Nem me lembro mais o por que fui dizer o dia do meu aniversário para eles, só sei que nunca mais esqueceram de me lembrar desse dia, mesmo eu sempre estando triste e falando que não gosto de comemorar, eles insistiam sempre em fazer alguma coisa, ignorando minha opção sobre o assunto. Nunca disse a eles o motivo de não gostar e nem dei explicações, as vezes as coisas não precisam de motivo para acontecer, queria que eles entendessem isso, mas parece que é impossível para eles não me lembrarem deste dia. Sei que existem diferentes culturas e criações nas diversas famílias, para o Antony e a Sami era importante criar a Paulinha a ensinando a importância de comemorar e agradecer todos os dias, então eles não pulam datas comemorativas, nenhuma mesmo, o dia da independência do Brasil poderia ser apenas mais um dia, um feriado onde geralmente vamos assistir um desfile ou desfilar, mas isso seria pouco para eles. Em absolutamente todos os feriados e não feriados, datas comemorativas, fazem
Sarah — Podemos ir? — Philip pergunta assim que nos encontramos fora de casa. — Sim — digo e em seguida o cumprimento com um abraço rápido. Ele deposita um beijo rápido na minha bochecha. Estende a mão para que eu vá na frente a caminho do elevador. Cumprimentamos o porteiro antes de sairmos do prédio. Fomos a pé, já que o restaurante era próximo da nossa casa. O caminho para o restaurante foi tranquilo e mal conversamos, estava com bastante fome, mas ele não precisa saber o quanto estou com fome agora. — Ouvi um barulho vindo da sua casa hoje pela manhã, está tudo bem? — ele pergunta quando já estamos chegando no restaurante. Olho para o chão e tento me lembrar a qual barulho ele estava se referindo. De repente vem um instalo na cabeça e me recordo muito bem do que ele falava. A Samara gritou quando falei do nosso beijo. Assunto este que não irei tratar com ele. — Ah, não me lembro — digo mentindo. — Deve ter sido o meu celular ou a televisão. Nada de mais. Ele assente ac
Sarah Terminamos de comer rápido e em total silêncio, acho que o Philip entendeu que quero sair o quanto antes desse lugar. — Aproveitando que eu encontrei vocês, o pai da Sarah está pensando em fazer uma homenagem em tributo a memória da sua falecida esposa, o dia que ela morreu é um dia muito triste para nós, e acho que a Sarah já passou esse dia sozinha por muito tempo, deveria está com a família agora. — Já tenho planos tia — digo simplesmente. — E eu tenho certeza que não sou bem vinda nesse evento. — Sua irmã ficaria feliz em ter alguém que entendesse sua dor — e quem entende a minha? — Acho que feliz é a última coisa que ela ficaria ao me ver, deixamos isso claro uma para outra quando brigamos da última vez. — E seu pai sofre todos os dias com a sua falta, ele se arrepende todos os dias pelo que te falou e... — a interrompo. — Chega tia — digo para ela com firmeza. — Quando a senhora vai parar de falar por todo mundo, se meu pai tivesse arrependido tinha me ligado ou i
Sarah Chego ao meu apartamento e paro em frente minha porta sentindo o olhar do Philip sobre os meus ombros. — Quer entrar? — pergunto segurando o choro. — Sim — ele fala. Entramos juntos e tiro os sapatos, bolsa e todas as peças adicionais a roupa, como o casaco que usava. — Desculpa pelo que aconteceu, não deveria ter deixado me envolver tanto, perdi o controle da situação. — Não tem o que se desculpar, eu vi como sua família te desgasta, nunca tinha visto essa Sarah, nem quando brigava comigo no trabalho — ele diz e solto uma risada fraca. — Ah — ele diz sorrindo. — Um sorriso, é alguma coisa. Philip sempre tentava me alegrar, até quando me irritava me fazia rir, odiava perder a pose perto dele, mas era inevitável. Como alguém consegue te fazer sentir tão bem, só por existir? — Quer conversar? — ele pergunta e eu nego com a cabeça, não falo pois sei que minha voz estava embargada. As lágrimas que tanto segurei teimavam em cair, olho para baixo na intenção de me
