— Não precisa agradecer, morena — sussurro. — Eu sinto muito por seu pai! — falo no mesmo tom. Ela assente.— Preciso avisar a Ana e algumas pessoas — diz tentando se afastar de mim. — Deixa que eu aviso para Ana e posso te ajudar...— Tento dizer.— Não precisa, Marcos. Sério, eu resolvo. — Me corta. Porra, achei o pior lado dessa mulher. Mônica é orgulhosa demais. Ela veste essa maldita armadura que a mantém em pé, firme e forte. Mas eu a conheço e a vi se despir dessa armadura e eu sei que ela não está bem.— Eu quero e eu vou te ajudar. — A corto com firmeza.*** Alguns dias...No velório, assim como no sepultamento, Mônica já está bem mais calma e quando voltamos a sua casa, a bebê que vi antes não estava mais lá. Uma jovem conversa com a Mônica em um canto reservado e eu apenas observo as duas. A moça se levanta do sofá, parece igualmente triste e abatida e ela se tranca em seu quarto. E eu me aproximo da minha morena e a levo para o seu quarto para fazê-la descansar um pouco.
Marcos Albuquerque— Isso não pode acontecer entre nós, Marcos. — Ela me fala, com voz baixa, quase um sussurro.— Por que não? — pergunto no mesmo tom. Caralho, é a primeira vez que eu me declaro para uma mulher e ela simplesmente diz que não dá? Como assim porra?— Olha só — Ela se ajeita no colchão. — Você mal me conhece, bonitão. Não sabe quem eu sou de verdade, nem como eu sou, ou o que eu faço...— Espera! — faço-a calar. — Isso não é motivo para não darmos certo, morena — digo a interrompendo. — Podemos nos conhecer, descobrir um com o outro o que gostamos e o que não gostamos. Quanto ao que você faz, isso eu sei — digo divertido. Ela me dar um meio sorriso. — Você é uma excelente advogada que trabalha na G & G Advogados, estuda na FFRJ e se formará em poucos dias com honras, o que me deixa muito orgulhoso, sabia? — falo e a beijo com carinho. Ela volta a ficar séria e puxa a respiração devagar.— Minha vida com você nunca daria certo. — diz evasiva e eu demonstro a minha imp
— Me paga uma bebida, garotão? — O apelido me trouxe as boas lembranças dela em meus braços, na minha cama, na hora de fazer amor. Suspiro de modo audível e tomo mais um gole da minha bebida.— Claro — digo por pura educação. Ela sorriu e fez o seu pedido ao barman, depois se virou para mim.— Procurando companhia para essa noite? — inqueriu enquanto aguardava a sua bebida. Olhei a garota com desdém. Nos seus olhos ávidos que explorava o meu corpo com uma fome explicita e por incrível que pareça, nada daquilo me seduziu. Não havia aquele tesão sexual que elas sempre me causavam. Não mais.— Na verdade, não. Estou só passando o tempo mesmo — respondi tomando o resto da minha bebida e me pus de pé, colocando o meu copo vazio sobre o balcão e joguei uma nota de cinquenta em seguida.— Que pena, eu adoraria uma noitada com você! — disse com tom sexy de lamento.— Não vai rolar gata, tenho certeza de que você encontrará alguém disponível para realizar os seus desejos essa noite — falei em
Marcos AlbuquerqueChego ao parque antes das cinco. Nesse momento ansiedade é o meu nome e nervosismo o meu sobrenome. Procuro Mônica por todo lugar, mas não a vejo em lugar nenhum e resolvo dá um tempo e me sentar em um banco embaixo de uma árvore e aguardar um pouco. Quando se está ansioso e nervoso por algo, parece que o tempo para e resolve te castigar em uma espera que parece não ter fim. Bufo de modo audível. Observo a praça movimentada. Há muitas crianças brincando no parquinho, alguns jovens jogando bola em uma quadra, alguns casais se aventurando debaixo de algumas árvores. Meia hora depois o meu coração salta violento no peito quando a vejo chegar, vestida em um jeans escuro e um camiseta branca. Está usando óculos escuros em meio aos cachos soltos. Para minha surpresa, Mônica está empurrando um carrinho de bebê. A observo por alguns minutos. Sem notar a minha presença, ela se senta em um banco e põe a sua bolsa ao seu lado e tira um bebê do carrinho. Ela beija a menina com
