Hoje estou mais ansiosa que os outros dias, é o dia da audiência do processo contra a doutora Andréa, por isso tive uma noite de cão. Cubro minhas olheiras com maquiagem, calço meu salto alto, já vestida, aviso meu pai que já chegou que estou descendo.
— Bom dia filha, ansiosa para o que está por vir?! — Ele nem imagina que eu não dormi a noite inteira.
— Bom dia pai, sim estou muito ansiosa, desde ontem para ser sincera.
Ele me conforta
— Vai dar tudo certo, você vai ver, estou do seu lado, a justiça está do seu lado, não há o que temer. Ela será julgada não só pela discriminação racial, mas também por desacato à autoridade, enfim a Rute também está cuidando disso. — ele fica vermelho ao falar da Tenente Rute, isso traz um sorriso aos meus lábios.
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Estou sentada no banquinho do bar observando a louca da Andressa, suada dançando com um cara alto e forte, ela rebola e se esfrega no rapaz que não fica para trás e aproveita para passar a mão em seu corpo, desvio minha atenção para outro casal que se agarra num canto do salão, permaneço no lugar, mas sou logo arrastada pela Andressa que tenta me ensinar os passos de uma dança, eu fico dura e não me solto.— Espera aqui que eu vou buscar uma pílula de coragem pra você, você vai se soltar rapidinho... — Ela grita no meu ouvido e sai empurrando as pessoas, minutos depois ela volta e antes que eu negue ela me olha com uma careta, tomo coragem e engulo a bebida que desce rasgando.Parece que ficou mais fácil dançar minutos depois de tomar aquela bebida, estou sorrindo à toa, e já aprendi alguns passos com a Andressa, não sei como ela
Abro os olhos, sinto que estou em uma cama muito confortável, estou em minha cama, abraço os travesseiros, mas percebo que não estou em casa assim que abro meus olhos, assustada me sento rapidamente, uma leve vertigem me faz fechar os olhos.— A bela acordou, espero que goste dos seus novos aposentos... — Me assusto com a voz masculina marcante. Olho para o dono da voz, calada estava, muda fiquei.Um homem ruivo, com uma regata masculina estilo exército, na cor preta, calça jeans azul, tatuagens em um dos braços, não tive coragem de olhar em seus olhos, ele é grande... O que eu estou fazendo? Saio da cama como se ela estivesse pegando fogo, corro em direção à porta, mas não chego nem perto, bato de frente a uma parede de músculos, levanto meu rosto e sinto o ar faltar, seus olhos são inacreditáveis de tão verdes, em conjunto com seus cabelos vermelhos poucas e pequenas sardas dão a ele um ar místico, nem parece real, seu olhar é diferente, é quente, mas também vejo um tr
Assim como fora ordenado, três dias após a conversa com meu superior, parti para o Brasil com minha equipe, aqui não é como os filmes de ação que um agente se faz de todo poderoso e sai a procura do inimigo, aqui quem trabalha sozinho elimina a si mesmo.Antes mesmo de vir para o Brasil eu contatei uma agente da polícia brasileira, que estava seguindo a pista do Harrisson e descobrimos que ele estava de olho nas universitárias, eles escolhem jovens aparentemente muito sozinhas, sem família para reclamar um desaparecimento.Hoje é o aniversário dos gêmeos, estou em frente ao espelho, penteio meus cabelos com as mãos, coloco um relógio, abro dois botões da camisa, passo meu perfume, para uma festa infantil estou muito bem.Alguns minutos aqui e já sinto o açúcar correr em minhas veias, é tanta doçura, as crianças são lindas, o amor deles é lindo, meu telefone toca.— Boate Night Life's.— É uma boate que a maioria do público são jovens un
