Aquele cheiro inebriante adentrou minhas narinas, deixando-me sem ar por completo. E minha mão parou na porta, decidindo se entrava ou se dava meia volta dali. E então escancarei devagar e a fechei do mesmo jeito.Observei bem os posteres que iam de mulheres sensuais, com fitas amarelas coladas em seu corpo, á de bandas que desconhecia. Mas pareciam ser de rock ou algo relacionado. Tirando a bagunça que o local se encontrava, entre o papel de parede azulado forte que deixava o local mais escurecido do que podia ficar.Me aproximei de uma parede de fotos, que parecia que algumas tinham sido retiradas e faltava outras. E naquele momento percebi que o quarto era de Ikarus.Uma foto dele e da mãe, quando era criança jazia ali no mural. Girei minha face e vi uma mala que estava pronta, com roupas dobradas. E um impulso me fez se aproximar da mesma.Levei meus dedos finos até seu interior e puxei uma camisa preta dele, e na mesma hora meu corpo quis sentir seu aroma. O cheiro amadeirado, de
Localização: Alcateia Onix, Residência da família Hoover.Samantha Roosevelt...Soltei o ar reprimido em meu peito, quando minha mão parou rente a campainha daquelas duas portas. Ainda podia ouvir ecoar em minha mente, a voz de Ikarus me rejeitando e tudo sendo atropelado por lembranças não muito boas de nós dois. Engoli em seco e levei meu indicador até aquele pequeno botão dourado escurecido.O som ecoou por todo interior daquela casa, fazendo uma volta como se percorresse o primeiro andar. Esperei alguns minutos, até ouvir passos na direção da entrada que logo foi abafado por um destrancar de fechadura e um rangido leve.—Senhorita Roosevelt. —pronunciou Octavio me saudando numa simpatia rebuscada. —Entre, a senhora está a sua espera!—Obrigado, Octavio! —falei num meio sorriso, e adentrei assim que meu deu espaço.—A senhora estar no jardim nos fundos, se quiser que acompanhe... —indicou.—Não é necessário, e obrigado novamente! —agradeci me guiando aos fundos daquela mansão.Perc
Nós duas permanecemos sentadas no jardim, conversando sobre algumas coisas banais para esquecer um pouco os atritos familiares. Mas quando fui perceber já havia passado da hora, os céus estavam escurecidos e estrelados, como podia observar do quarto de Odette.—Ode, gostaria de perguntar. —falei.—Sobre? —ela me indagou ajeitando sua prateleira de livros.—Ikarus não pode voltar mais, ele está proibido? —a encarei.—Não está proibido, ele pode fazer curtas visitas se quiser. Mas do jeito que deixou a mansão, melhor ele ficar um tempo até as coisas esfriarem! —me disse.—Como assim? —indaguei curiosa.—Bom, ele saiu da reunião brigado com Lucius, o meu sogro e Achilles. —me explicou. —Então, é melhor ele esperar a poeira baixar antes de voltar!—Entendo. —comentei ao perceber que não foi só comigo que ele havia brigado.Estava começando a cogitar que ele fez tudo isso, para cortar os laços e poder ficar livre das amarras da alcateia e de mim também. Fiquei uns minutos com meu olhar aus
Localização:???Samantha Roosevelt...Despertei-me por um momento, enquanto sentia a brisa cálida bater em minha pele. Aconchegando-me de lembranças vividas, que me fizeram abrir minhas pálpebras devagar e vislumbrar aquela bela paisagem de colinas. O que me fez mergulhar mais no passado.Abaixei meu olhar e percebi pequenas mãos macias e infantis.—Sammy! —aquela voz risonha fez meu corpo girar a procura, notando aquele Ikarus criança a minha frente dando-me um sorriso caloroso e tão contagiante. —Vamos!Escutei enquanto o via gesticular, com seu corpo dando-me as costas e correndo. Levei minha mão para tentá-lo alcançá-lo, mas percebi que minhas pernas já estavam sem movendo atrás do mesmo.—Ikarus, espera! —dei uma risada correndo o mais rápido possível.Seguimos entre as colinas, aqueles que me recordaram de repente do futuro em que nos beijamos a primeira vez. E percebi aquela arvore daquele dia, fazendo-me parar e tomar folego colocando minhas pequenas mãos na saia do vestido fl
