Emma Henry cumpriu sua palavra, no dia seguinte, ele passou a manhã organizando nosso retorno para Casterly Park que aconteceria em alguns minutos. — Emma, por favor — Harriet insistiu enquanto estávamos sentadas em sua sala pessoal — Pelo menos considere a proposta. — Harriet, o Sr Dashwood jamais consideraria isso — Eu suspirei — Além disso, sinto falta de Casterly Park. Harriet e seu marido, desde que descobriram nosso plano de retorno, estavam insistindo que eu deveria continuar ali com eles por mais algum tempo, ou talvez até o casamento. — Bem, mas você deveria — Ela me lançou um olhar suplicante — Seria muito mais adequado se você se mantivesse ao nosso lado, nós cuidaremos de você como uma família, e quem sabe. — Eu agradeço tudo o que fizeram por mim, de verdade — Eu respirei fundo — Mas eu preciso retornar para casa, eu estou há tanto tempo vagando de um lado para outro, eu só quero me estabelecer em um único lugar. — Vocês não podem ficar para o jantar pelo menos? Fa
Emma Henry se afastou, me oferecendo uma leve reverência enquanto eu tentava não encarar Katherine, posicionando o instrumento para voltar a tocar. Ela se sentou em uma poltrona, e Kitty se aproximou me observando. — É verdade? — Ela perguntou incerta antes mesmo de eu começar a música. — O que? — Eu abaixei novamente o instrumento. — O que eu ouvi, é verdade? — Ela insistiu. Apesar de Katherine ter falado que ela me visitaria, ela nunca chegou a ir, esse era nosso primeiro contato desde a minha exposição. Será que ela vai se afastar de mim também por descobrir que eu sou uma cigana? — Sim, eu sou uma cigana — Eu a encarei, esperando sua reação. — Não isso — Ela revirou os olhos — Eu já estava desconfiada de algo desse tipo. — Eu... — É verdade que meu irmão te pediu em casamento? — Ela insistiu. — Ohh isso? Sim ele me pediu em casamento há alguns dias — Eu desviei o olhar. — Há alguns dias? — Ela exclamou. — Sim, logo após o baile — Eu confirmei. — E por que você não me
HenryEu estava tentando escolher um livro na biblioteca enquanto os outros jogavam cartas na sala de música. Minha mãe tinha me convencido que era melhor que Emma passasse um tempo sozinha para se acostumar à ideia de ter que voltar a frequentar a igreja, porém a todo momento meus pensamentos voltavam à ela. Talvez eu deva pedir que Jerkins a chame, eu posso convencer Kitty a abandonar o jogo e nos fazer companhia na biblioteca.Sim, essa é uma boa solução, eu segui em direção à porta me preparando para chamar a governanta, quando minha tia adentrou a sala de maneira furiosa. Eu senti o cansaço começar a tomar conta de mim, eu já tive uma longa conversa com ela à tarde e não gostaria de repeti-la.— Lady Kinghley.— Eu exijo aquela cigana fora dessa casa, Henry — Ela exclamou — Você precisa despertar dessa loucura!— Nós já conversamos sobre isso, Emma é minha futura esposa e não irá a lugar nenhum — Eu respirei fundo, tentando manter o tom respeitoso à minha tia.— Henry, não me ob
Henry — Se você não contar para ela, ela não descobrirá — Emma sustentou o olhar sobre o meu com firmeza, apesar de notar certo rubor em seu rosto enquanto eu descia os olhos por seu corpo. Seus seios eram exatamente como eu me lembrava, redondos e firmes. Seus mamilos estavam rígidos e convidativos, eu continuei descendo meu olhar por seu corpo até me fixar em seu abdome. Eu senti meu sangue gelar ao notar a série de hematomas espalhados ali, não é à toa que ela sente tanta dor nessa área. — Oh.. — Emma envolveu o abdome com os braços em um abraço improvisado, se encolhendo enquanto tentava esconder aquelas manchas — Talvez não tenha sido uma boa ideia, isso está horrível. Eu dei um passo em sua direção segurando seus pulsos, desfazendo aquela postura que ela havia assumido. — Eu já disse Emma, Você é linda. Não existe marca nenhuma que mude minha opinião — Eu garanti olhando em seus olhos. Guiei suas mãos até meu pescoço, incentivando-o a envolvê-lo antes de unir nossos lábio
