E enfim chega o dia da viagem. O grupo interage desde o início. Surgem novas amizades que poderão durar pelo resto de suas vidas. As pessoas trocam informações e expectativas. O casal André e Marta estava indo ao Pantanal pela terceira vez. Contagiavam a todos com suas histórias maravilhosas de contatos com os povos ribeirinhos daquela região. Já o Jorge era pescador profissional; enquanto os outros iam fazer passeios turísticos diversos, ele tinha alugado um barco com guia local e ia se dedicar à sua paixão, a pesca.
Luciana foi conhecendo cada uma destas pessoas e se sentindo próxima a eles.
Já estavam há doze dias na excursão. Durante o dia exploravam trilhas longas em meio a uma vegetação exuberante. As árvores tinham tantos pássaros, que parecia a Luciana que elas mesmas é que cantavam. Chegavam a grutas misteriosas e refrescantes, onde descansavam na sombra e usufruíam de fontes naturais de água mineral. Além disso, visitavam baías, salinas, lagoas e cordilheiras que compõe um mundo único em sons, formas e cores, no coração pulsante do Brasil. A localização do Pantanal no território do Brasil, é de fato bem central, como se a natureza facilitasse uma visita a esse paraíso natural, às pessoas das outas regiões do país.
De volta à agência, seu Artur demonstra seu orgulho pelo bom trabalho de Luciana.— A Vilma me contou como você controlou o pânico e restituiu a calma e a alegria da viagem, Luciana. Parabéns. Isso nenhuma escola ou empresa pode ensinar. É da pessoa. Nós estamos muito contentes com você.— Mas por dentro eu estava bem nervosa. No sábado Renato leva Luciana para tomar açaí num lugar tranquilo que abriu perto da casa dela. Eles conversam muito. Começam falando sobre o Pantanal, mas acabam abordando outros assuntos, como suas infâncias, seus hobbies, seus desafios. Ele estava com 28 anos e já era dono de uma academia, mas sonhava em abrir uma filial com mais ênfase nas lutas. Ela achava ótimo e dava sugestões de locais, influência de uma mãe corretora de imóveis.Neste primeiro encontro, Renato mergulhou na personalidade dela. Como era inteligente e calorosa. Ela o ouvia com toda a atenção e mesmo quando ele Capítulo 8
Luciana estava fazendo uma aula de abdominais com Sueli. A irmã de Renato era muito meiga, até seu andar era delicado, de dançarina.Sueli já estava com 32 anos e era casada, portanto não participava dos grupinhos de fofoca da Sweat Drop. Sempre após suas aulas, se encontrava com o marido que estava à sua espera no estacionamento. Ele era advogado. Sueli sempre contava casos engraçados sobre ele, para distrair as alunas durante as aulas, como sua mania de colocar suco nos cereais, ao invés de leite. O aniversário de dona Cida estava muito animado. Além dos vizinhos e de algumas amigas e amigos do trabalho, muitos jovens, amigos de Luciana, também foram convidados.Como moravam só as duas, dona Cida aproveitava todas as oportunidades para trazer mais gente para seu convívio. Não queria que a filha sentisse isolamento ou solidão. E isso nunca havia acontecido. Participavam de eventos do bairro, como festas juninas e desfiles do dia da Independência. Adoravam os vizinhos e iam sempre a batizados, casamentos e aniversários. No dia da saída para a excursão, os passageiros se acomodaram confortavelmente, pois havia quarenta lugares no ônibus e eles estavam em dezoito pessoas, incluindo os guias. Para o seu Artur ficava o mesmo preço do que alugar uma minivan, porque este ônibus era de propriedade dele. Preferia assim, porque oferecia muito mais conforto e segurança.Helinho acomodou-se na primeira poltrona, para poder dar os recados e controlar tudo melhor. Luciana sentou-se no fundo, perto do freezer, assim distribuía água e frutas de tempos em tempos. Desta vez, ao invés do hotel fazenda, ficaram hospedados em uma pousada no meio de um parque ecológico. Tomando o café da manhã já eram visitados por pequenos animais como macacos e tatuzinhos, que vinham se alimentar das frutas bem posicionadas pelos funcionários da pousada. A observação dos pássaros também era comum e bem apreciada ali.O grupo da Panta Trip partia muito cedo para embarcar em grandes botes ou barcos a remo, subindo os rios em busca dos melhores pontos para a pescaria. Voltavam só à noite. Mesmo ficando até tarde juntos, Renato sentia falta dela e se acostumou a bater na porta de seu quarto e chamá-la para ver o nascer do sol. Ela não reclamava, embora estivesse sonolenta. Era o amor chamando o amor. Tudo o que sempre quis. Ele achava graça nos pijamas da garota, com motivos de frutas ou legumes e comentou com ela. Uns eram de melancia, outros de abacate ou laranja. As pequenas estampas coloridas o surpreendiam e ele olhava para ela intrigado.— Minha mãe que comprou, acho que ela tem uma preferência por frutas — ela explicava divertida.Último capítuloCapítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13