Tiro o celular do carregador, passo perfume, e pego uma clutch preta cuja alça é uma corrente dourada e coloco o batom, o documento, meu cartão e desço. Assim que entro no carro, sou invadida pelo cheiro de seu perfume. Deus me ajude, quero pular nesse homem.— Oi — f
SAMANTHA VASCONSELOS Luna chega alguns minutos depois, com um “peguete” e a melhor amiga. Nat e Luna estão com o mesmo modelo de vestido, de manga e aberto dos lados, na cintura, mas enquanto o de Luna é combinado com meia arrastão e coturnos (dessa vez de salto), o de Nat é vermelho e ela está de sandália de salto fino, ambas estão maravilhosamente iguais, porém, diferentes. A melhor amiga de Luna é totalmente na dela, seu nome é Luana, loira de olhos azuis, mas diferente de Nat, que parece brilhar como o sol, ela tem uma beleza mais suave, como a lua. O cabelo de Nat é loiro num tom caramelo, e o de Luana, branco, platinado. O sol e a lua. Ela também é extremamente bonita, com uma blusa de tule transparente e preta, com um top da mesma cor por baixo, e shorts jeans cós alto e coturnos idênticos ao de Luna. O que está acontecendo com todo mundo hoje? Ian e Danilo voltam e logo fazemos as apresentações. Em meio a risadas, trazem nossos combos. Antes que eu possa me servir, I
SAMANTHA VASCONSELOS Durmo até tarde. Levanto e parece que minha cabeça pesa 900 kg. Coloco uma água para ferver e pego o celular para mandar uma mensagem para Luna, Nat e Ian perguntando se estão bem. Ian responde no mesmo instante: Bom dia, princesa. Estou ótimo e você? Vamos correr hoje? Estou bem e sim, vamos, que horas? – respondo. Estou descendo para comer alguma coisa agora. Vem aqui – escrevo. Ok. Tiro três hamburgueres de lentilha do freezer, cozinho arroz integral, e começo a preparar uma salada antes da campainha tocar. Ele está com roupa de corrida. Almoçamos e, por incrível que pareça, ele ama os hamburgueres. — Estou ficando realmente impressionado com suas comidinhas veganas. — Fico feliz em ouvir isso. — Amanhã o almoço vai ser por minha conta. Dou de ombros. — Feito. Acabamos de comer e vou me trocar. De alguma forma ele me convenceu a ir para o hotel dele depois, então, levo uma troca de roupa. *** Depois da corrida tomamos um longo banho de banhe