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⋘ CAPÍTULO DOIS ⋙

Sophia Rodrigues.

13:00" Mercado negro" Itália.

Faz um dia que me encontro nesse lugar horrível, apesar de não entender muito o idioma deles, pelo sotaque acredito que estou na Itália. Não sei quantas vezes já chorei desesperada pelo que aconteceu comigo, esse ambiente é um horror, as mulheres são vendidas como objetos." Ontem, quando cheguei, fiz amizade com uma mulher chamada Christina, o bom é que sei falar um pouco inglês, e ficamos conversando. Infelizmente foi vendida.

Tem uma mulher neste lugar chamada Sônia, que parece ser a responsável por cuidar das novas garotas sequestradas. Sou maltratada a todo instante e apenas por ser gorda, até os seguranças zombam de mim por não ser como as demais, sou uma mulher fora dos padrões." Fui agredida por não ter acordado no mesmo horário das meninas, não aguento mais isso, só quero ir embora daqui.

Sou tirada dos meus pensamentos ao sentir um tapa em meu rosto, olho chocada para a dona Sônia que me encara com ódio.

''Você por acaso é surda? Estou lhe chamando há um bom tempo, sua gorda inútil!!

E mais uma vez recebi outro tapa, foi tão forte que me fez cair no chão.

''Levanta!!! Quero que vá limpar o salão principal, porque hoje à noite você será vendida." Afirmou e logo sorriu." Se alguém quiser você, é claro. Do contrário, será colocada no saco.

Meu corpo todo treme de medo ao ouvir isso.

''Anda!!!" Tomo um susto e me levanto." Vá limpar!!!

Corro para longe dela e me aproximo da Vanessa que é outra pessoa ruim.

''Aqui, sua gorda!" Gritou e me entregou a vassoura." Pode começar a limpar o salão, quero isso um brilho, entendeu?

Acenei com a cabeça sem conseguir dizer uma palavra, esse lugar só tem pessoas perversas, sem amor ao próximo.

''Então, some da minha frente!" Levei um empurrão forte e quase caí no chão.

Vou caminhando para o salão e sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Respira Sophia, respira.

Converso mentalmente comigo mesma.

Começo a varrer o local com bastante cuidado para não quebrar alguma coisa e depois eu apanhar por isso.

Meu sonho era ser modelo, agora virou tudo um grande pesadelo. Por que isso só acontece comigo? O que fiz para merecer algo tão terrível?

Quando era pequena sonhava em ser modelo, assistia os vídeos das modelos plus e me apaixonei. Desde então comecei a me esforçar, consegui aprender um pouco inglês, não sou tão fluente, mas consigo desenrolar. No entanto, meus esforços foram em vão, o suor que derramei para chegar em São Paulo, foi um grande desperdício de energia e tempo, vejam só o lugar que me encontro.

Após terminar de varrer o chão notei uma presença atrás de mim, assim que me viro dou de cara com o dono do lugar.

''Já terminou?" Perguntou no tom ríspido.

''S-Sim." Respondo em um sussurro bem baixo.

''Cai fora daqui antes que eu te mate, garota!" Rosnou muito irritado." Nem era para trazer uma gorda feia igual a você.

Engulo o choro e passo por ele de cabeça baixa, querendo ou não isso acaba comigo, já tenho problema com autoestima, aí ele junto as outras meninas vivem me colocando para baixo, não aguento mais.

Por favor, só quero ir embora deste lugar.

Assim que me aproximo da Vanessa para devolver a vassoura, dona Sônia se aproximou de mim.

''Venha comigo!" Pegou em meu pulso e foi me puxando com muita força.

''Dói." Reclamei da dor e intencionalmente aumentou a firmeza da sua mão em meu pulso.

''Calada!!

Mantenho minha boca fechada e oro mentalmente para não ser morta.

''Aqui!" Fui empurrada para dentro de uma porta." Quero essa sala limpa.

Vejo que a mesma está muito suja, tem roupas jogadas pelo chão e bastante poeira.

''Você só come quando terminar isso!" Ditou suas regras e fechou a porta comigo no quarto.

Solto um suspiro triste, não adianta ficar chorando porque nada mudará.

Começo a apanhar as roupas do chão e colocá-las em cima da pequena mesa, peguei a vassoura e mais uma vez começo a varrer o chão.

****

18:00" Mercado negro" Itália.

Demorei cinco horas para terminar de limpar esse quarto, havia muita sujeira e confesso que parei muitas vezes para descansar, não bebi água até agora, muito menos comi. Sinto que a qualquer momento posso desmaiar. A porta foi aberta por Emma, gosto dela por ser tão gentil comigo.

''Oi, dona Sônia mandou trazê-la de volta para o quarto, devemos nos arrumar para...." Subitamente calou a boca e entendi o que quis dizer.

''Para começar a venda." Completei sua fala e confirmou acenando com a cabeça.

''Depressa, não quero que ela retorne e bata em você.

Deixei a vassoura atrás da porta e saí de dentro desse horrível quarto.

''Lamento pelo que estão fazendo contigo, Sophia. Você não merece isso." Podia sentir a sinceridade em suas palavras.

Sorrio fraco, agradecida pelo apoio.

''Tudo bem, Emma. Nenhuma de nós merece passar por isso, não somos objetos, mas eles nos tratam deste jeito." A própria concordou comigo.

''E mesmo assim, sinto muito pelo que acontece com você. Eles pegam mais no seu pé por você ser...

''Gorda." Falei o que ela não tinha coragem.

''Você não é gorda e sim gostosa." Acabo rindo fraco com isso.

''Bem que eu queria pensar dessa forma a meu respeito. Ela põe a mão em meu ombro tentando me confortar.

''Anda logo!!!!" Tomamos um grande susto ao escutar o grito da dona Sônia." Vocês precisam se arrumar!!

Aproximamo-nos dela e vejo que as outras mulheres estão usando um biquíni bastante vulgar.

''Aqui, sua gorda!" Vanessa chegou com um conjunto de biquíni preto.

''Vá se arrumar, em pouco tempo os clientes chegam." Dona Sônia me empurrou para dentro do quarto." Quero todas prontas em meia hora!" Diz e se retira do quarto com a Vanessa.

Observo atentamente as demais que possuem um semblante triste.

Ninguém merece passar por algo tão terrível assim, eles são uns monstros ao sequestrar mulheres e as vendê-las como se não fossem nada.

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