Vlad Respira fundo, Vlad! Digo para mim mesmo quando a minha esposa sai do banheiro usando apenas um shortinho de seda rendado e uma miniblusa que deixa a sua barriguinha do lado de fora. Enquanto ela caminha na direção da cama, seca os seus cabelos com o auxílio de uma toalha. No entanto, ao olhar na minha direção desvio o meu olhar e finjo arrumar a minha cama improvisada do chão. Contudo, o meu coração quase salta para fora da boca quando ela apoia um pé na beirada do colchão e as suas mãos começam a deslizar por sua pele, espalhando um creme perfumado nela. Ela só pode estar de brincadeira comigo! Minutos depois, o som da sua respiração se espalha pelo quarto e eu volto a desviar o meu olhar, jogando um travesseiro sobre uma coberta grossa que abri no chão. Logo o barulho do secador preenche os meus ouvidos e eu me acomodo no meu cantinho, porém, não me deito, apenas finjo mexer no meu celular. Esses trinta dias serão o meu tormento. Penso abrindo a câmera apenas para observá-
Vlad— O que você fez, Vladmir? — Anne resmunga quando entramos no elevador. Confuso, apenas procuro os seus olhos, encontrando-os indecifráveis.— O que eu fiz?— Flores, beijo, almoço. O que você pretende com tudo isso? — Em resposta me viro de frente para ela e apoio as minhas mãos na parede atrás dela, olhando-a dentro dos olhos.— Estou fazendo exatamente o que te prometi, querida esposa. — Chego ainda mais perto, sentindo o seu hálito aquece o meu rosto. Contudo, os seus olhos estão ainda mais próximos dos meus e as minhas mãos coçam de vontade de puxá-la ainda mais para mim e de tomá-la aqui mesmo. No entanto, respiro fundo e controlo o meu coração afoito. — Estou trilhando um novo caminho até o seu coração. — Faço um esforço sobrenatural para me afastar dela
Anne ...Você não precisa mais ir trabalhar. — Era só o que me faltava! — resmungo assim que o táxi entra em movimento. — Como assim, eu não vou trabalhar mais? Em que tempo ele pensa que vivemos? — bufo alto e olho pela janela. Lembranças da noite passada me vem a cabeça e me pergunto onde está o gatilho que desencadeou todos esses pesadelos. O bolo de aniversário. Foi aí que tudo começou, certo? ... Só, sopre as velinhas, Anne, mas não antes de fazer um pedido. ... Ah não, é que... faz tempo que não comemoro o meu aniversário. É isso! É por aí que eu preciso começar a perguntar. Não demora e o carro para em frente aos portões da mansão Mazza. O meu coração dispara de emoção e então percebo o tamanho da saudade que estou sentindo de todos eles. Contudo, a essa hora encontrarei apenas uma pessoa que me interessa nessa casa. Victória Summer, a minha mãe e a única pessoa que poderá sanar as minhas dúvida
VladEm silêncio apenas a observo espalhar uma loção por sua pele e aprecio o leve aroma adocicado que se espalha pelo quarto, e quando ela termina simplesmente se deita na cama, porém, Anne não me dá as costas como das outras vezes. Ela se vira para a beirada e me fita deitado na cama improvisada.— Como foi o seu dia?Isso é novo para mim e interessado, me viro de lado, ficando de frente para ela.— Bem corrido e um pouco estressante. E o seu?— Recebi uma promoção hoje. — Ela abre um sorriso largo, porém, arqueio as sobrancelhas.— Como assim?— O meu chefe está abrindo uma filial em Portugal e ele me ofereceu um cargo de CEO da empresa.— Assim, do nada? — Uno as sobrancelhas.— Não está feliz por mim?— Qual empresa você vai assumir? — Ela dá
Anne— Você não disse uma palavra no caminho até aqui — falo assim que entramos no apartamento e ela faz menção de ir para o quarto. A Observo dar uma freada brusca nos seus passos.— Você não tem o direito de se meter na minha carreira profissional, Vladmir! — Anne rebate com dureza na voz.— E eu não estou — respondo ao seu ataque com calma.— O que foi tudo aquilo?— Só estou garantindo que ninguém meta a mão no que é meu.— EU NÃO SOU SUA PROPIEDADE! — Ela grita vindo na minha direção.— E eu não disse que você é. — Continuo calmo, mas juro que estou por um fio. — Por que não me contou sobre esses jantares? — Cobro.— Não achei que isso importaria.— Mas importa. Anne, eu não quero
Anne— Bom dia, Anne! Tem um tal de Lucas Brazão querendo falar com você. — Minha secretária avisa pelo telefone e imediatamente me sinto ansiosa.— Pode mandá-lo entrar, Mely — peço, me ajeitando na cadeira no mesmo instante e não demora para a porta se abrir. Um rapaz vestindo um conjunto de terno caro passa por ela, lançando-me um olhar firme e eu bem sei o porquê.Sim, eu tomei a liberdade de procurá-lo no final do seu expediente e praticamente o encurralei, exigindo algo dele. É claro que tive que ser bem persuasiva e o resultado está em pé bem na minha frente me estendendo um pedaço de papel.— Os endereços que você me pediu.— Não contou nada para o Vlad, não é?— Ainda não, mas preciso contar. — Meneio a cabeça fazendo um sim para ele.— S
Anne — Senhora Mazza, por favor! — Vlad pede me dando passagem para me acomodar no banco do passageiro. Em seguida ele chega perto demais para me ajudar com o cinto de segurança e depois com o capacete. Devo dizer que essa sua aproximação fez o meu coração acelerar e consequentemente respirar fundo, absorvendo o seu perfume no ato e me senti inebriada com a sua fragrância. — Você vai pilotar esse troço? — inquiro surpresa ao vê-lo sentar-se no banco do piloto. — Pode apostar que sim! — Me pego sorrindo e em seguida sinto um frio na boca do meu estômago quando ele começa a levantar voo, e em uma fração de segundos sou absorvida pela linda imagem da nossa cidade do alto, rodeada pelo verde e trilhada por um extremo pelo mar. Contudo, quando desvio os meus olhos para olhá-lo, me sinto presa a sua imagem e quando ele sorrir para mim, não consigo não retribuir. O Helicóptero faz uma curva no vento e eu começo a ficar curiosa. — Já andou de helicóptero antes?
Anne Quando a ansiedade passa a dominar todo o nosso sistema nervoso? Acho que isso está acontecendo comigo exatamente agora. Porque estou a quase quarenta minutos em pé diante da porta do escritório do meu pai apenas a olhando, sem ter um mínimo de coragem de bater nela para entrar e olhar nos seus olhos em busca das respostas, que eu preciso para seguir em frente. Entretanto, o meu coração está quase saindo pela boca, as minhas mãos estão geladas, a minha respiração está pesada e parece comprimir os meus pulmões, e os meus pés simplesmente não conseguem sair do seu lugar. A vontade de desistir é tão grande que estou cogitando correr para bem longe daqui. — Obrigado, Senhor Summer! — Uma Senhora diz animada, abrindo a porta e eu sinto no mesmo instante o meu corpo esquentar, e esfriar ao mesmo tempo, quando ele sai da sala logo atrás dela. — Por nada, Senhora Lilithe! Quando precisar, é só me ligar. — Ele fala de um jeito profissional, porém, ao se virar par