Mikhail Petrov— O que está acontecendo aqui? Vocês dois quase morreram e já estão brigando? — Ivana nos repreende, a voz dela cortando a tensão como uma lâmina. Meu coração acelera, e sinto o peso das verdades não ditas sobre meus ombros.Isabella se vira para Ivana, o rosto dela uma máscara de indignação, mas também de dor. — Ivana, eu não quis brigar com ele, mas parece que o seu filho só piora as coisas — diz ela, aproximando-se para abraçá-la — Você acredita que ele fez Mikhail enganar a moça que está ao lado da mãe, só para forçar uma aliança entre nós? — Cada palavra dela cai como um martelo.Sinto um nó se formar no estômago. Niklaus, que se manteve quieto até agora, está com uma expressão que não consigo decifrar. Ivana, por outro lado, está confusa, olhando em volta como se esperasse que a resposta a uma pergunta invisível se materializasse.— Quem é Mikhail? — Ivana pergunta, surpresa e perplexa, os olhos dela procurando a minha presença na sala. Ela não sabe que Niklau
Sophie CassanoEncontro Aleksander no corredor da mansão, e só de vê-lo, sinto meu estômago revirar. Ele me encara, os olhos cheios de culpa, e o ar entre nós fica pesado. Cada encontro com ele é um lembrete doloroso do que perdi por causa das suas ações.— Isabella não está aqui — digo, tentando manter a voz firme — Ela está no jardim de inverno com minha mãe — Estou a um passo de me afastar quando ele fala novamente, me parando.— Sophie, eu preciso falar com você — ele começa, hesitando — Sei que o que fiz foi errado. Convenci Mikhail a engravidar você para forçar a aliança entre a Bratva e a Camorra. Isso foi uma traição terrível, e sinto muito — Seus olhos, geralmente frios, agora mostram uma vulnerabilidade que me pega de surpresa.Fico paralisada, tentando processar o que ele está dizendo. A dor e a raiva borbulham dentro de mim, lembrando-me de como ele arruinou minha vida.— Você sabe o que fez? — Minha voz treme, mas está cheia de uma força que não sinto — Você me usou, sen
Mikhail PetrovNo meu quarto, o silêncio pesa. Tento processar a conversa tensa com Niklaus e a tempestade emocional que seguiu com Sophie. Estou sentado na beira da cama, olhando para o nada, quando Aleksander entra, com a expressão preocupada.—Mikhail — ele começa, fechando a porta atrás de si — Está tudo bem? —Olho para ele, a dor e a exaustão escritas no meu rosto. — Não, Aleksander, não está — Ele se aproxima, sentando ao meu lado, esperando que eu continue.Sei que ele está genuinamente preocupado, mas também sei que parte do que aconteceu hoje tem raízes nas escolhas que ele e eu fizemos.— Eu vi Sophie — digo, tentando manter a voz firme — Depois da conversa com Niklaus, eu estava arrasado. Saí do escritório, e lá estava ela, no corredor — Aleksander me observa, seu olhar carregado de preocupação. Ele sabe o quanto Sophie e eu temos lutado para encontrar algum equilíbrio após o que fizemos.— Ela estava linda como sempre — continuo, a voz vacilando com a lembrança. — Mas
Isabella PetrovEstou de pé na varanda da casa de praia, olhando para o vasto oceano que se estende diante de mim. O sol começa a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, mas minha mente está longe de apreciar a beleza ao meu redor. Estou pensando em Sophie e Mikhail. Eles precisam resolver as coisas entre eles, e a ideia de deixá-los nesta ilha remota parece a melhor solução.Eles não sabem, mas amanhã os trarei para cá, para o que acreditam ser um simples passeio. Mikhail, com sua rigidez e mistérios, e Sophie, sempre tão emocional e vulnerável, precisam de tempo juntos, longe de tudo e todos. Aleksander, meu marido, não sabe do meu plano, mas ele concordaria que isso é necessário. Não posso mais assistir aos dois se esquivando dos problemas e das conversas que precisam ter. A tensão entre eles só cresce, e enquanto estiverem cercados por pessoas, nunca chegarão a lugar algum.Aqui, sem interferências, sem distrações, só restará a eles a companhia um do outro. E talvez, fi