EmmaEu estava tentando acalmar um pouco meus ânimos na sala de música enquanto aguardava todos, apesar de meus protestos Henry realmente insistiu que eu o acompanhasse à igreja. Por conta da ansiedade despertei antes do sol nascer, e assim que me arrumei fui para a sala de música.— Emma, está pronta pra isso? — Henry perguntou ao me ver sentada próximo a uma janela, observando o lado de fora.— Faria alguma diferença se eu falasse que não? — lhe lancei um olhar sentido.Por que ele não pode entender o quanto aquilo me assusta? Ele age como se fosse algo normal, mas não é! Eles me querem morta.— Emma, nós já conversamos sobre isso — Ele suspirou — Se você não for, apenas dará lado para que as fofocas aumentem.— Eles não me querem lá Henry — Eu apontei — Eles não querem que eu participe dessa sociedade.— Emma.— Eu cuido disso, Henry — Katherine pediu, nos observando da porta.— Mãe — Henry lhe lançou um olhar de aviso.— Eu sei o que eu preciso fazer, Henry — Ela garantiu.Ele sai
Emma Uma quinzena se passou, fazendo com que as coisas começassem a se acalmar. Christopher Kinghley decidiu partir após receber uma carta descontente da Lady Kinghley, ele porém garantiu que retornaria antes do nosso casamento que ocorreria no próximo mês, pouco antes do natal. Assim como Katherine previu, pouco a pouco as pessoas pareciam esquecer o que aconteceu, principalmente após o sermão do Reverendo Downey. Henry voltou a receber alguns convites para jantar ao decorrer daquela quinzena e hoje seria a primeira vez que eu o acompanharia depois de tudo o que aconteceu. — A senhorita parece agitada — Jerkins comentou enquanto me ajudava a arrumar o cabelo. Os hematomas que cobriam meu rosto tinham finalmente desaparecido, fazendo com que eu pudesse enfim começar a superar tudo o que tinha acontecido, a única coisa que permanecia era aquela mancha vermelha em meu olho direito, todos falavam que sumiria com o tempo, eu não via a hora que isso acontecesse. — Eu não sei o que esp
HenryEu estava sentado em meu escritório na manhã seguinte ao jantar na casa dos Madson. Eu estava apreensivo após receber uma nota do Sr Cunningham avisando que me visitaria ainda pela manhã para tratar de um assunto sério.Eu decidi aguardar já no escritório, e não demorou para que minha mãe entrasse acompanhada dos Cunningham e um casal desconhecido.— Sr Dashwood. Me permita apresentar meus hóspedes, Sr e a Sra Ferguson.Ferguson!?Como Emma? — É um prazer conhecê-los — Eu balbuciei um pouco atordoado.— Sr Dashwood, talvez o senhor não se lembre, mas minha família tem uma relação com os Ferguson — Jamie começou — Meu primo é casado com a sobrinha neta do Sr Ferguson, e quando surgiu toda aquela história sobre a Senhorita Emma Ferguson, não pude deixar de avisá-lo sobre a situação.— Sr Dashwood, o Sr Cunningham nos garantiu que o senhor é um homem sério, então nós iremos direto ao assunto — o homem começou — Quem é essa cigana que utiliza o nome Ferguson?Eu observei o casal se
Emma Eu corri em direção ao jardim sem saber o que pensar de toda aquela história. Aquilo parecia absurdo, não existe nenhuma maneira de tudo aquilo ser verdade. Não, eles estavam enganados!— Srtª Ferguson, está se sentindo bem? — Uma criada questionou ao me ver sair da casa apressada. — Srtª Ferguson?Eu a ignorei, seguindo até o ponto mais distante do jardim que consegui alcançar, desabando em um dos bancos.Todas as palavras do Sr Ferguson voltaram a me assolar, eu não queria acreditar naquela história, mas quanto mais eu pensava mais as coisas faziam sentido. A forma como meu pai fazia questão de me exibir em cada cidade que passávamos, como ele fazia questão de me anunciar antes de cada apresentação como a bela Emma Ferguson, a grande briga que teve entre ele e minha mãe por conta desse assunto, e como ela parou de ir à cidade após isso. Seu constante medo que eu os abandonasse cada vez que me aproximava das pessoas da cidade, o arrependimento de minha mãe.Ele algum dia seque