Vlad
Em silêncio apenas a observo espalhar uma loção por sua pele e aprecio o leve aroma adocicado que se espalha pelo quarto, e quando ela termina simplesmente se deita na cama, porém, Anne não me dá as costas como das outras vezes. Ela se vira para a beirada e me fita deitado na cama improvisada.
— Como foi o seu dia?
Isso é novo para mim e interessado, me viro de lado, ficando de frente para ela.
— Bem corrido e um pouco estressante. E o seu?
— Recebi uma promoção hoje. — Ela abre um sorriso largo, porém, arqueio as sobrancelhas.
— Como assim?
— O meu chefe está abrindo uma filial em Portugal e ele me ofereceu um cargo de CEO da empresa.
— Assim, do nada? — Uno as sobrancelhas.
— Não está feliz por mim?
— Qual empresa você vai assumir? — Ela dá
Anne— Você não disse uma palavra no caminho até aqui — falo assim que entramos no apartamento e ela faz menção de ir para o quarto. A Observo dar uma freada brusca nos seus passos.— Você não tem o direito de se meter na minha carreira profissional, Vladmir! — Anne rebate com dureza na voz.— E eu não estou — respondo ao seu ataque com calma.— O que foi tudo aquilo?— Só estou garantindo que ninguém meta a mão no que é meu.— EU NÃO SOU SUA PROPIEDADE! — Ela grita vindo na minha direção.— E eu não disse que você é. — Continuo calmo, mas juro que estou por um fio. — Por que não me contou sobre esses jantares? — Cobro.— Não achei que isso importaria.— Mas importa. Anne, eu não quero
Anne— Bom dia, Anne! Tem um tal de Lucas Brazão querendo falar com você. — Minha secretária avisa pelo telefone e imediatamente me sinto ansiosa.— Pode mandá-lo entrar, Mely — peço, me ajeitando na cadeira no mesmo instante e não demora para a porta se abrir. Um rapaz vestindo um conjunto de terno caro passa por ela, lançando-me um olhar firme e eu bem sei o porquê.Sim, eu tomei a liberdade de procurá-lo no final do seu expediente e praticamente o encurralei, exigindo algo dele. É claro que tive que ser bem persuasiva e o resultado está em pé bem na minha frente me estendendo um pedaço de papel.— Os endereços que você me pediu.— Não contou nada para o Vlad, não é?— Ainda não, mas preciso contar. — Meneio a cabeça fazendo um sim para ele.— S
Anne — Senhora Mazza, por favor! — Vlad pede me dando passagem para me acomodar no banco do passageiro. Em seguida ele chega perto demais para me ajudar com o cinto de segurança e depois com o capacete. Devo dizer que essa sua aproximação fez o meu coração acelerar e consequentemente respirar fundo, absorvendo o seu perfume no ato e me senti inebriada com a sua fragrância. — Você vai pilotar esse troço? — inquiro surpresa ao vê-lo sentar-se no banco do piloto. — Pode apostar que sim! — Me pego sorrindo e em seguida sinto um frio na boca do meu estômago quando ele começa a levantar voo, e em uma fração de segundos sou absorvida pela linda imagem da nossa cidade do alto, rodeada pelo verde e trilhada por um extremo pelo mar. Contudo, quando desvio os meus olhos para olhá-lo, me sinto presa a sua imagem e quando ele sorrir para mim, não consigo não retribuir. O Helicóptero faz uma curva no vento e eu começo a ficar curiosa. — Já andou de helicóptero antes?
