Vlad— Posso saber o que você pretende com tudo isso? — Lucas ralha curioso, invadindo a minha sala e no ato ele larga um envelope em cima da minha mesa. Sem responder-lhe abro o pacote e tiro algumas fotos de dentro dele. Trinco o maxilar com força quando observo as imagens dela junto com Artêmis em uma clínica de reabilitação.Sempre tão próximos. Sempre sorrindo para ele. Sempre o tocando. Penso sentindo um fogo descontrolado envolver as plantas dos meus pés e subir, tomando conta de todo o meu corpo.— Vlad? — Desperto quando o meu amigo me chama e o encaro com frieza.— Me deixe sozinho, Lucas! — ordeno.— Não. Eu preciso saber o que está se passando nessa sua cabeça. Por que eu preciso vigiar essa moça? O que pretende fazer com ela?— Você quer mesmo saber a verdade? — rosno entre dentes.<
AnneVladmir Mazza. Se eles o conhecem como o estou conhecendo agora, saberiam que ele não é essa pessoa ruim que costuma mostrar para os outros. Penso enquanto o observo falar e falar de um modo bem divertido e descontraído, me fazendo rir o tempo todo com as suas histórias de faculdade e até da sua infância. A maneira como esse homem me toca, os beijos que costuma dar quando estou absorta em meus pensamentos, os lugares para onde me leva, o jeito com ele me fascina e me faz admirá-lo. Ele é exatamente o que eu sonhei para mim, mas não posso levá-lo para o meu convívio e isso me desanima um pouco. Eu queria tanto que tudo fosse bem diferente entre ele e os gêmeos.Sorrio quando penso nessa possibilidade.— Hu! — Desperto soltando um grito quando sou surpreendida por um corpo molhado, que me segura nos seus braços e rio sonoramente quando Vlad corre comigo pela a
Vlad... Eu te amo, Vladmir Mazza!Essa frase está se repetindo dentro da minha cabeça o dia inteiro. E como me senti com isso? Completamente confuso, a final ninguém nunca me disse tal coisa, nem mesmo os meus pais se declaram assim para mim alguma vez na vida.Amor. Qual o sentido dele? O que ele nos torna?Eu não sei essas respostas, mas devo dizer, desde que ela se abriu declarando tal sentimento algo está estranho dentro de mim. Contudo, tudo parece nublado dentro da minha cabeça e até me sinto sem rumo. E o fato de me pegar sorrindo algumas vezes me deixa cabreiro.— Vladmir precisamos conversar. — Papai fala entrando bruscamente no meu escritório e consequentemente me despertando dos meus devaneios. E assim que ele se senta na cadeira de frente para a minha mesa, eu me ajeito em cima da sua cadeira, o fitando com nítida curiosidade.— Do que se t
AnneOs poucos minutos de silêncio parece me sufocar e os olhares trocados entre os homens incitava uma guerra fria durante o jantar. Por várias vezes pensei em iniciar uma conversa qualquer, algo que quebrasse esse clima pesado e tenso, mas nada se passou pela minha cabeça.— E então? — Artêmis inqueriu de repente com um tom frio na voz, chamando a atenção de todos que até então estava concentrada em seus pratos. — Você a Anne estão juntos de verdade?Me forço a engolir a comida com a ajuda da bebida em minha taça.— Isso.— Por quê? — Athos interroga logo em seguida com a sua frieza de sempre.— Porque estamos... apaixonados? — Vladmir ousa segurar na minha mão que está depositada em cima da mesa e todos os olhares correm para esse gesto.— Ah, que fofo! — Mamã
Vlad— Você precisava ver a cara deles, Lucas. Aqueles olhos de bichos acuados, loucos para fazer os seus ataques e devorar a sua presa ali mesmo, no caso, eu. Mas eles nos podiam me tocar, não com a Anne do meu lado — falo com diversão enquanto assino o papel.— Você é maluco, sabia? Mas, você ainda não me contou o que pretende com tudo isso. Vai abandonar a garota no altar ou algo desse tipo?— Que tal esse? — pergunto me referindo a aliança de casamento, enquanto aprecio o objeto reluzente erguido diante dos meus olhos.— Vlad, esse anel deve ser um absurdo de caro! Para um casamento de mentira não acha que está investindo muito alto? — Meu amigo resmunga me deixando impaciente.Será que é tão difícil de entender o que eu quero?— Entenda, essa é a ideia, Lucas. Pense comigo, eu sou filho de
Vlad— Senhor Vladmir Mazza? — Um homem fala minutos depois.— Sim, sou eu.— Frederico Aslan. Eu sou o gerente dessa loja e a minha atendente acabou de me informar sobre o seu interesse no vestido feito pelo estilista Marlon Dibrian.— Sim, ele é perfeito para a minha noiva.— E ele é seu! — Sorrio amplamente para a sua convicção.— Ótimo! Embale-o e o envie para esse endereço o mais rápido possível junto com as outras caixas. Ah, e peça para não esquecerem de colocar os bilhetes dentro de cada uma delas. — Antes que ele me responda, me afasto para retornar a parte da joalheria. Recebo a caixinha com as nossas alianças tendo o cuidado de guardá-la dentro do bolso interno no meu terno e vou imediatamente para o carro onde Lucas está me aguardando.Sei que pareço meio presunçoso
AnneAinda me lembro do dia que ele saiu de casa me dizendo que jamais me deixaria. Estou me separando da sua mãe, filha, mas eu jamais te deixarei. Ele disse. E depois daquele dia, eu esperei incansavelmente por ele, porém, o meu pai nunca mais voltou. Me senti só, desamparada e abandonada, e me prometi jamais me sentir assim outra vez. Desde então éramos apenas a minha mãe e eu. Entretanto, isso não me impediu de sonhar com o futuro. Por muitas vezes me fiz de esperta e experiente até, para nunca entregar o meu coração para qualquer homem. O Vlad me mostrou o seu valor em poucos dias. Ele me fez sentir especial e me ofereceu o seu mundo de sonhos. E só por isso, ele ganhou o meu coração.Eu serei feliz finalmente.— Pronto, acabei!O maquiador fala me fazendo abrir os olhos e consequentemente encontro o teto branco de um quarto de um hotel de luxo.
Anne— Acorde, meu amor. Acabamos de chegar! — Sinto o seu beijo suave no meu rosto e desperto, abrindo uma brecha preguiçosa de olhos.— Eu adormeci — falo o óbvio, me sentando em um colchão de casal e percebo que estou dentro de um quarto com paredes cor de tabaco, e alguns detalhes bege. As luzes amareladas no roda-teto deixam o ambiente extremamente calmo e elegante, além dos abajures com um designer moderno e uma poltrona acolchoada em um canto próximo de uma janela redonda. Noto o seu fraque, o colete e a gravata estão arrumados em cima de um móvel e me pergunto se ele dormiu. E se sim, onde ele dormiu? Me pergunto já que o outro lado da espaçosa cama está intocado. — Como eu cheguei aqui?— Você estava cansada e adormeceu nos meus braços. Eu tomei a liberdade de acomodá-la na cama.— Eu não sabia que ti