Sarah Ficamos em silêncio de novo, até que ele volta a perguntar. — Eu sei o que te trouxe de volta para essa cidade fria, mas o que levou a Sergipe? Sei que foi o trabalho, mas o que te fez pensar nesse lugar? Nunca contei a história completa, na verdade nunca ninguém quis saber, mas ele parecia realmente interessado em saber. Vencendo meus medos, respiro fundo e começo a contar. — Eu comecei a pensar nisso logo depois de ficar noiva... — ele me interrompe. — Já foi casada? — Não — tomo um gole do vinho tentando fazer ele perceber o incômodo que tenho desse assunto. — Oh, desculpe, continue — ele fala num tom compreensivo. - Não me leve a mal, essa parte da história tem haver com o meu pai, e vai ter que ficar para uma outra noite — digo e ele sorri. — Ah, teremos outra noite? — Está me dispensando? — Jamais, por mim nem iria mais embora do seu apartamento — ele diz e sorri. Sorri com isso. Ele fica em silêncio esperando que eu continue contando. — Eu pensei no emprego
SarahO fim de semana passou voando, assim como a semana seguinte. Mais uma semana concluída, é uma semana a menos aqui em Porto Alegre. No domingo fomos jantar com a irmã, o cunhado e as sobrinhas do Philip, foi uma tarde tranquila, mesmo eu estando com receio de encontrar com minha família naquele bairro, o Philip conseguiu me convencer a ir, e agradeço aos céus por isso. Apesar do dia caótico que tive, ir com ele no domingo alegrou e iluminou o meu final de semana. As crianças e a Mônica fazem falta por aqui. Depois do jantar, ficamos um pouco para conversar e brincar com as crianças, mas não demoramos muito, pois íamos trabalhar no dia seguinte, todos nós adultos, e a Laurinha tinha aula, e a Liz acordava cedo para ir a creche. Fico feliz por as coisas estarem dando certo para eles.A semana que seguiu foi bem calma no trabalho, apesar das dificuldades que sempre passo, e os problemas surpresas que aparecem.Eu e o Philip conseguimos sobreviver há algumas horas perto um do outr
SarahDepois desse dia cheio, a única coisa que preciso é de uma boa comida, um banho longo e uma boa noite de sono.Falo isso enquanto vejo os segundos passarem no meu relógio. Finalmente o fim do expediente chega e posso fazer o que tanto planejava, ir embora. Arrumo minhas coisas rapidamente antes de sair do prédio.Saio do trabalho o mais rápido que o de costume, sei que tenho que falar com o Phil em algum momento a respeito da conversa animadora que tive com a Britney, mas não quero que esse conversa seja aqui na empresa, e sei que apesar de saber controlar a língua não sei controlar a cara, prefiro não o ver até lá.— Sarah — ouço ele me chamar. Assim que passo pelo seu setor no intuito de chegar até à garagem. Paro de caminhar no mesmo segundo.— Obrigada universo — digo olhando para cima. — Oi — digo me virando para ele que vinha logo atrás de mim.— Para onde vai com tanta pressa e... — ele faz uma pausa e olha para o relógio em seu pulso. — E tão cedo.— Não estava com press
Sarah Ficamos ali nos olhando por longos segundos, que mais pereciam horas. Ele finalmente me olha nos olhos e fica assim por um tempo. Não sei o que ele espera ou o que está pensando, só sei que ele parece apreensivo, e também parece estudar bem o que vai dizer. Ainda espero uma resposta dele. Podem ter si passado apenas dois minutos, mas para mim, faziam horas que estávamos ali. Não sinto mais fome ou vontade de olhar para essa comida. Estávamos apenas a luz da lua e das velas, e aquilo me incomodava ainda mais, e acho que a ele também. Aqueles olhos que me fuzilaram por tanto tempo agora estão fixados no chão. Ele se levanta e acende a luz, e depois apaga as velas na mesa. — Acho melhor eu ir embora — digo para ele assim que ele volta a se sentar. — Eu nunca namorei com a Britney, mas ela se insinuou para mim algumas vezes, saímos uma vez e depois disso todo o escritório estava sabendo, ela inventou muitas coisas e espalhou para todo o escritório que estávamos namorand