Capítulo 3
"Eu não sei, no coração dele, quem é mais importante: eu ou a Agnes."

— Kennard, talvez você devesse ir ver a Irene. Já faz tantos dias e eu estou bem.

— Você deve deitar e descansar. Como assim você está bem? Suas antigas feridas reabriram por causa dela, e você acabou de começar a se recuperar. Esqueceu o quanto sofreu?

— Não se preocupe com ela, eu sei o que estou fazendo. Não importa quantos dias passem, quero que ela aprenda essa lição.

Toda vez que a Agnes cedia, parecia acertar em cheio o coração do Kennard.

E eu, sozinha, carregava o peso da traição e da acusação injusta.

— Desta vez, por favor, faça isso por mim. Vá vê-la. Não quero que vocês se afastem ainda mais por minha causa. Isso só vai me fazer sentir mais culpada!

Kennard ficou em silêncio, e Agnes não conseguia ler o que ele pensava. Depois de um tempo, ela perguntou suavemente.

— O que foi? Algum problema?

— Nada, só estava pensando que seria melhor levar um médico dessa vez. Não sei o que ela pode ter feito durante esses dias. Estou inquieto...

Fui forçada a observar tudo isso de longe.

A inquietação repentina de Kennard me deixou desconfiada. O que ele estava tramando?

"Se ele pensou em trazer um médico, talvez acredite que eu poderia ter feito algo para me machucar enquanto fingia estar bem."

Com um médico por perto, ficaria mais fácil descobrir a causa da minha morte.

Kennard, eu quero saber como você se sentiria se soubesse da minha morte.

Agnes deu um tapinha nas costas de Kennard, que abaixou a cabeça com um sorriso melancólico.

— Se a Irene fosse metade tão compreensiva quanto você, seria ótimo. Ela é muito teimosa, não aceita perder.

— Ela é sua esposa, teme que eu o roube de você. Me maltratar e oprimir é a maneira dela mostrar que te ama.

Kennard a olhou e soltou um resmungo.

— Se ela realmente me amasse, entenderia por que estou agindo assim. Já deveria ter se desculpado!

Olhei para Agnes, sentindo uma profunda insatisfação.

Nunca quis competir com ela pelo Kennard. Sempre respeitei a amizade deles desde a infância.

Quando soube da existência dela, passei a considerá-la como uma irmã.

Mas ela sempre tentou me substituir.

Tudo porque desejava o lugar ao lado do Kennard.

Já estava farta das suas acusações intermináveis e da desconfiança do Kennard.

Antes de ser trancada no escritório, eu já estava decidida a romper o laço de companheiro com Kennard.

Mesmo que ele não quisesse, eu procuraria um feiticeiro para conseguir uma poção que rompesse nosso vínculo à força.

Kennard voltou sozinho ao escritório e ficou olhando pela janela.

Com o tempo, as luzes lá fora foram se apagando.

Kennard ligou para sua secretária.

— Qual é a situação no frigorífico agora?

— Acabamos de enviar alguém para perguntar. A Irene não quer falar nada, não há movimento algum lá dentro.

Kennard massageou as têmporas e suspirou.

— Pergunte a ela o que precisa para começar a falar! Esqueça, vou pessoalmente até lá. Diga a ela que, se não ouvir as desculpas que quero, ela não sairá!

Ele saiu apressado, enquanto, fora de sua visão, Agnes surgiu sorrateiramente.

Agnes observou as costas de Kennard e deu uma risada suave.

Os guardas do frigorífico, ao verem a chegada de Kennard, rapidamente o conduziram até a porta.

— Abra a porta e deixe a Luna sair!

Os guardas abriram a porta lentamente, e o ar frio que saiu era tão intenso que mal se podia abrir os olhos.

— Alfa, o frigorífico... ele começou a funcionar!

— O que vocês estão dizendo? Esse lugar não era um depósito abandonado?!

O ar gelado que se espalhava pelo chão fazia todos ali tremerem.

— Irene, eu ordeno que você saia daqui agora mesmo! Não pense que só porque o depósito está funcionando eu vou te perdoar!

O Kennard rugia furiosamente na entrada.

Mas a resposta que ele recebeu foi apenas o silêncio.

Todos ao redor estavam em silêncio, tremendo e recuando discretamente.

Temiam que a ira do Kennard os atingisse, causando danos inesperados.

— Alguém, tragam ela aqui amarrada!

Os guardas do depósito se entreolharam por um instante, apertaram as roupas ao corpo e entraram no frigorífico.

Em pouco tempo, gritos de terror e respostas assustadas dos guardas começaram a ecoar de dentro do depósito.

— Alfa, Luna Irene...
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