Parece que estou até sonhando, aqui deitado abraçado com a minha companheira. Sem contar que hoje foi ela quem teve a atitude de me beijar e ainda tirou seu anel para eu sentir seu cheiro. Se me perguntarem qual foi o meu momento preferido desses meus 18 anos, eu diria com toda certeza que é esse momento. O momento em que minha ômegazinha me deu um pouco de carinho e, se pudesse, eu pararia o tempo só para continuar aqui deitado, sentindo o cheiro dela. Ainda me pergunto como pude ter sido tão idiota a ponto de quase perder essa garota, que quanto mais conheço, mais apaixonado fico. Olho no meu relógio e já se passaram uma hora e meia que ela está dormindo agarrada em mim. Tento trazê-la um pouco para o lado, porque estamos de mau jeito na cama, mas ela acorda e eu me culpo. Podia ter deixado ela do jeito que estava. Ela se espreguiça e me olha. — Por isso que estava achando esse travesseiro tão confortável. — Pode aproveitar mais então, sou todo teu. Ela tenta se afastar, mas sou m
Tentei de todas as formas me controlar. Vanessa, como sempre, sentada na cadeira que fica ao lado de Theo. A questão aqui não é nem pela cadeira, e sim pela forma como Vanessa o chamou; nem mesmo eu o chamei de amor ainda. O ódio me cegou nessa hora. Rania queria ter feito muito mais do que apenas derrubá-la. Ela até tentou avançar em mim, mas Theo a impediu e, como consequência, ela rasgou o braço dele. Ela passou de todos os limites, mas, por muita sorte dela, a irmã de Theo a levou para longe de nós. Só espero nunca mais ver essa garota. Não vou negar que ver ele me defender balançou o muro que ainda está entre nós dois. Ele só está demonstrando a cada dia que realmente está arrependido, e não vou mais negar: eu amo esse garoto. Mas não irei me entregar por completo, pois ele ainda tem que aprender muito. A forma como trata os outros... sei que comigo ele mudou, mas tem muitas pessoas que ele ainda acha que é melhor. E eu vim para mudar essa hierarquia; vim para mostrar que todos s
Entramos no quarto e Helena está rindo, mas, do nada, ela para e observa tudo em silêncio. Ao passar pela porta, vejo o porquê do seu silêncio: o quarto está destruído, parece que passou um ciclone, deixando rastro de destruição por todo lado, e eu tenho uma ideia de quem aprontou isso. Faço uma ligação mental com Henry e Artur e digo para eles virem ao quarto de Helena. Vejo que os olhos de Helena mudaram de tom e isso é sinal de que sua loba está querendo controle. Chego perto dela e a abraço forte. — Foi ela, não foi? — Ela diz, tentando recuperar o controle do seu corpo. — Sim, meu amor, já chamei Henry e Artur e vou mandá-los pegá-la e dar um castigo. — Não faça isso, apenas mantenha-a bem longe de mim e fique aqui perto de mim, porque minha loba quer ir atrás dela e, se ela sair, não conseguirei controlar. — Estou aqui, meu amor, não sairei de perto de você. Escuto os passos deles e, quando eles chegam à porta que está aberta, Artur comenta. — Por que o quarto de Helena est
Como ele pode dizer para eu assistir algo como se eu fosse conseguir assistir sabendo que ele está a alguns metros de distância de mim, e vamos ter que dormir no mesmo quarto, na mesma cama? Eu sei que à tarde dormimos juntos, mas isso é totalmente diferente, pois dividir o mesmo quarto é para quem tem bastante intimidade com a outra pessoa. — Calma, Helena, difere porque estamos no quarto do nosso companheiro, então é o mesmo que ser nosso! — Eu sei que ele é nosso companheiro, mas ainda assim não dá para ficar confortável em ter que dividir o mesmo quarto. — Verdade, Helena, tudo ainda é novo, mas vamos nos adaptando aos poucos. — É verdade, só que nunca tive que dividir espaço com ninguém. Agora tudo está virando de cabeça para baixo, não podemos nem dar uma volta pela alcateia sem correr o risco de ser descobertas. — É, e se saímos, tem que ser com ele, pois ele consegue nos acalmar. Ultimamente, estou sentindo que nosso poder está à flor da pele. Temos que encontrar uma forma
