Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ele procurava as palavras certas para implorar o perdão do filho, embora soubesse que nunca poderia compensar a dor que lhe causara.
—Javier, meu amado filho— sussurrou Lord Henry, com a voz embargada, —não há palavras suficientes para expressar o profundo remorso que sinto em meu coração. Fui um pai negligente, egoísta e cruel. Tirei sua vida e neguei-lhe o amor e a verdade que você merecia. Peço seu perdão por ter sido tão cego e ter cometido um ato tão hediondo. As lágrimas se misturaram às palavras de Lord Henry, enquanto sua voz tremia de tristeza e arrependimento. Enquanto ele falava, uma sensação avassaladora de tristeza e perda tomou conta dele, fazendo-o perceber a magnitude do que havia perdido. Cada palavra dita por Lord Henry se desvaneceu no ar frio, perdendo-seMia estava olhando fixamente para Fenício, ao ouvir o que ele havia dito. Ele ainda estava observando o atirador através de seus binóculos como se o que ele dissera não fosse nada.—Você está mesmo me pedindo em casamento aqui atrás de uma parede, observando um atirador Fenício? —Ela perguntou, com a voz embargada: —Eu pareço tão pequena para você que não mereço um pedido de casamento legal?Ela se levantou e saiu em disparada, diante do olhar incrédulo de Fenício, que não sabia o que tinha feito de errado, pois pensou que ela ficaria feliz quando ele lhe dissesse que eles iriam se casar. Ele não podia segui-la, então ficou observando-a se afastar e entrar na mansão sem olhar para trás. Que diabos ele havia feito de errado? Ele era muito ruim nessa coisa de relacionamento sério, e com Mi
Mia o observou em silêncio enquanto ele falava. Fenício podia ver a mistura de emoções que cruzavam seu rosto: raiva, tristeza e talvez um lampejo de esperança.—E como você planeja fazer isso? —perguntou ela com uma voz trêmula, mas curiosa.O Fenício respirou fundo; era hora de dar o próximo passo rumo ao desconhecido, rumo a um futuro que ele esperava compartilhar com Mia.—Deixe-me mostrar-lhe— disse ele, estendendo a mão para ela, —Vamos começar de novo, deixe-me planejar algo especial, algo digno de você.Mia olhou para a mão estendida e depois para os olhos dele. Havia sinceridade neles, um compromisso que ia além do dever ou da emoção do momento. Com um suspiro trêmulo, ela disse.—Eu o ouço.—Mia, você sabe que sou um homem dedicado ao trabalho, e
Lady Sabina era uma nobre com uma personalidade perversa e maquiavélica. Desde sua juventude, ela é conhecida por sua astúcia e sua capacidade de manipular os outros em benefício próprio. Seu casamento com Lord Henry não foi por amor, mas por conveniência e com um objetivo em mente: usar o ódio do marido pela própria família para assumir toda a fortuna dos Cavendish e se tornar uma mulher poderosa.Lady Sabina é especialista em esconder suas verdadeiras intenções por trás de uma fachada de bondade e cortesia. Ela é capaz de sorrir e conversar graciosamente em sociedade, enquanto, por dentro, planeja esquemas desonestos para alcançar suas ambições desmedidas.Sua mente é cheia de estratégias e conspirações, sempre procurando a maneira mais eficiente de atingir seus objetivos. Ela não se importa em p
O jovem senhor olhou para a mãe, com uma expressão fria e calculista no rosto. Um arrepio quase impercetível percorreu-o. Depois, voltou a desviar o olhar, lembrando-se do tempo em que eu ainda não sabia a verdade e vivia feliz, sentindo que tinha um lugar no mundo.—O que você quer dizer com casar com ela? —perguntou ele, virando-se para ver o olhar frio nos olhos dela.— Filho, não me decepcione— ameaçou-o com raiva Lady Sabina, que estava cansada de ver todos os seus planos falharem ultimamente. —Como você acha que faremos toda a fortuna dos Cavendish se você não se casaria com Sofía? Eu planejei isso por anos, você não vai estragar tudo. Ela fará o que Victoria não fez! A desgraçada, como se atreve a fugir de mim?—O que está insinuando, mãe? Fale claramente —perguntou o jovem Senhor, cerr