Anne Quando a ansiedade passa a dominar todo o nosso sistema nervoso? Acho que isso está acontecendo comigo exatamente agora. Porque estou a quase quarenta minutos em pé diante da porta do escritório do meu pai apenas a olhando, sem ter um mínimo de coragem de bater nela para entrar e olhar nos seus olhos em busca das respostas, que eu preciso para seguir em frente. Entretanto, o meu coração está quase saindo pela boca, as minhas mãos estão geladas, a minha respiração está pesada e parece comprimir os meus pulmões, e os meus pés simplesmente não conseguem sair do seu lugar. A vontade de desistir é tão grande que estou cogitando correr para bem longe daqui. — Obrigado, Senhor Summer! — Uma Senhora diz animada, abrindo a porta e eu sinto no mesmo instante o meu corpo esquentar, e esfriar ao mesmo tempo, quando ele sai da sala logo atrás dela. — Por nada, Senhora Lilithe! Quando precisar, é só me ligar. — Ele fala de um jeito profissional, porém, ao se virar par
Anne — Está dizendo que a minha pediu... — Não fique com raiva dela, Anne. A sua mãe estava certa. Ela estava com medo e eu entendo isso muito bem. Então decidi me afastar de vez de vocês e desapareci das suas vidas. Foi aí que conheci a Lorena, a minha psicóloga. Nós nos apaixonamos e agora eu... — Agora você tem uma nova família. — Ele meneia a cabeça em concordância. — Isso. A Lorena era viúva e ela tem uma vida estabilizada. Ela me apoiou e me ajudou. Eu decidi largar a profissão, me formei em direito e abri o meu próprio escritório. Depois de alguns meses veio a Júlia, o pequeno raio de sol. Anne, elas são o meu tudo agora e eu faria qualquer coisa para protegê-las. Mas, a Lorena não conhece esses detalhes do passado. Ela não sobre vocês e eu prefiro que continue assim. — Então... — Não me procure mais, Anne. Não traga o passado de volta para a minha vida. — Não seguro as lágrimas dessa vez e simplesmente faço o que ele diz.
Anne Um sorriso após uma boa lembrança da noite passada. ... Eu te amo! Essas palavras sussurradas me acompanharam a noite inteira. Pensar no que fizemos faz o meu sorriso se ampliar e automaticamente deslizo a minha mão pelo outro lado do colchão, o encontrando vazio. Atônita, abro os olhos encontrando o quarto ainda escuro por causa da cortina blecaute, mas isso não me impede de constatar. Vladmir não está aqui na cama e desapontada, deito a cabeça no travesseiro para encarar o teto. Respiro fundo. O que isso quer dizer? Quando realmente ele me deixou aqui sozinha? Imediatamente procuro a sua cama, mas ela não está montada no chão. O som da campainha tocando me faz despertar de vez. Portanto, acendo a luz de um abajur e tenho o vislumbre de um pedaço de papel em cima do seu travesseiro. Meu coração parece enlouquecido com essa visão e ansiosa o seguro para ler as poucas frases escritas nele. <
Vlad Abrir os meus olhos nas primeiras horas do dia e descobrir que tudo o que fizemos não foi apenas mais um sonho meu está acabando comigo, mas de uma maneira bem positiva. A verdade, é que estou explodindo e com certeza nada estragaria esse dia para mim. Exceto o fato de a minha esposa acordar e perceber que tudo não passou de erro seu. Contudo, eu não quero pensar nessa possibilidade agora, porque nesse exato momento estou bem aqui deitado de frente para ela, admirando-a enquanto dorme e isso com um sorriso bobo que não quer mais sair do meu rosto. O que eu devo dizer? Estou ansioso por de tocá-la e queria poder ver os seus olhos, e receber o seu sorriso. Contudo, não ouso porque não quero que ela se acorde arrependida do que fizemos. Pior, e se ela me acusar de tê-la usado novamente? Não pense, Vlad, apenas sonhe nem que seja por míseros minutos. Aconselho-me. Entretanto, um sinal de mensagem no meu celular me obrigada a afastar
Vlad Esse é um evento anual de grande importância para o grupo Mazza. É nesse evento que juntamos uma gama de empresários e assim conquistamos novos clientes importantes. Portanto, é de suma importância para o meu pai, mas principalmente para a nossa empresa e de sinceramente eu não queria que a Anne ficasse no meio deles lobos. Não com todos esses ataques e quando eles a querem bem longe de mim. — Espero vê-lo lá com a sua esposa, Vladmir. — Desperto dos meus pensamentos. — Papai, eu acho que a Anne... — Eu não quero desculpas, Vladmir. Você agora é um homem casado, certo? Portanto, deverá aparecer na minha casa e diante dos meus convidados como tal. — Trinco o maxilar. Bufo mentalmente. — Tudo bem, papai! Mais alguma coisa? — Sim, eu quero o relatório do seu último caso em cima da minha mesa amanhã de manhã. — Tudo bem! — Ele respira fundo. — Tem falado com a sua mãe ultimamente? — É, ela me fez