Acordo bem cedo, organizo umas coisas para Henry resolver e deixo ele no comando da alcateia enquanto fico com a minha Ômegazinha. Saio de casa e vou rumo à casa dela. Antes de chegar lá, passo em uma padaria e compro uns lanches para nós. Talvez ela ainda esteja dormindo, então não vai precisar fazer café da manhã, pois já estarei levando. Chego à casa dela e bato na porta. Escuto uns passos bem lentos e peço para ela abrir a porta, que sou eu. Quando ela abre, vejo que acabou de acordar, pois ainda está de pijama. Eu caminho até ela e a abraço, pois estava com saudade da minha oncinha. — Espero que seja só comigo que você tenha essa mania de abrir a porta vestida assim. — Digo, olhando para ela dos pés à cabeça. Ela se afasta um pouco, olha para si e percebe como está vestida, e diz com a voz embargada: — Estou tão desligada que nem percebi que ainda estava de pijama. Desculpa, espera um pouco que irei trocar de roupa. Com uma mão, eu pego em seu ombro e, com a outra, levanto seu
Entrei em meu carro enquanto Helena ia ao carro de seu pai. Ao chegar em casa, vejo Henry me esperando. Passei o caminho até aqui imaginando o que seria que papai teria para nos falar. Será que ele já sabia que Helena é minha companheira? E se for isso, sei que vou levar a maior bronca quando ele descobrir que eu a rejeitei. — Já estava quase indo atrás de você. Seus pais chegaram e querem falar contigo. Acho que marcaram uma reunião, só não sei com quem ainda. Bem na hora em que ele cala a boca, o carro do pai de Helena chega, estacionado bem atrás do meu. — Com Helena e seus pais. Só não sei o motivo ainda, mas vamos já descobrir. Henry olha de mim para os nossos visitantes e me observa novamente, como se questionasse. Porém, só dou de ombros para ele e entro na frente, deixando-o esperando Helena e seus pais. Quando entro em casa, pergunto a Artur, que está com Valentina no sofá, onde está meu pai, e ele responde que está no escritório dele. Mas, antes de me virar, vejo meu pai
Estava em uma discussão com Theo e, do nada, o pai dele deu ordens para nós pararmos de discutir, pois ainda tínhamos muito o que conversar. Então, Theo virou o rosto para mim, como se perguntasse: "Ainda tem mais?" Dou de ombros para ele e ele bufa. Somos chamados para sentar, só que agora um do lado do outro. Theo me encara novamente e j**a a pergunta no ar. — Então, o que temos que saber além do que vocês passaram a vida toda nos escondendo um segredo tão grande assim? — Calma, filho, não podíamos contar sobre isso, porque, se essa história sair da nossa alcateia, a vida de Helena corre risco. — Como assim, pai? Como ela poderia estar em perigo? — pergunta Theo ao seu pai. Ele para um momento, pensando em algo, então me olha e pergunta. — Aquele homem na floresta, quem era ele, Helena? E não adianta me esconder mais nada. Não me faça usar o meu comando de alfa para você poder falar tudo que está escondendo. — Não precisa usar nada em mim, não. Mas essa história é mais da minha
Estávamos tão concentrados na conversa de minha mãe que acabamos levando um susto quando Theo levantou-se exaltado, dizendo que ninguém toca no que é dele, que primeiro ele mata e depois faz perguntas. Todos caímos na gargalhada; o assunto é muito sério, só que a forma como ele falou e o fato de que ninguém estava esperando por esse surto dele quebraram o clima tenso que estava no escritório do Alfa Moisés. — É isso aí, meu filho, tem que defender o que é teu. Disse o pai de Theo, fazendo eu ficar com vergonha, e logo meu pai o acompanhou. — Moisés, não esqueça que estamos falando de minha filha, viu? Agora quem ri são os mais velhos, acompanhados por Artur e Henry, mas Theo e eu ficamos sérios. — Eu sei que ela é sua filha, Beta Mark, mas ela é minha companheira, então sim! Ela é minha. — Tu és doido, Theo? Quantas vezes tenho que te falar que não sou sua? Eu não pertenço a ninguém, e você me rejeitou, lembra? Então, minha companheira vai ser alguém que vou escolher a dedo
