ArtêmisEstá na hora de voltar para casa. Penso. Contudo, os meus olhos param em cima da garota dançando perto da mesa, enquanto ela segura o seu copo de vodca. O seu sorriso, a maneira como ela fecha os olhos, como o seu braço envolve o seu corpo... Chego a cogitar que queria que fosse eu a abraçá-la agora. No entanto, sacudo a minha cabeça.Ela está fazendo outra vez.Penso zangado.Está tentando penetrar as minhas barreiras, mas advinha eu não vou permitir e se for preciso machucá-la para afastá-la de mim, eu farei.— Boa noite! — Desperto quando um idiota diz se aproximando e claro que a Anne ficou eriçada com a sua aproximação dele. Contudo, o cara não veio sozinho e o outro babaca está praticamente devorando a bailarina com os seus olhos na cara dura. Solto um pigarro incomodado com essa situação e decido ir falar com ela.— Já chega, Kim! — falo com um tom seco, tomando o copo da sua mão.— Ei, o que pensa que está fazendo? — A garota retruca malcriada.— Eu vou pedir um suco p
Kim... Porque eu não achei que valia a pena beijar uma garota como você.Uma garota como eu.Eu nunca me senti tão inferior na minha vida como nessa noite. Achei que o provocar seria a melhor solução, que poria um pouco de entusiasmo na sua vida, mas não. Artêmis Mazza está determinado a viver na solidão e acho que dessa vez aprendi a minha lição.— Você conseguiu, Mazza — digo sentindo um gosto amargo no meu paladar. — Eu vou me afastar definitivamente de você — sussurro secando as lágrimas de desgosto que segurei por todo esse tempo e no mesmo instante começo a me livrar das minhas roupas para ir tomar um banho. Debaixo do chuveiro procuro manter a minha mente desligada o máximo possível. Eu não quero pensar nessa noite, nas coisas que vi e ouvi da sua boca. Eu só quero que o mundo pare de girar só um pouco para eu poder me reestabelecer. Contudo, nada parece dar certo e eu decido sair do quarto para ir para o jardim. Entretanto, assim que abro a porta o vejo sair do seu quarto.Se
Kim— Que estranho, eu estou me sentindo meio tonta — comento quando já estamos terminando o nosso lance, levando o dorso das minhas mãos para os meus olhos.— Deve ser efeito do remédio. — Artêmis diz repentino me fazendo franzir o cenho.— Que remédio? Do que está falando?— Não fique com raiva de mim, Kimberly. É que faz dias que você não dorme e eu tive que fazer isso.— Que droga, Artêmis, você não tinha esse direito! — reclamo quase sem forças, saindo do banco e logo sinto o meu corpo fraquejar.— Você só precisa dormir um pouco e acordará renova. Precisa descansar, Kimberly, entenda isso.— Eu confiei em você! — retruco irritada.— Kim, olhe pra mim. — Ele pede um tanto autoritário e eu faço um pouco de dificuldade. — Confie em mim, eu só quero o melhor pra você. Agora venha comigo. — Sem ter outra alternativa o sigo para fora da cozinha e ele me leva direto para um elevador privativo. O observo entrar nele com a sua cadeira e entro logo em seguida. — Vamos para o seu quarto, o
Kim— E qual o problema de ser virgem?— Está falando sério, Kimberly?! — Artêmis rosna duramente.— Artêmis eu não estou entendendo!— Saia de cima de mim!— O que?— Sai agora! — Aturdida faço o que pede e ele começa a se vestir.— O que eu fiz de errado? — Começo a entrar em desespero.— Você não fez nada de errado, mas eu não vou fazer isso com você! — Engulo em seco e imediatamente me sinto envergonhada.— Por que não? — Ele respira fundo. Parece querer recobrar o seu autocontrole e a sua paciência também.— Entenda uma coisa, Kimberly, esse deveria ser um momento especial pra você. Deveria acontecer com o homem que ama e não comigo.— Mas eu quero fazer isso com você.— Não, você não quer!— Você não pode decidir isso por mim! — rebato irritada.Ai que ódio dele! Por que ele faz essas coisas? Por que sempre estraga tudo assim?— Volte para o seu quarto agora, Kim. — Céus, o descaso na sua voz é como uma forte punhalada no meu peito e eu seguro as lágrimas para não chorar na sua