Estamos envolvidos, no seu olhar vejo muita coisa, compreendo o que ele diz, mas não consigo decifrar o que sente.— Pensei que tivesse se afogado...— sussurra. — Nunca mais faça isso, nunca mais me assuste desse jeito... — ele conclui num fôlego, mas eu não o respondo, apenas deslizo na água sentindo seu corpo quente e forte, em algumas braçadas estou fora da piscina, com o coração retumbando nos ouvidos, corro para o quarto, tranco a porta me escorando nela, foram apenas alguns metros, mas parece que corri uma maratona inteira. Não deveria ter ido àquela piscina, não estou em casa, e é evidente que a empregada mentiu sobre o patrão ter viajado, ou ele foi aqui perto e voltou.Preciso ir embora daqui… Não sou tão inocente, sei o que estou sentindo por ele, sei também como isso termina e não quero isso pra mim. Deito na ca
Depois do passeio de bicicleta, ele me leva ao centro cívico de Bariloche, um lugar lindo, parece que estou em alguma cidade da Europa, os prédios se parecem com mini castelos, visitamos também o museu da Patagônia, me encanto com o lugar, pareço uma criança no meio de um parquinho, almoçamos em um restaurante aconchegante, e de sobremesa mais chocolate, esse homem sabe agradar uma mulher.Enquanto tomo minha sobremesa fico prestando atenção no homem a minha frente, eu poderia sentir medo por seu tamanho, por sua força, mas eu não tenho, eu me sinto bem e protegida ao seu lado, algumas mulheres passam o olham, coram e sorriem como adolescentes, um pouco de calda de chocolate fica em seu queixo bem barbeado e ele não percebe, tenho vontade de limpar mas fico quieta.Ele me olha e sorri ao me pegar o encarando, seus olhos incrivelmente verdes com pontinhos amarelos que mais parecem pequenas bolinhas de fogo me oferecem calor, sorrir é inevitável, parece fácil.— Você
Ian MassarovVendo ela dormir tranquila em meus braços depois de uma troca intensa de carinho e confissões, me sinto culpado, não deveria fazer o que estou fazendo, mas é mais forte do que eu, quero ter uma chance de viver algo diferente e estou vivendo isso agora com ela, não quero que acabe agora, ela é linda, e saber tudo que passou me deixa ainda mais amedrontado pois sei que ela vai ficar sabendo o que fiz, e vai me deixar, sei que vai, me apeguei muito rápido, mas sua alma pura, sua beleza me cativaram e agora não consigo desejar mais nada além do seus raros sorrisos, seu olhar inocente.Levanto com ela em meus braços e a deposito sobre minha cama, pela primeira vez uma mulher dorme em minha cama, em meus braços, não sei o que farei quando ela me deixar, fecho as cortinas, e decido esquecer minhas culpas, meus erros e aproveitar cada momento em que ela permanecer aqui.Meu telefone toca, sei do que se trata e que devo atender, é minha equipe que nã
Estou me sentindo sufocada, parece que estou em uma prisão, não tenho com quem conversar, as empregadas da casa entram e saem dos quartos, tem dois dias que ele saiu e disse que voltaria no outro dia para conversarmos, saio do quarto e vejo um quarto de hóspedes a porta está entreaberta, a Maira sai de lá e o tranca assim que eu chego na porta, ela leva um susto ao me ver em sua frente.- Que susto menina...- Estranho, muito estranho.- Desculpa Maira, não foi minha intenção.- Tudo bem, desculpa mas os deveres me chamam.- Ela sai apressada eu permito que ela desça as escadas que levam à sala de visitas, então começo seguir seus passos um pouco de longe, ela olha para os lados desconfiada, entra em um quartinho na lateral da casa, do lado de fora.Alguns minutos depois ela sai, olha para os lados novamente e eu me escondo, jogo uma pedrinha em uma das lixeira
Sílvia MendesEm menos de trinta minutos chegamos a uma pista de vôo, numa pequena cidade da Argentina, a moto para e eu desço e aguardo ele descer, em segundos ele desce e vai falar com um homem todo de preto, deve ser algum funcionário dele ou da empresa aérea, eles conversam enquanto eu observo seus movimentos, ele é elegante, dá para perceber que é um homem poderoso.Ele me chama e se aproxima do jatinho que está nos aguardando, pega minha mão e seu calor me envolve, segura minha mão até entrar no jatinho, coloca o cinto de segurança e parece gostar do que está fazendo, se senta ao meu lado também colocando cinto nele e fala algo em outro idioma em uma espécie de fone de comunicação, retira o fone e segura minha mão novamente.Último capítulo