03 - Emily Harris

Emily Harris

Entro no elevador xingando o CEO da empresa por todos os nomes possíveis e conhecíveis, e quando acabo de falar os que conheço, começo a xingá-lo em outros idiomas. Mas nada daquilo parecia estar controlando a raiva que estava sentindo, percebo que estou hiperventilando pela raiva ao notar que o senhor Walker estava agindo de forma discriminatória. 

— É um arrogante, idiota…

Já protegida pelas paredes espelhadas do elevador, me dou conta de que, além de muito arrogante, o senhor Walker é um homem extremamente bonito, pelo seu rosto não aparentava ter a idade que ele tem. Quando pesquisei um pouco sobre a empresa, me surpreendi em saber que ele tem apenas trinta e quatro anos e já é o CEO da Walker Corporation.

Com o falecimento de seu pai, alguns anos atrás, ele acabou herdando a empresa e, pelo que as notícias eram espalhadas desde que assumiu, a empresa se tornou ainda mais notória e a cada dia se tornava ainda maior. Sinal que, além de muito arrogante, ele tem uma boa visão sobre o mercado que faz parte.

Mas, quando ele me julgou, senti uma raiva enorme dele. Nem mesmo a visão magnífica de seus ombros largos, seus músculos marcando o seu terno, a gravata no mesmo tom da saia que estava usando que me deu ideias, amenizou o desconforto em saber que ele não desejava que uma mulher trabalhasse ao seu lado.

Ver em seu rosto a expressão de que ele é um homem decidido, que sabe o que fazer quando quer, foi isso que me deixou um tanto que nervosa enquanto idealizava pensamentos inapropriados com o homem que poderia se tornar meu chefe.

Ao ouvi-lo dizer que a vaga era para alguém do sexo masculino, fez notar que esse mundo corporativo talvez não seja o meu lugar. Um pouco mais tranquila ainda no elevador, decidi desencanar e não ficar na expectativa de ser chamada para preencher a vaga. Respiro fundo quando chego ao térreo e me aproximo da recepção para entregar o crachá de visitante.

Dou um sorriso amistoso para a moça e procuro meu celular na bolsa para avisar a Emma que estou voltando para casa, pensando em uma desculpa simples para dar a ela sobre o fiasco da entrevista que acabei de ter. Se puder chamar aquilo de entrevista, uma vez que Noah Walker apenas fez uma simples pergunta e logo em seguida deixou claro que ele prefere um homem para a vaga, o que me faz revirar os olhos com a atitude do CEO arrogante.

Assim que abro a bolsa, me dou conta de que esqueci o envelope com meus documentos na sala do senhor Walker, paro de andar antes de sair do prédio. Respiro fundo e olho em direção à atendente, fico pensando se vale a pena voltar até o último andar para tentar reaver os meus documentos e encarar aquele homem que parece se achar o dono do mundo.

“Será que consigo uma segunda via de tudo que deixei lá em cima?”

Penso ainda parada no meio do saguão, mas acho que acabo chamando a atenção da recepcionista, que se aproxima de mim com um olhar questionador por ainda estar parada no meio da entrada.

Sorrio e crio coragem para ir falar com a atendente que me dava um sorriso caloroso. Respiro fundo, porque sei que será uma dor de cabeça conseguir todos os meus documentos novamente, sem falar que terei vergonha para pedir uma nova carta de recomendação aos meus professores.

— Senhorita? Aconteceu algo ou precisa de ajuda? — A atendente fala toda prestativa.

A vejo olhar para fora do prédio, talvez esteja pensando que esteja sendo coagida por alguém, chega até me sentir acolhida por ela nesse momento, fico sem jeito e tento ser simpática.

— É que só me dei conta agora que esqueci o envelope que estava com todos os meus documentos e algumas outras coisas importantes que são importantes, na sala onde fui. — Digo gentilmente, tentando não aparecer uma ameaça.

Surge um sorriso gentil em seu rosto e sinto um alívio enorme quando ela me devolve o crachá que acabei de entregar. Agradeço e tomo coragem de ir buscar o que esqueci, pego a identificação de sua mão e o prendo novamente em minha blusa.

Caminho para os elevadores e a expectativa de rever aquele homem, que mesmo sendo um arrogante, é muito sexy com aquele olhar em cima de mim, deixando claro que ele poderia fazer loucuras comigo. Aperto uma coxa na outra ao sentir a minha excitação se tornando um incômodo.

Não há como negar que o seu olhar me deixou com as pernas bambas, sinto que um furacão de borboletas se instala em minha barriga e um nervosismo que não havia na primeira vez que subi até esse andar começa a me deixar cada ansiosa e com falta de ar.

Ao sair do elevador no andar da presidência, posso sentir a fragrância de seu perfume, o mesmo com toques amadeirados, a fragrância que impõe respeito e um comando absurdo. Tento não demonstrar nenhuma reação e vou até a sua secretária. Olho para a sua mesa atolada de documentos e percebo o quão atarefada estava.

Antes que fale qualquer coisa, a voz do senhor todo-poderoso ecoa do telefone que estava sobre a sua mesa. A mulher confirma o seu comando e a vejo se erguer, pegando algumas coisas, e antes que se afaste muito de sua mesa, ela deixa cair vários documentos que tinha em suas mãos no chão.

Olhando para a mulher que parecia que não estava em seus melhores dias, acabou me compadecendo da pobre moça. Me abaixo para poder ajudá-la com a tarefa e não me dou conta de que, quando a caixa se abriu espalhando todos os documentos, a porta de seu escritório abriu e entrei agachada.

— Desculpe, senhor Walker, vou organizar toda essa bagunça! — A secretária diz e engulo em seco.

Enquanto estou abaixada ajudando a infeliz secretária, me sinto observada e isso me deixa com menos vontade ainda de enfrentar o CEO, que deve estar sentado em seu trono. Suspiro e entrego para a moça todas as folhas que haviam caído.

Levanto e arrumo a minha postura, puxo uma última respiração profunda antes de encarar os olhos azuis do CEO. Mas quando o encaro, percebo que nesse momento ele estava sem o seu terno e sua gravata estava frouxa, assim como seu primeiro botão aberto. Seu olhar era diferente, me senti sendo analisada como se fosse uma presa.

Suas sobrancelhas grossas estavam franzidas e creio que esteja se perguntando o motivo de estar ali novamente.

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