ArtêmisAlguns dias depois...— Athos, essa droga não está funcionando! Não vai dar certo! — reclamo assim que ele atende o telefone.— Você precisa ter calma, Artêmis, a Kim precisa dessa chance. — Rolo os olhos quando ele me pede a calma que eu não tenho.— Você não entende, ela me afronta o tempo todo, demora para fazer os trabalhos que exigem uma certa pressa e você sabe muito bem que eu não tenho paciência para treinar um novato!— Artêmis, eu te peço trinta dias, pode ser?— Ah, meu saco! — rasgo um xingamento irritado.— Um mês, Artêmis e se não der certo, eu encontro outro função para ela, o que me diz?— Trinta dias, Athos Mazza e nenhum dia a mais! — bufo, encerrando a ligação sem esperar a sua resposta. — E agora, onde ela está? — resmungo a procurando além da porta de vidro transparente. — Onde você está, garota impertinente do caralho? — ralho baixinho e irritadiço, e resolvo sair a sua procura.O som de algumas risadas divertidas dentro da copa me deixa curioso e me diri
KimAssim que o carro estaciona em frente a mansão Mazza eu saio sem esperá-lo e caminho apressada para dentro da casa. No entanto, antes de conseguir pôr os meus pés no primeiro batente sinto a sua mão segurar na minha e os nossos olhos se encontram assim que viro a cabeça para o lado.— Podemos conversar no meu quarto? — Protelo o seu pedido, mas me pego aceitando e no mesmo instante ele me guia para o outro lado da sala, para dentro do elevador. No corredor, Artêmis abre a porta do seu quarto e me dá passagem. Insegura, adentro o cômodo, pois sei o quão instável esse homem é. — Sente-se, Kim. — Artêmis pede com um surpreendente tom baixo e eu me acomodo em uma poltrona perto de uma janela. Então ele se aproxima e para de frente para mim. — Eu tenho uma proposta para fazê-la e independente de aceitá-la ou não, eu não quero que me faça perguntas.Engulo em seco, mas concordo.— Eu já te disse que não procuro o amor, Kimberly. Que não quero amar outra pessoa, mas principalmente eu não
Artêmis— Que bom que veio, amigo! — falo um tanto exasperado assim que Andreas se acomoda do meu lado em um banco que fica atrás dos arbustos do jardim da minha casa.— Você parecia nervoso no telefone, o que aconteceu?— Eu fodi tudo, cara! — lamento levando uma mão atrás da minha cabeça.— Do que você está falando, Artêmis? — Respiro fundo.— Quando eu vi aquelas imagens do casamento da Corina perdi completamente a minha cabeça. Eu sempre soube que ela nunca mais voltaria para mim e até pensei já tinha me aceitado isso.— Mas? — Respiro fundo pensando em por onde começar a contar-lhe da minha burrada.— Tem uma garota.— Olha isso! E eu a conheço? — bufo audível.— Isso não importa agora, Andreas. O fato é que ela mexe muito comigo e preenche os meus pensamentos constantemente. Ela sabe como tirar a minha paz, rouba a minha estabilidade e isso é... muito assustador, cara! Eu tinha a evitado desde que entrou nessa casa e até tomei algumas atitudes drásticas para mantê-la longe de mi
Kim— Ok, vou te dar a pílula do dia seguinte agora, mas preciso que faça alguns exames antes de te passar o anticoncepcional, tudo bem? — A médica diz após ouvir atentamente o meu relato e faz um sinal para uma enfermeira que está em um canto da sala. Devo dizer que me sinto aliviada. Um bebê no meio desse caos realmente não seria a melhor coisa para acontecer nesse momento. — Agora preciso que vista essa bata, Kimberly, eu vou fazer um exame para ver se está tudo bem com você depois da sua primeira vez, ok?Por que falar sobre isso me deixa tão envergonhada? Até parece que as minhas partes íntimas ganharam mais destaque na minha vida nessas últimas horas. Bufo mentalmente.— Claro — digo timidamente e vou para atrás de um provador. Me livro das minhas roupas e visto uma bata como me pediu. Logo estou deitada em uma cama estreita e com as minhas pernas apoiadas em dois suportes de ferro, e encarando o teto com uma certa agonia.— Vejo que ele foi bem cuidadoso com você. — A doutora c