Narrador
Depois de sair do hospital, Tae deixou Shimin na casa de Pedro e foi para casa fumar seus cigarros e ouvir músicas tristes. Shimin voltou depois, triste por ter terminado com Pedro novamente, mas achou fofo ouvir seu irmão arriscando no espanhol, e perguntou:
— O que é isso que está cantando?
Tae simplesmente apontou os fones, mostrando que não estava ouvindo o que o irmão dizia e nem iria se esforçar para ouvir.
Shimin sentiu a barriga roncar. Pedro insistia que Shimin tinha questões não resolvidas com Soobin e não queria voltar. Não ofereceu nem uma água para Shimin, que agora sentia uma fome absurda.
Ele preparou arroz temperado para
NarradorTae acordou às 5h da manhã lembrando daquela conversa absurda.Ele expôs seus sentimentos. Somente os mais urgentes.E ela fez pouco caso.A verdade é que Tae estava se sentindo muito carente, principalmente depois que Diana o protegeu naquela festa. Ele precisava desesperadamente e carinho, e aceitava os míseros beijos que ela lhe dava no rosto quando tinha vontade. Era o máximo que ela fazia para demonstrar alguma coisa.Mais um dia que ele acordava perguntando se aquele acordo valia a pena.Ele ficou tanto tempo pensando que só se levantou às 6:30. Aquela rotina terrivelmente desbalanceada não podia lhe fazer bem de
Narração DianaEu não me arrependi de ter dito nenhuma daquelas palavras, pois era o que eu estava sentindo. Mas, eu não consegui lidar com a expressão que Tae fez em seguida. Ele ficou paralisado, com os olhos arregalados e imbuídos de dor. Ele ficou muito triste. Seus olhos ficaram vermelhos na hora, e antes que ele falasse qualquer outra coisa, eu afastei as mãos dele de mim, e completei:— Amanhã você vai me buscar para mais um dia normal de falsidades? Mais um dia insosso e sem graça, mais um dia em que mentimos para todos, menos para nós mesmos. Mais um dia em vão nessa droga de vida. Estou jogando a minha vida no lixo com você!Tae ergueu a mão para secar as lágrimas que eu mesma derramei sem perceber, em vez
Narrador— Meu filho... — Jieun falou, em coreano. — O que fizeram com você?— Nada, mãe. — Tae secou as lágrimas e voltou a se sentar no sofá. Jieun não sabia falar um "oi" em português, então ficou parada na frente de Diana e segurou as mãos dela em um cumprimento, sorrindo. — Esta é minha namorada, Diana.— O que está falando para ela? &mdas
NarradorA noite foi seca.Amarga.Saudade é um sentimento intragável, e a vontade de estar com alguém sem poder deixa o dia vazio e sem graça.Diana foi dormir com raiva por causa do treinador Montanha e acordou se sentindo usada. Ser dispensada depois do expediente é uma tristeza enorme. Saber que tinha sido mantida ali somente por causa de Tae, sem nenhuma valorização de todo o seu esforço, fez Diana perceber que não queria mais estar ali.Qualquer trabalho, por mais simples e sem importância que aparente, precisa de reconhecimento.Diana chegou à sala de aula com o pior dos humores, e respirou fundo antes de e
NarradorDiana tomou um soco tão forte na boca que sua cabeça ricocheteou. Não sabia de onde a líder de torcida tinha tirado tanta força, a dor e a ardência foram imediatas.— Isso é por ter me tirado do time! — Gritou Hannah.Outro soco, dessa vez no nariz.— Isso é por ter me agredido na festa!Usando os braços para se defender, em vão, Diana sentiu o gosto do sangue descendo do seu nariz até os lábios. Ela não conseguiria se proteger do próximo golpe, suas energias se foram. Hannah pegou a base da taça que quebrou no chão, colocou o joelho sobre o ombro de Diana e disse, antes de rasgar o rosto de
Narrador— Desculpe. — A ruiva uniu as sobrancelhas, desolada, e cobriu o rosto com as mãos. — Eu não consegui…— Cadê o meu irmão, Diana?! — Shimin uniu as sobrancelhas, levantando-se para olhar a água. — Tae! Tae, por favor!Shimin caiu de joelhos nas pedras, gritando de angústia.— Estou aqui. — Disse uma terceira voz, que eles conheciam bem. Tae apareceu caminhando pela margem. De fato, a correnteza o levou para bem longe e seus braços e pernas estavam muito cansados.Sem conseguir conter a felicidade, Diana pulou nos braços de Tae e o derrubou no chão, distribuindo beijos por seu rosto. Narrador— Está bem, mãe, eu não estou gostando nada disso. Por que está se metendo no meu relacionamento? — Tae falou, bem sério.— Eu já sei de tudo, Tae! — Disse Jieun. — Essa garota estava flertando com seu primo! Vi fotos. Agora fez vocês caírem num rio! Ela anda bêbada por aí, quebrou suas coisas! Vi os olhos dissimulados dela! Eu nunca vou aceitar esse relacionamento!Tae lançou um olhar para Shimin. Alguma coisa o mais velho foi forçado a falar, certamente. Shimin não consegue ment33. Quer namorar comigo?
Narrador— Eu aceito. — Diana disse, com apenas um sorriso confiante e envergonhado no rosto.— Aceita?Tae até demorou para entender a rapidez com que ela aceitou. Achou que ela ia fazer um sermão ou ralhar com ele antes do sim, mas não. Ela aceitou sem ressalvas. Novamente, ele estava de pé, colocando o anel em seu dedo, recordando-a do quanto ele era alto.— Eu estou feliz que aceitou. — Ele disse, sorrindo. Diana ainda não conseguia acostumar-se com o fato de não ter que pagar com humilhações por aquela declaração. Era de graça? — E-eu não sabia se ia gostar do modelo. E tive medo que não coubes...Ela o