Sophie CassanoAinda processando a conversa intensa e dolorosa que tivemos, minha mente está uma tempestade de emoções enquanto sigo Mikhail em direção à mansão na pequena ilha. Cada passo parece um misto de alívio e apreensão, uma esperança de reconciliação misturada com o medo de mais desilusões. A verdade exposta por Mikhail foi um golpe duro, mas também uma oportunidade, uma chance para recomeçar.A mansão à nossa frente é um refúgio do luxo simples, com janelas grandes e uma arquitetura elegante que parece quase um santuário isolado do mundo exterior. À medida que entramos, o ambiente acolhedor e calmo contrasta com a turbulência interna que estou sentindo. A mansão, com suas paredes claras e móveis sofisticados, parece um refúgio sereno, longe do caos e das pressões que enfrentamos no mundo lá fora.Mikhail me guia para a cozinha, onde um lanche simples está preparado: frutas frescas, pães e queijos. É uma cena que deveria ser comum e tranquila, mas agora carrega um peso emocion
Mikhail Petrov A luz da manhã entra suavemente através da janela, criando um padrão de sombras e brilho no quarto. Acordo devagar, os sentidos ainda embriagados pela calma da noite passada. Sophie está ao meu lado, dormindo tranquilamente. O ambiente está silencioso, salvo pelo ocasional suspiro dela e o leve som dos pássaros lá fora. Sinto uma paz que não experimentei por um longo tempo. A reconciliação que tivemos ontem à noite trouxe uma clareza que eu havia buscado desesperadamente.Ela começa a se mover, despertando. Vejo seus olhos se abrirem lentamente, revelando um olhar sonolento, mas contente. Ela sorri ao me ver, e o sorriso dela faz meu coração se aquecer. A tensão que costumava marcar nossas interações se dissipou, substituída por uma sensação reconfortante de entendimento.— Bom dia, Anjo — ela murmura, a voz ainda suave e cheia de sono.— Bom dia, meu raio de sol— respondo, forçando um sorriso enquanto me alongo. A sensação da noite passada ainda está fresca, e a suavi
Mikhail Petrov O calor da manhã é substituído por uma sensação de tranquilidade e conexão profunda enquanto Sophie e eu nos recuperamos após algumas horas intensas de sexo de reconciliação. O sol já se eleva no céu azul e limpo, iluminando o quarto do chalé que montamos na ilha. A sensação de estar tão isolado, longe das tensões da vida cotidiana, é um alívio que valorizamos profundamente agora que percebemos que precisávamos disso. Sophie deita-se ao meu lado, os olhos brilhando com uma mistura de contentamento e introspecção. Sinto um desejo de prolongar esse momento, mas a necessidade de começar o dia e explorar a ilha nos chama. Decidimos que seria ótimo aproveitar o dia, e a ideia de um banho refrescante para começar bem o dia é tentadora.— Vou me refrescar um pouco — diz Sophie, levantando-se da cama e vestindo um vestido leve que ela trouxe para a viagem. — Já volto — Completa se retirando do quarto. — Claro — respondo, observando-a com um sorriso enquanto ela se dirige par
Sophie CassanoA escuridão do lugar é uma prisão que parece não ter fim. O espaço é pequeno, abafado e claustrofóbico, e cada respiração é um esforço consciente, um lembrete constante da realidade angustiante em que me encontro. O medo é uma presença constante, e o silêncio ao meu redor é esmagador, quebrado apenas pelos ecos de meus próprios pensamentos e pela batida frenética do meu coração.A lembrança do momento em que tudo começou é turva e fragmentada. Estava na ilha particular de meu cunhado, um refúgio que deveria ter sido um escape tranquilo da rotina. Havia decidido sair para tomar um banho no mar, desejando sentir a água fria contra a pele quente do dia. Era para ser um momento de paz, mas o que se seguiu foi uma explosão de pânico e caos. A imagem do mar tranquilo, das ondas suaves, parece tão distante agora. Lembro-me de ter ouvido um som estranho, algo que não estava em sintonia com o ambiente calmo. A sensação de estar sendo observada, uma inquietação inexplicável que