— Fique com ele o tempo que precisar, Mônica. Não precisa ir trabalhar essa semana.— Obrigada, doutora Gisele!— Não precisa agradecer, querida. Sabe o quanto gostamos de você. Me ligue se precisar de alguma coisa querida, o que for, a qualquer hora do dia ou da noite. — Se prontifica. Solto um suspiro baixo.— Certo, mais uma vez obrigada! — A ligação termina e eu caminho pelo corredor até chegar à porta do seu quarto. Começo a pensar o que seria de mim se Gisele não tivesse aparecido em minha vida? Ela é uma excelente patroa. É compreensiva, humana, uma pessoa de bom coração. Passo os próximos dias acompanhando o meu pai no hospital e para a minha tranquilidade, ele teve uma melhora significativa, o que não quer dizer que não precise de cuidados redobrados, e só quando voltamos para casa fico sabendo do sequestro da Ana e mais uma vez fico sem chão. Meu Deus! A minha vida está uma loucura! *** Algumas semanas...Não tive como acompanhar o desenrolar do resgate da minha amiga, po
Marcos Albuquerque— Chegou o grande dia em meu amigo — digo puxando o Luís para um abraço de irmão. O homem é todo sorrisos e nervosismo também. — Estou muito feliz por você cara. Você merece.— Obrigado! — Ele agradece olhando para o relógio pela enésima vez. O seu semblante preocupado e o olhar está constantemente na porta de entrada da igreja.— Por que ela não chega nunca? — resmunga nervoso.— Calma, Luís Renato, noiva é assim mesmo. Elas se atrasam. — Sua mãe diz amorosa.— Mas tanto assim? — Ele pega o celular e se afasta para ligar e eu reviro os olhos para sua impaciência. Cacete, nunca vi um homem tão apressado para se casar como esse!! Estamos na igreja a exatamente vinte minutos e Luís parece que quer furar o piso de tanto andar de um lado para o outro do altar, porque ele não para um minuto de tão nervoso que está. Deixo-o no altar e vou para perto de Cassandra que é meu par como padrinhos do noivo. Simone, a organizadora do casamento vai colocando os pares nas posições
— Me dê só alguns minutos do seu tempo — insisto. Mônica parece pensar no meu pedido e quando penso que me dirá que não, ela finalmente me diz que sim.— Tudo bem. — Ela diz em um tom baixo e séria. Não perco nem mais um segundo. Eu me afasto da morena, segurando a sua mão e a levo para um dos banheiros do grande salão, fechando a porta atrás de mim. Respiro fundo quando a vejo bem ali na minha frente, e ao meu alcance, sabendo que estamos a sós. Levo um tempo para tomar coragem e iniciar a nossa conversa.— Mônica, eu sei que a nossa situação é um pouco complicada e que nós somos como dois espíritos livres e o fato de termos um compromisso só complica mais...— Respiro fundo. Estou muito nervoso, mas me forço a continuar. — O fato é que não está sendo fácil te ver, te querer e não te ter. Eu preciso ter de você de volta morena. Pronto, falei. Porra, eu falei! Falei tudo! — Volta pra mim, por favor! — O fato de falar tudo em voz alta me encheu de medo e ao mesmo tempo me aliviou. Eu pr
Mônica SampaioEstou aqui no banheiro, ainda sentindo o meu corpo inteiro trêmulo, totalmente ansiosa, quente, muito quente e ofegante. E o filho da puta que começou todo esse reboliço simplesmente saiu me prometendo uma nova conversa. Lastimável! Lamentável! Logo agora que faltava tão pouco? Penso frustrada. Eu já estava quase o esquecendo, aí ele chega e enche minha caixa com novas lembranças? O que custava ele pelo menos terminar o que começou? Desgraçado! Sentir as suas mãos de novo em mim e aqueles beijos de novo em minha boca. Puta merda! Me deu vontade de dizer logo um sim de cara, sem nem pensar duas vezes. Arg! Que vontade de o agarrar e não o soltar nunca mais! Mas quando penso na droga da minha vida. Merda! Foi por esse motivo que escolhi não ter compromissos com ninguém. Bufo irritada ajeitando o meu vestido da melhor forma possível e ajeito meu cabelo e maquiagem diante do espelho e saio do banheiro em seguida, voltando para festa na esperança de que ninguém note meu rost