O Jovem Lord, após o retorno sombrio do cemitério, fechou-se no silêncio de seus aposentos. Apesar do traje impecável e do porte aristocrático, seu rosto era um espelho de gelo, refletindo uma alma que nunca havia conhecido o calor do afeto genuíno. Sozinho, ele permitiu que a máscara da indiferença caísse por um instante, revelando um vislumbre da turbulência que havia por baixo.Nesse espaço privado, as paredes testemunhavam o único lugar em que ele permitia que as rachaduras em sua fachada se tornassem evidentes. Aqui, não havia necessidade de se manter firme diante do olhar inquisitivo de Lady Sabina ou do desprezo velado de Lord Henry. Na quietude de seu quarto, o jovem Lord se permitiu contemplar seu reflexo no espelho, buscando em seus próprios olhos a resposta para uma pergunta que nunca havia feito em voz alta: o que seria dele se as circunstâncias
O jovem Lord, movido por um impulso repentino, arrancou a fotografia da parede. A imagem de Sofía, sua vulnerabilidade capturada em preto e branco, parecia queimar suas mãos. Sem cerimônia, ele a colocou entre suas roupas e pertences pessoais dentro da mala, fechando-a com um clique definitivo que soou como o selo de seu destino. A mala, agora um receptáculo para suas roupas e aquele fragmento de consciência, tornou-se o símbolo de sua carga emocional.Ele se dirigiu com firmeza para a saída, cada passo ecoando pelas vastas salas como um eco de sua determinação. Não havia como voltar atrás. O avião o aguardava, uma fera metálica pronta para subir aos céus e levá-lo para a realização do último ato de uma peça escrita por Lady Sabina, mas na qual ele desempenharia o papel principal.Quando sua silhueta se delineou contra a porta que d
Depois que César teve certeza de que seu filho estava em boas mãos, ele chamou alguns seguranças e os colocou em frente à porta, ordenando que ninguém entrasse naquele quarto sem sua permissão. Não satisfeito com isso, mandou vários deles se postarem do lado de fora do quarto do filho. Ele não permitiria que nada acontecesse com ele.Mais calmo, ele voltou para o quarto, onde Sofia já estava dormindo um pouco agitada. Tomou um banho rápido e, depois de tomar um uísque de um só gole, subiu na cama ao lado da esposa, abraçando-a em seu peito para que ela se sentisse segura e parasse de falar enquanto dormia.César ficou acordado na escuridão, ouvindo a respiração irregular de Sofia, que gradualmente se tornou mais suave e rítmica, um sinal de que ela havia encontrado paz em seu abraço protetor. Apesar do cansa&c
Aquela mulher estava mesmo a revelar-se muito estranha, com tudo o que o seu chefe de segurança lhe tinha dito. Respirou de alívio por ela ter sido afastada do lado do filho e agradeceu de alma cheia que Azucena tivesse estado atenta.—Tudo bem, mas tome cuidado— disse César, satisfeito com o fato de —Fenício estar sempre um passo à frente. Não sabemos se ela está sozinha nisso ou se há outras pessoas envolvidas.—Eu farei isso— respondeu Fenício e, depois de um breve aceno de cabeça, ele se esgueirou silenciosamente pelo corredor em busca da sombra errante da governanta.César ficou parado por um momento, sentindo que algo estava errado e que tinha a ver com seu filho. Em seguida, foi para seu quarto, furtivamente, para não acordar Sofia, e ativou um pequeno dispositivo de comunicação.—Azucena— ele sussurrou ao ativ&a