— Você tem certeza? Olha, eu não quero... — Me aproximo da minha morena e seguro a sua mão que está sobre a mesa.— Certeza absoluta, morena. Eu já disse, mas acho que você não ouviu bem, mas não tenho o menor problema em repetir isso para você, EU TE AMO, entendeu? — Ela fecha os olhos e relaxa os ombros e quando os abre, eles estão úmidos, com algumas lágrimas contidas.— Meu Deus, Marcos! — sussurra e olha para mim ainda insegura. Depois abre o sorriso mais lindo que já vi na vida, se aproxima de mim e me beija com delicadeza. — Também te amo, bonitão! — Se declara olhando em meus olhos e em seguida me dá um beijo cálido. Puta que pariu! Ela... ela disse que me ama, porra! — Muito. — Completa. Eu a abraço fechando os meus olhos e me sentindo aliviado. Porra!!! Ela me ama! Solto Mônica quando escuto os resmungos de Belly ao meu lado, nos separamos e rimos da sua reclamação enciumada de bebê.— Acho que ela tem ciúmes de você, morena. — Brinco mais à vontade agora. Mônica se inclina
No dia seguinte...Mônica SampaioO dia amanheceu diferente hoje. Não sei... O céu parece mais brilhante, os pássaros parecem mais felizes. E eu? Bom, estou mais aliviada. Depois da nossa conversa na praça, me senti mais à vontade para me abrir com o Marcos e agora, eu sou como um livro aberto para ele. Me mexo na cama apertada e sinto o familiar peso das suas pernas e braços sobre o meu corpo e sorrio satisfeita. Passamos mais uma noite juntos, e isso está se tornando uma deliciosa rotina entre nós. Quem diria, eu e o Marcos Albuquerque juntos? Sinto a sua respiração pesada bater quente em minha pele e ergo os olhos para encontrá-lo acordado. Eu sorrio lânguida e ele sorri preguiçoso. Observo admirada os cabelos assanhados, o rosto inchado de dormir e a barba por fazer e claro, o sorriso perfeito que ainda está lá. O beijo levemente, ele me toca e me puxa para aprofundar o beijo matinal. Logo me animo para um delicioso sexo matinal, mas nossa neném como ele costuma dizer faz alguns r
— Sei e você merece essa e muitas outras conquistas — diz aproximando-se para um abraço. Em seguida saímos do quarto de mãos dadas como duas irmãs. Do alto da escadaria, fito a enorme sala e bem no centro dela, estão Luís e Marcos conversando. Ambos param de falar quando notam a nossa presença, e como bobos que são parecem extasiados, nos olhando da cabeça aos pés. Seguro o riso quando noto a boca do meu namorado aberta. Descemos as escadas sem pressa alguma. Degrau por degrau e antes de chegarmos à metade dela, eles vêm ao nosso encontro.— Nossa, morena, você está de tirar o fôlego! — Marcos fala ao pé do meu ouvido enquanto me abraça e depois me dá um selinho rápido na boca.— Hum, obrigada, bonitão! Você também não fica para trás — sussurro bem próximo ao seu ouvido. Ele me dá outro beijo delicado na boca e me guia para a porta de saída.— Vamos? — sugere me oferecendo o seu braço.— Sim. — Cada casal vai em um carro. Marcos dirige com atenção no trânsito, mas sua mão está seguran
— Hum, você vai gostar, pode ter certeza — diz segurando a minha mão que estava no meu colo e a beija.— Você não vai me dizer nada mesmo, não é? — rebato.— Não mesmo, mas não se preocupe, falta pouco. — Minutos depois ele estaciona o carro na garagem de uma casa que tem as paredes toda de madeira envernizadas e alguns janelões de vidros transparentes. Saímos do carro, mas eu não paro de olhar o lugar ao meu redor com admiração. Os jardins, a bela varanda, os degraus de madeira na frente da casa. Marcos tiras algumas chaves do bolso lateral da calça, procura a chave certa e abre a porta, me dando passagem para adentrar a casa.— Uau! — falo assim que entro na sala ampla, decorada com móveis rústicos, uma linda lareira que já está acesa, mantendo o ambiente quentinho e aconchegante. Bem no centro da sala há um tapete felpudo branco no meio de dois sofás de madeira escura, estilo colonial, com algumas almofadas brancas e azuis escuros. O toque quente e macio da sua mão na minha, me faz