Eu ainda não acredito em tudo que ouvi. Parece mentira que Helena não é o que eu sempre pensei. Por um momento, achei que estava sonhando e que a qualquer momento iria acordar, mas não, tudo é real mesmo. Após o término da reunião, que serviu mais para discutir a relação com Helena, tudo ficou esclarecido, menos meu sentimento, pois ela ainda acha que quero apenas enganar ela. O bom da reunião foi saber que o namoro de Helena com aquele garoto é falso, e amei ainda mais quando seus pais disseram que ela teria que ficar na minha casa por segurança. Fico aflito quando penso que algo pode acontecer com a minha ômegazinha. Eu daria minha vida primeiro só para mantê-la segura, longe daquele monstro. Agora estou aqui no carro com Henry. Ele está muito calado, então decido quebrar o silêncio. — Por que você está tão silencioso? — pergunta Henry. — Sei lá, cara, é tudo tão louco. Essa história da Helena ser filha da Deusa é surreal. — Eu que o diga, nunca passaria pela minha cabeça isso
Estamos no carro de Theo, ele ao meu lado e Henry está dirigindo, rindo da forma como estou tratando o amigo dele. Finjo que estou dormindo, mas só estou mesmo com os olhos fechados e tentando não rir das brincadeiras deles. Sinto Theo chegar mais perto de mim e segurar minha mão; esse homem ama contato. Toda hora que pode, ele está me agarrado. Eu sei que estou sendo dura com ele e jogando em sua cara toda hora sobre a rejeição, mas se ele está realmente afim de mim, isso não fará ele desistir de mim. Eles começam um assunto sobre a companheira de Henry e eu não resisto, abro os olhos e Theo me olha rindo. — Eu sabia que você não estava dormindo, estava só fingindo, né? — Só não queria olhar para a tua cara, só isso. Então, Beta, você já conheceu sua companheira? — Já sim! Mas creio que ela não sabe que é minha companheira e pode me chamar de Henry. Helena, somos todos amigos. — Tá, bom, e realmente, se for quem estou pensando, ela não sabe mesmo. Nessa hora, ele para o carro
Chegamos à casa da alcateia e, após falar com todos, eu subo com Helena para mostrar o quarto dela. E claro que dei ordens para que seu quarto ficasse ao lado do meu. Achei que ela iria reclamar e dizer que queria outro, mas até que ela aceitou bem. Logo, ela me disse que queria chamar Ana e aquele fulaninho para vê-la. No início, não quis aceitar, mas minha oncinha colocou as garras para fora e disse que não estava me pedindo, e sim me informando. Eu aceitei, o que poderia fazer? Além disso, ela que não se engane, porque vou ficar de olho naquele amiguinho dela desde a entrada até a saída. Pedi para ela deixar para desfazer as malas depois, para descermos e irmos almoçar, que todos estão nos esperando. Só não contava que, quando estivesse chegando à cozinha, sentiria o cheiro que está me causando raiva só de senti-lo. Ela para na porta e aposto que já sabe que Vanessa está aqui. Não acredito que essa garota vai atrapalhar meu primeiro almoço em família com minha companheira ao meu la
Estou há quase meia hora trancada nesse banheiro, fugindo de Theo. Ele, por um lado, tem razão: não posso me descontrolar e deixar a raiva me dominar. Mas aquela garota é muito sem noção; ela queria nos tratar como se eu fosse a amante, como se eu estivesse tomando o lugar dela de companheira, quando, na verdade, é o contrário: ela quer tomar o lugar que é meu por direito. Só espero não ter que ver a cara dela diariamente enquanto estiver aqui. Já não basta eu estar aqui contra minha vontade, ainda tenho que aguentar as crises de ciúmes sem fundamento dela. Eu só não quero ela perto de Theo, pois sou capaz de arrancar a cabeça dos dois. — Acho que quem não quer ela por perto é ele mesmo. Tu não viste a forma como ele nos defendeu dela e ainda afirmou nosso lugar ao lado dele — diz minha loba. — Verdade, e ela faltou soltar fogo pelo nariz. — Achei que foi pouco o que fizemos com ela. Eu cheguei até a salivar com vontade de colocar minhas mãos no pescoço dela e quebrar aquele pes