Acordar com Helena em meus braços é a melhor sensação do mundo. Ela passa a noite se mexendo; acho que é por estranhar a cama. Ela despertando é a coisa mais fofa do mundo, que dá vontade de encher ela de beijos. Adorei o apelido que trocamos: eu a chamando de oncinha e ela me chamando de ogro. Levei ela para escovar os nossos dentes e, quando estava quase matando minha vontade de beijá-la, recebi uma ligação mental de Artur avisando sobre uma reunião que era coisa séria. Falei para Helena ir banhar-se, que eu ia buscar suas roupas que sobraram de ontem e que pedi para lavarem. Dei um beijo de bom dia nela e saí do quarto. Quando cheguei no andar da lavanderia, Valentina estava lá colocando umas roupas para lavarem. Cheguei até ela e beijei sua testa. — Bom dia, irmãzinha. — Bom dia, amor meu. Theo, me perdoa, isso tudo que está acontecendo com você e Helena é culpa minha por colocar Vanessa na nossa casa. — Você não tem culpa das loucuras daquela garota sem noção, não. — Ontem lig
Depois que os pais de Vanessa foram embora, Theo nos chamou para o café da manhã. Antes de nos sentarmos à mesa, meus pais me abraçaram e disseram que sentiram muito a minha falta, que a casa ficou vazia sem eu lá com eles. Então, eu os abracei bem forte. — Como você conseguiu acalmar Ayres? — pergunta minha mãe. — Não sei, mãe, eu só tentei e deu certo. — Acho que agora que você está com seu companheiro, teus poderes estão despertando mais rápido, e o que você fez com o lobo do seu pai pode ser um de muitos deles. — Talvez seja verdade, só sei que minha loba sentiu a ligação forte com Ayres, e eu falei com ele e deu certo. — Minha princesa é incrível e nunca duvidei disso — diz meu pai, me abraçando e beijando minha testa. — Sinto muito, querida, você não tinha que passar por tudo isso. — Tudo bem, papai, e é bom saber que tenho pessoas ao meu lado em quem posso contar sempre. Sinto Theo levantar minha mão até a boca e beijar. Dou um sorriso para ele e nos sentamos à mesa, qua
Termino meu banho, coloco uma calça, visto a cueca e saio do banheiro. Não encontro Helena no quarto, mas vejo a porta da varanda aberta. Vou até lá e a vejo olhando para a floresta. Vou até o sofá onde ela está, sinto o cheiro maravilhoso dela, sento ao lado dela e coloco minha cabeça no seu ombro, quase me deitando no sofá. — Sente falta de correr? — Até que sinto, mas sei que não é o tempo certo, então nem penso muito nisso. — Então, em que você está pensando, aí de olho na floresta? — Sabe, antigamente, quando eu pensava que um dia meu avô poderia me encontrar e fazer mal para mim, eu ficava com medo pelos meus pais e pelos meus amigos. Mas o que eu estou sentindo agora é medo de perder o que nosso futuro tem para nós dois. — Ela diz, colocando a cabeça na minha, procurando refúgio. Levanto a cabeça do seu ombro e a puxo para sentar em minhas pernas. Ela me abraça forte; até parece que está querendo aproveitar esse momento como se fosse um dos poucos que teremos, mas vou garant
O que deu nesse garoto para me beijar assim na frente dos meus amigos? Agora eles estão me olhando como se eu fosse um bicho de sete cabeças. Vou até eles, abraço primeiro o Tony e logo em seguida a Ana, que, como sempre, não deixa nada passar. — Essa viagem foi boa, hein? Viajou e o futuro alfa não gostava nem um pouquinho de ti, aí quando volta, estão no maior love. — Temos muito o que conversar, vamos até o jardim e lá eu conto tudo. Vamos até o jardim e eu conto quase tudo. Falo que minha mãe fugiu do meu avô, que é um carrasco e maltrata todos da alcateia, e com minha mãe não foi diferente. Falei que ele ainda procura por nós e sobre o dia que Theo me salvou, e que desde esse dia ela não parava de andar atrás de mim. Então, eu fingi uma viagem só para fugir de Theo, só que não viajei e fiquei em casa uma semana. Ele descobriu e, se eu não tivesse deixado ele entrar, ele teria colocado a porta abaixo. Falo também que a nossa ligação não quebrou mesmo com a rejeição e que, após t