Para quem nunca dividiu o quarto com ninguém, até que eu dormi bem. Quando abro meus olhos, vejo Theo me encarando. Ele vem para perto de mim e penso que vai me beijar na boca, mas ele dá um sorriso e depois beija minha testa. — Bom dia, oncinha. — Bom dia, ogro. Faz tempo que você está acordado? — Tem um tempinho. Estava aqui admirando você roncando. — Mentiroso, eu não ronco, não. — Ronca, sim, igual a um urso quando está hibernando. — HAHAHA! Você acorda assim diariamente? Porque, se for, peço outro quarto ainda hoje. — Esse é o efeito de te amar. — Ele diz, me roubando um selinho. — Oh! Garoto sem vergonha, se for fazer isso, espere pelo menos eu escovar os dentes. — Então vamos agora mesmo escovar os dentes, porque quero passar o dia todo te beijando. — Ele diz, me pegando no colo e correndo até o banheiro. Eu agarro o pescoço dele com medo de cair dos seus braços. Chegando no banheiro, ele me coloca no chão e me dá minha escova com um pouco de creme dental nela. Eu não
Acordar com Helena em meus braços é a melhor sensação do mundo. Ela passa a noite se mexendo; acho que é por estranhar a cama. Ela despertando é a coisa mais fofa do mundo, que dá vontade de encher ela de beijos. Adorei o apelido que trocamos: eu a chamando de oncinha e ela me chamando de ogro. Levei ela para escovar os nossos dentes e, quando estava quase matando minha vontade de beijá-la, recebi uma ligação mental de Artur avisando sobre uma reunião que era coisa séria. Falei para Helena ir banhar-se, que eu ia buscar suas roupas que sobraram de ontem e que pedi para lavarem. Dei um beijo de bom dia nela e saí do quarto. Quando cheguei no andar da lavanderia, Valentina estava lá colocando umas roupas para lavarem. Cheguei até ela e beijei sua testa. — Bom dia, irmãzinha. — Bom dia, amor meu. Theo, me perdoa, isso tudo que está acontecendo com você e Helena é culpa minha por colocar Vanessa na nossa casa. — Você não tem culpa das loucuras daquela garota sem noção, não. — Ontem lig
Depois que os pais de Vanessa foram embora, Theo nos chamou para o café da manhã. Antes de nos sentarmos à mesa, meus pais me abraçaram e disseram que sentiram muito a minha falta, que a casa ficou vazia sem eu lá com eles. Então, eu os abracei bem forte. — Como você conseguiu acalmar Ayres? — pergunta minha mãe. — Não sei, mãe, eu só tentei e deu certo. — Acho que agora que você está com seu companheiro, teus poderes estão despertando mais rápido, e o que você fez com o lobo do seu pai pode ser um de muitos deles. — Talvez seja verdade, só sei que minha loba sentiu a ligação forte com Ayres, e eu falei com ele e deu certo. — Minha princesa é incrível e nunca duvidei disso — diz meu pai, me abraçando e beijando minha testa. — Sinto muito, querida, você não tinha que passar por tudo isso. — Tudo bem, papai, e é bom saber que tenho pessoas ao meu lado em quem posso contar sempre. Sinto Theo levantar minha mão até a boca e beijar. Dou um sorriso para ele e nos sentamos à mesa, qua
Termino meu banho, coloco uma calça, visto a cueca e saio do banheiro. Não encontro Helena no quarto, mas vejo a porta da varanda aberta. Vou até lá e a vejo olhando para a floresta. Vou até o sofá onde ela está, sinto o cheiro maravilhoso dela, sento ao lado dela e coloco minha cabeça no seu ombro, quase me deitando no sofá. — Sente falta de correr? — Até que sinto, mas sei que não é o tempo certo, então nem penso muito nisso. — Então, em que você está pensando, aí de olho na floresta? — Sabe, antigamente, quando eu pensava que um dia meu avô poderia me encontrar e fazer mal para mim, eu ficava com medo pelos meus pais e pelos meus amigos. Mas o que eu estou sentindo agora é medo de perder o que nosso futuro tem para nós dois. — Ela diz, colocando a cabeça na minha, procurando refúgio. Levanto a cabeça do seu ombro e a puxo para sentar em minhas pernas. Ela me abraça forte; até parece que está querendo aproveitar esse momento como se fosse um dos poucos que teremos, mas vou garant