Marcos Albuquerque— E então meu amigo, como foi a comemoração ontem? — Luís perguntou invadindo a minha sala sem se quer ser anunciado e me lançou um olhar malicioso. Já sei tem algo aí. Virou a casa da mãe Joana? Sério? Ri por dentro.— Tivemos uma noite perfeita cara! — digo evasivo. Respiro fundo me encostando na minha cadeira e resolvo me abrir com o meu amigo sobre alguns aspectos do amor que eu ainda não entendo. — Mas ela ainda está bem contida comigo. Não sei dizer. Talvez esteja receosa. Bufo de modo audível. — Porra, eu estou entrando de cabeça nessa relação Luís, mas sinto que ela não está. Eu sei que ela me ama, eu sinto isso quando estamos juntos e simplesmente não entendo por que ela age assim. Luís arqueia as sobrancelhas ruivas me encarando sugestivo.— Dê um tempo para ela Marcos. Isso tudo é muito novo, tanto para você quanto para ela. Já parou para pensar que ela também pode estar se sentindo insegura quanto a você? — Eu o olho especulativo. Sério isso? Insegura?—
— O Luís me mataria se eu perdesse esse projeto — resmungo em tom baixo, enquanto mordo o lápis encerrando a minha leitura por hoje. Já passa de meia-noite quando volto para o meu quarto. Estou muito cansado, mas os meus pensamentos estão na minha morena. Será que ela ainda está acordada? Pego meu celular e digito uma mensagem pra ela, para quando ela acordar visualizar e saber o motivo de eu não está por aqui por esses dias. Quando abro a tela, me surpreendo com a mensagem que ela mandou. Hoje realmente não tivemos uma brecha para conversarmos, se quer dar um beijo. Porra!!! Estou morrendo de saudades dela. Ansioso, começo a digitar uma mensagem pra ela....Marcos Albuquerque:Vice-presidente da C & H.Boa noite morena! Desculpe não ter te procurado!Tive um dia muito cheio!Terei que viajar amanhã cedo, passarei cinco dias na Austrália.Mas manteremos contato, certo? Estou morrendo de saudades suas!Eu te amo morena!...Segundos depois vejo que ela visualizou a mensagem e meu co
Mônica SampaioAs investigações do caso Lancaster estão correndo de vento em popa e pelo ritmo que as coisas estão indo, o crime é bem maior do que se possa imaginar. A vítima agora está sobre a custódia da polícia federal. O resumo dos fatos nos leva ao sequestro e exploração de mulheres. Eu só preciso de alguma coisa que me faça chegar ainda mais perto do Lancaster e dos seus comparsas para jogá-los de vez na prisão. Mas não sei ao certo onde procurar. Tem alguma coisa que eu não estou conseguindo ver. Analiso mais uma vez as imagens das câmeras do Club denunciado pela Aline Jordana, nossa vítima e denunciante. As imagens estão sobre minha custódia e algumas cópias já foram entregues aos federais. O Club em questão está em constante vigilância, para termos certeza de que há outros envolvidos lá dentro, em uma tentativa frustrada da polícia, uma certa noite, tentaram pegá-lo. Lancaster agora é um foragido da polícia, pois mediante a algumas provas, já foi decretada a sua prisão. São
— Em cima é tudo normal. Eles agem naturalmente, como se fosse um ambiente normal. Lá embaixo eles recebem muitos convidados e clientes ilustres, pessoas da alta sociedade e alguns são do poder. Prefeitos, empresários... Alguns brasileiros, mas a maioria são estrangeiros.— Meu Deus! Como você conseguiu escapar de lá? — inquiro ainda perplexa com tanta informação.— Eu estava esperando um desses clientes em um dos quartos. Ele demorou muito. Provavelmente estava negociando com Alessandro. Uma das garçonetes levou um champanhe e duas taças. Esse procedimento só acontecia quando o cliente já estava no quarto. Ele mesmo recebia a comida e a bebida. Como ele não estava, eu mesma recebi e me escondi atrás da porta com a garrafa em mãos. Eu o aguardei por alguns instantes e quando ele finalmente entrou no quarto. Bom, você já faz ideia do que aconteceu. — Mariana desvia o seu olhar do meu e volta a olhar as fotos. Há um silêncio por alguns segundos. Eu me sento ao seu lado e meu instinto d