Hoje vou contar um pouco sobre mim. Me chamo Henry Dias e fui criado pelo Alfa Moisés, depois que, infelizmente, meu pai morreu em uma das guerras que a alcateia enfrentou. Ele deu sua vida para salvar a do Alfa e, desde então, ele me criou como se fosse um dos seus filhos. Sei que ele não me trata como se fosse uma obrigação, mas sim como um filho mesmo. Moro aqui na casa da alcateia desde novo. Minha mãe, depois de cinco anos após a morte do meu pai, conseguiu ter sua segunda chance. Hoje, ela é casada com um bom homem, só que teve que sair da alcateia por ele ser humano. Ele sabe sobre nós, mas o Alfa deu a oportunidade de escolherem se iriam querer viver aqui ou no mundo humano, e então eles optaram por partir. Minha mãe quis me levar, mas eu preferi ficar por aqui mesmo. Eu ainda tinha muito que aprender sobre nosso mundo e não conseguiria deixar as pessoas que são importantes para mim. Não consigo ver minha vida longe dessa alcateia, embora sinta muita falta da minha mãe. Eu semp
Nossa noite de jogo até que foi divertida. Claro que dividimos em três duplas: Antony ficou com Helena, eu com Valentina e Henry com Ana. Artur foi o juiz. Helena e Antony ganharam a maioria das brincadeiras, e Ana disse que eles sempre empatavam quando faziam a noite de jogos deles. Acabamos juntando os melhores, por isso não tínhamos chance de ganhar deles. Nunca vi o Henry tão feliz quanto está agora; ele está se divertindo muito ao lado da sua companheira. Quando eu o via babando por ela, nunca imaginei que eu estaria do mesmo jeito ou até pior que ele, pois, se fosse por mim, Helena nem pisaria no chão. Vejo a forma como ela se divertiu com seus amigos aqui; só agora percebo que eles fazem bem para ela e que meus ciúmes eram sem fundamento. Vou fazer de tudo para vê-la bem, e se, para tê-la ao meu lado, eu tenho que aceitar os seus amigos e toda a carga que eles trazem consigo, então eu aceito isso tudo para ver minha oncinha feliz. Quando os jogos acabaram, eu me sentei perto de
Já faz um mês que estou morando aqui com Theo, um mês que decidi dar uma chance para nós dois. Nesse período, ele demonstrou ser um ótimo namorado. Ainda temos nossas desavenças, mas não demoramos nada para fazer as pazes. Eu não quero perder nem um dia do nosso relacionamento; quero curtir cada dia como se fosse o último. Não falei para ninguém porque não posso deixá-los preocupados, mas toda vez que saio para o jardim, sinto que estou sendo observada. Quando procuro, não vejo ninguém. Às vezes, penso que é coisa da minha cabeça, mas quando volto ao jardim, sinto aquela sensação estranha de que alguém está me vigiando. Não quero alertá-los, pois sei que não vão viver direito e ficarão em cima de mim vinte e quatro horas por dia, e eu não quero isso. Na primeira semana deste mês, quase fiquei sufocada com todos vigiando meus passos. Quando não era Theo, eram meus pais; quando não eram eles, era uma das pessoas que moram aqui. Isso já estava me sufocando, e pedi que me dessem um tempo,
Sabe o que é ser feliz? Eu achava que sabia até viver este mês com Helena e perceber que ser feliz é tê-la ao meu lado. Se bem que o apelido carinhoso que dei a ela caiu super bem, tem dias que ela está uma onça total. Já faz uns dias que ela tenta não demonstrar mais, mas fica evidente que ela está nervosa. Quando chego perto dela, ela sempre me abraça como se buscasse conforto ou um refúgio. Queria que ela me contasse o que tanto a está deixando nervosa, mas ela não me conta, e eu não quero perguntar para que ela se sinta livre e me fale quando achar melhor. Neste mês, estive muito ocupado com minhas obrigações de Alfa; é como se fosse um treinamento para quando eu me tornar o único Alfa da alcateia. Henry e Artur também estão junto comigo, e como falta apenas duas semanas para meus pais passarem a coroa para mim e Helena, estamos correndo para deixar tudo em ordem até lá. Nesse dia, tivemos que fazer uma reunião com meus sogros e meus pais para tentar colocar na cabeça de Helena q