Me dê uma chance morena, por favor! Suas palavras me vêm à mente.— O que é que eu faço agora? — pergunto para mim mesma. Não posso assumir um compromisso com ele assim. Tenho um pai doente, uma bebê para cuidar e Marcos é jovem, é solteiro, não é justo jogar essa bomba em seu colo. Suspiro de modo audível. Ele merece alguém livre e desimpedida como ele. Penso. Deixe que ele decida se quer essa bagagem toda ou não. A voz de Caio ecoa dentro da minha cabeça e eu balanço a cabeça em negação.— Não, eu não posso. Não é justo com ele e não é justo comigo também — digo para me convencer de uma vez por todas. Olho para o relógio em cima meu criado mudo e resmungo qualquer coisa em frustração. Ainda são cinco da manhã. Eu tento dormir mais um pouco, mas é em vão e para me distanciar dos maus pensamentos... Ou seriam bons? Ah, não importa. O que sei, é que vou me enterrar nos estudos até a hora de ir para casa da Gisele.*** Pela manhã faço um café bem forte e tomo uma xícara sentada a me
Guilherme AlbuquerqueDurante toda a recepção de casamento observei o meu irmão com bastante atenção. O tempo todo ele estava inquieto, nervoso e não tirava os olhos da assistente da minha esposa. Sorri internamente. Acho que descobri o motivo de tantas mudanças no seu comportamento e no seu humor. Em algum momento da festa vejo quando ele a chama para uma dança. A garota parece pensar bem a respeito antes de aceitar. E não sei se é impressão minha, mas ela também parece nervosa. Durante a dança, não pude deixar de notar o grau de intimidade dos dois, o receio e claro, as respirações ofegantes. Será que eles?— Que milagre você e a Gisele não estarem colados um no outro. — Meu pai diz parando ao meu lado. Eu o olho rapidamente e torno a olhar para o casal intrigante no meio do salão. Não comento nada, porque não quero dar falsas esperanças para o meu coroa.— Pois é, ela está com algumas amigas — digo e volto a olhá-lo.— Mas, logo vou capturá-la para mim de novo. — Meu comentário o fa
Mônica SampaioCerca de meia hora, foi o tempo que levei da minha casa para o apartamento da doutora Gisele e isso com o trânsito calmo como o de hoje. E ainda dei uma paradinha para comprar um bom vinho para levar. Cheguei na sua casa no horário combinado e como me pediram, usando apenas roupa informal. Ansiosa, toco a campainha da cobertura e sou recebida por um casal sorridente aniversariante e retribuo com um sorriso tímido ao vê-los e entrego a garrafa de vinho tinto ao doutor Guilherme. Do hall elegante consigo ouvir as vozes animadas, que vem de fora da casa. Gisele me apresenta um a um assim que alcançamos uma bela área de lazer. O casal Albuquerque que são os pais do doutor Guilherme, e o casal Almeida que são os pais da doutora Gisele. Mesmo sendo um ambiente onde não conheço quase ninguém, me senti à vontade no meio deles. São pessoas, que apesar de possuírem uma conta bancária muito gorda, são simpáticos, alegres e educados. E mesmo com tanta simpatia, estou me sentindo m
— A Mônica é a nossa mais nova contratada na empresa, mamãe. — Gisele fala entusiasmada. A jovem senhora me olha com admiração.— Sério, em que área?— Criminalista. — É a vez do doutor Guilherme falar e a conversa na mesa continua. Por que eu sinto como se eles estivessem vendendo o seu peixe? Puxo a respiração baixinho.— Ela está se formando com honras daqui a algumas semanas — Gisele continua e Marcos me olha surpreso.— Nossa, isso é muito bom! — Ele faz um comentário feliz. — Eu não sabia disso. — Dou de ombros e pego uma taça com um pouco de vinho e tomo um gole.— Obrigada, Marcos! — digo ainda mais constrangida, mas minha vontade é de fugir daqui e ir para bem longe. Quando o almoço termina, os casais se espalham pela área de lazer e ficam bem à vontade conversando entre si. Pelo menos foco da conversa não sou mais eu. Me acomodo em uma das espreguiçadeiras e Marcos se senta ao meu lado. Eu ponho os óculos de sol e me deito encarando o céu, porque não quero ter que olhar em s