— O que fazia lá em baixo? — Quanah perguntou assim que voltamos para o quarto. — Pensei que estava dormindo. — Não consegui pegar no sono e desci atrás de um pouco de leite. — suspirei me dando conta de que nem mesmo ali estava segura. — Não imaginei que tentariam me atacar aqui dentro, muito menos que pessoas que ajudaram a me criar fariam isso. Quanah afagou minhas costas, tentando me consolar de alguma forma, mas minha cabeça ainda se voltava ao momento que Kalina desfez o feitiço e desmascarou Agnes. — Sinto muito que isso tenha acontecido. — ele beijou meus cabelos de forma calma, mostrando um lado que eu não sabia que ele tinha, um lado carinhoso e totalmente dedicado. — Infelizmente não posso te dizer que isso vai mudar, seu poder é grande de mais e isso vai atrair pessoas de todos os lados. Pessoas que nem sempre vão querer o seu bem. Ele tinha razão, cada vez mais eu começava a pensar que não estava segura em nenhum lugar, primeiro Nikolai usou Seth para chegar até a mim
Agnes foi trazida até parar a nossa frente com um guarda de cada lado, além dos braços amarrados para trás e de um roxo na cabeça, que eu tinha certeza ter sido a responsável por isso, não havia nada de diferente nela. Seu olhar não estava calmo e meigo como eu costumava lembrar, estava duro e frio. Alice se aproximou de onde estávamos, saindo do fundo da multidão ela parou na primeira fila, ao lado de Flora e Kalina. — Estamos reunidos aqui hoje, para julgar essa mulher por suas ações contra Bridget Bishop. — dessa vez foi uma mulher anciã que se pronunciou — Ela é acusada de atentar contra a vida da jovem, se passando pelo espirito de sua mãe com a intensão de tirá-la daqui e levá-la até as outras bruxas de seu coven. Eles olharam na nossa direção e com um aceno de cabeça passaram a palavra para Quanah. Ele se deu passos calculados até estar cara a cara com Agnes, antes de começar suas perguntas. — O que você queria levando-a para fora daqui? — ela não disse nada, apenas o enca
Eu estava em choque, minha respiração estava descompassada, quase se acabando, eu não conseguia respirar ar suficiente para que os meus pulmões trabalhassem direito e quase cai para trás. — Bridget, acho melhor você se sentar. — Quanah avisou me segurando mais apertado contra si. — Não, eu preciso saber! — não sairia dali até ter todas as respostas, por mais difíceis e doloridas que pudessem ser. Kalina fez as sombras recuarem, acabando com a gritaria de Agnes, enquanto isso nós a encarávamos esperando por mais respostas. — Eu não sei se vocês são uma dessas crianças que foram visitadas com esse poder, não sabia que havia sobrado nenhuma. — ela encarou a nós duas com aqueles olhos vazios, a imensidão negra nos consumindo. — Bridget obviamente tem um poder sem igual e eu posso sentir a natureza da sua magia tocar a minha, afinal ela é pura magia negra, a mesma que eu invoco, e eu me sinto impelida a me curvar ao seu poder. Mas você Alice, não consigo sentir nada. — Isso só pode se
Minhas preocupações estavam certas, aquela cobra peçonhenta em forma de bruxa tinha confirmado, aquela poder estava mesmo consumindo Bridget e quanto mais ela usasse pior seria. Eu estava organizando toda o grupo que iria escolta-las até o coven, alguns dos nossos guerreiros ficariam ali, pois a alcateia também necessitava de proteção e com Hades a solta não podíamos baixar a guarda. Bridget estava preocupada com as outras meninas, eu podia ver isso, mas eu só conseguia me preocupar com ela e com nosso filho. Por mais que todas estivessem correndo perigo, ela era a única que tinha começado a usar os poderes malditos, as outras tinham mais tempo enquanto continuassem sem saber de nada. — Precisamos ir o mais rápido possível. — Peta entrou no escritório enquanto eu passava as rotas com Denah e os outros que me acompanhariam. — Você não vai a lugar nenhum, precisa ficar aqui e proteger nosso território... — Mais sorte da próxima vez, eu não vou ficar aqui e deixar elas sozinhas. — e