Alguns dias depois...Mônica SampaioAs oito e meia da manhã, entro em meu escritório e espalho alguns papéis sobre a minha mesa, para estudar e separar alguns novos fatos do meu caso. É um processo melindroso. Não posso deixar escapar um detalhe, por mínimo que seja. A investigação está um peso, quase não durmo explorando cada ponto, cada pista que surge, esperando apenas um vacilo do grupo de traficantes de pessoas e por isso, quase não tenho tempo para minha pequena, nem para mim mesma. Ainda bem que Marcos está viajando a semana toda, seria desastroso ter que dizer para ele que não poderíamos ficar juntos por esses dias. Estou concentrada no caso, quando alguém bate à porta e sem tirar os meus olhos da minha bagunça profissional, eu falo.— Entre. — Ouço o barulho que vem de fora da minha sala, quando a porta é aberta, mas logo se vai, quando torna a fechá-la e depois os sons dos passos firmes em minha direção e de repente algumas flores atrapalham a minha visão sobre os papéis. E
— Capitão Rogério, eu sei que o senhor gostaria de me manter bem longe do seu trabalho, mas a sua atitude atrapalha o meu trabalho. Eu preciso do senhor, tanto quanto o senhor precisa de mim. Acho que deveria pensar melhor nisso — digo de um modo calmo, porém ríspido o bastante para ele fechar a cara pra mim.— Não estou querendo atrapalhar seu trabalho Sampaio. Só tenho a vida agitada demais, você sabe. Eu corro atrás de criminosos, não tenho tempo para ficar dando satisfações dos meus passos — As palavras ditas de forma dura e direta não me atingem como ele pensou que aconteceria. Muito pelo contrário. Eu me inclino sobre o tampo da mesa e os olhos rígidos me encaram sem titubear.— Para isso dar certo capitão Rogério, nós teremos que nos entender. Prometo que não vou atrapalhar o seu trabalho, mas preciso das informações de antemão se quisermos jogar esse infeliz na cadeia — sou direta. — A final isso aqui não é uma concorrência. É uma questão importante, onde vidas estão em jogo.
Marcos AlbuquerqueNão acredito. Ela disse que estava com dor de cabeça? É sério isso? Dor de cabeça? Isso está ficando cansativo, eu querendo ficar juntinho e o destino conspirando contra mim. Bom, é aquela história... " Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé". De banho tomado, uma roupa casual e um bom vinho em mãos, eu entro no meu carro e sigo para casa da minha advogada preferida. Quando estaciono o carro em frente à sua casa, olho as horas e merda!— Meia noite e meia — resmungo. — Espero não a assustar com a minha vinda sem aviso — falo baixinho saindo do carro. Alcanço a porta, toco a campainha e aguardo ansioso que abra a porta. Estranho a sua demora em fazer isso e começo a me sentir culpado. Será que ela realmente estava com dor de cabeça e dormiu como disse que ia fazer? Por debaixo da porta, noto algum movimento na sala.— Quem é? — escuto a voz de Mônica do outro lado da porta. Abro um sorriso que não tem tamanho e penso afobado, ela está acordada.— Ab
— Aaah, é? E que segundas intenções seriam essas? — pergunta curiosa. Em seus olhos há um brilho de felicidade genuína, sorrio por dentro por saber que sou o responsável por isso.— Acho que você pode imaginar quais seriam essas segundas intenções senhorita Sampaio. — Pisco um olho e pego um pedaço do queijo, o levando a boca.— Huuum! Se for o que eu estou pensando, quero cada uma dessas más intenções — sussurra Caralho! Essa mulher vai me levar ao limite. Solto uma gargalhada, olhando para o berço imediatamente e vejo que Isabelly nem se mexeu. Eu a beijo na boca e o beijo segue pelo seu queixo, trilhando um caminho curto até o seu ouvido e eu sussurro lá.— Safada! Amo sua safadeza, sabia? Você é uma loba na cama, Mônica Sampaio. — Deixo uma mordidinha ao terminar, sentindo a pele se arrepiar deliciosamente em minhas mãos e eu solto um grunhido.— Uma loba? — Ela solta uma risada baixa e eu a acompanho. Tomamos o nosso café da manhã entre uma brincadeira maliciosa e outra, entre b