Kalina se aproximou de Quanah e ergue as mãos em direção ao seu rosto, mas eu a parei no meio do caminho, o que quer que ela fosse fazer com ele eu queria saber antes. — Está tudo bem, Bri. — ele murmurou, querendo me passar uma confiança que nem mesmo eu tinha. Talvez eu não quisesse de verdade saber se Hades estava ou não na cabeça dele, lendo seus pensamentos. — Isso não vai machucá-lo. — Kalina me garantiu. Sacudi minha cabeça e mesmo relutante abaixei minhas mãos, deixando que ela segurasse seu rosto e vasculhasse sua cabeça. Quanah ficou com os olhos pretos como a noite, assim como os dela e eu suspirei tentando ser forte e não acabar com tudo antes do tempo. Mas dessa vez não demorou como com Agnes, talvez porque Quanah não resistiu a sua invasão, ela rapidamente teve a sua resposta e se afastou, mas a expressão em seu rosto fez meu coração doer. — Não! Diga que não é verdade! — gritei, mesmo que não soubesse tudo que aquilo implicaria eu sabia que não era boa coisa. — I
Eu estava detestando cada minuto daquilo, dar o braço a torcer e deixar que aquele verme se aproximasse de Bri, ainda por cima comigo longe, era a coisa mais difícil que eu já tinha feito. Estava tentando ver pelo lado positivo, quanto mais rápido eles partissem e encontrassem as outras, mais rápido eu teria minha mulher e meu filho de volta perto de mim. Nikolai chegou até nós, não escondeu toda a preocupação que ele estava sentindo enquanto marchava direto até Bri, ao menos isso eu podia contar com isso, ele se importava de mais com a “prometida” dele, então cuidaria dela. — O que aconteceu aqui? — ele questionou olhando em volta toda a destruição e cadáveres. — Hades! — Bri foi mais rápida com as palavras. — Ele descobriu o que as bruxas estavam planejando, querendo que eu e as minhas irmãs o destruíssemos, para elas conseguirem o poder do submundo. Ele chegou aqui antes de nós e destruiu todas as pessoas que viviam aqui, agora deve estar atrás das outras duas que faltam. — Irm
Eu tinha explicado para Nik tudo o que Kalina havia conseguido arrancar de Agnes, sobre as bruxas, meu poder e Hades.Ele estava no banco do carona, Flora tinha insistido em dirigir e me fez deitar no banco de trás. Eu tentei protestar no começo, mas ela estava certa sobre eu estar fraca e precisar descansar, pois toda a cena daquelas pessoas queimadas me fez colocar pra fora tudo que eu havia conseguido comer essa manhã.Agora precisava guardar forças, já que não sabíamos o que poderíamos enfrentar.Me virei tentando encontrar uma posição confortável, que no mínimo me ajudasse a descansar, mas parecia impossível. Na meia hora que estávamos ali, eu não tinha conseguido fechar os olhos.Por sorte de Kittery até Boston eram apenas uma hora e alguns minutos, ou eu enlouqueceria. Com toda certeza com o ânimo que eu estava não conseguiria viajar como Peta e Alice, que tinham um caminho longo de dezesseis horas de estrada.Eu comecei a tentar pensar em tudo de bom que tinha acontecido nos ú
Saímos de lá um tanto sem rumo, eu estava no banco de trás, tentando de tudo para acalmar Brooke. Os cabelos dela eram de um loiro quase branco e curto na altura do pescoço, a roupa que ela usava, um vestido cheio de babados e laços, junto com o crucifixo que ela levava no pescoço, me dizia que ela era um tanto religiosa. Imagino que sua confusão deve ter sido ainda maior quando conseguiu fazer a terra tremer. — Co...como você fez aquilo, jogou as pessoas longe se...sem mover um dedo? — ela ainda tremia e eu tinha certeza que não era de frio. — Do mesmo jeito que você estremeceu a terra, nós podemos mandar nos elementos com apenas o pensamento. — Não, não, não! Isso é loucura! — ela gritou e olhou para os lados. — Nada disso é real! É só mais um pesadelo. — Eu sei como é se sentir assim, faz pouco tempo que descobri sobre esse mundo e que encontrei meus poderes. Mas tudo vai ficar bem, estamos aqui pra ajudar. — Não não, se eu morrer no sonho vou acordar. — Brooke disse e tento