Entre paredes de pedra rachada, sem janelas ou se quer outra saída a não ser a porta de madeira pesada com ferro, que estava atras de Lucius.Aquele cômodo fedia a morfo, umidade e ferrugem, além de urina de rato. O que poderia me deduzir ser uma prisão ou o porão de algum lugar que aquele homem mantinha para tortura suas vítimas.Entretanto, algo faiscou em minha cabeça lembrando-me do que realmente havia acontecido.Tinha saído da mansão dos Hoover, quando ouvi um barulho e fui ver o que era. Até que eu vi... Lucius torturando Nicolas que estava amarrado, e indefeso com seu ômega e beta, além de Achilles o segurando.Os gritos de dor e agonia enquanto Lucius e seus braços direito e esquerdo o torturavam com seu irmão mais novo também, e quando ele arrancou um do seu globo ocular.Uma ânsia de vomito pousou em meu estomago, e irradiou até meu esôfago subindo. Minha mão direita seguiu agilmente até minha boca a tampando, e tentando bloquear qualquer coisa que pudesse sair de dentro de
A ameaça nas palavras de Lucius fez com que um pânico se instaurasse no meu corpo e me deixasse enjoada, respirei fundo tentando reter isso. Eu sabia que enfrentaria muitos obstáculos na minha vida confusa, mas estava determinada a encontrar minha própria força para resistir contra tudo, até mesmo... Lucius.—Você pode tentar me amedrontar, Lucius, mas eu não vou me curvar diante de você! —declarei com determinação. —Você pode ter seus pequenos planos na alcateia, mas eu sou livre e nunca fui obrigada a ser sua luna.Lucius lançou para mim um olhar cheio de desdém, como se a considerasse insignificante diante de seu poder. Ele se aproximou lentamente, invadindo meu espaço pessoal entre o rosto dele e o meu.—Samantha... —sussurrou ele, sua voz tenebrosa. —Você não tem ideia do que sou capaz.Eu permaneci firme diante das palavras de dele, recusando-se a ser intimidada por sua presença imponente.—Pare de ser difícil, eu sei como quer isso... —disse ele, sua voz agora repleta de sensua
Localização: Cômodo desconhecido.Samantha Roosevelt...Me atrevi olhar atentamente para aquelas escleras que tomaram um tom enegrecido, como aquela sala vazia onde eu estava. Aquele cheiro de morfo e poeira pairava no ar, junto com o de ferrugem pelo sangue que manchava minha pele dourada. E por um breve momento abandonei o ar de meus pulmões, que queimavam por perpetuá-los por muito tempo.Porém, Lucius contrapôs com aquele hálito mentolado com o cheiro aromático de seu perfume, que tinha toques fortes de canela com mandarina refrescante e uma pitada de ousadia que me recordava ser da menta, mas ao mesmo tempo diferente. Quem era mesmo ele? Esse homem estava tentando me excitar, retirando sua presença de alfa e deixando que esse seu corpo másculo fizesse o trabalho. Suas sobrancelhas pareciam mais duas facas intrincadas e afiadas em seu olhar frio e arrogante.Mas a beleza de Lucius estava começando a mexer, com algo dentro de mim que eu estava evitando com todas minhas forças. Meus
Ikarus nem devia estar ciente, da cobra que havia colocado como alfa. E minha cabeça começava a desenrolar que a briga que Lucius havia feito por mim, era tudo uma pequena encenação para que afastasse de vez Ikarus. E por um momento, estava pôr-se a pensar que poderia recuperar a amizade que estava perdida, e a promessa que ele me fez. Mas estranhamente minha mente se entrelaçou com as cenas de seu corpo recém-saído do banho e envolto na toalha. Aquele beijo ardente que nos fez destruir o espelho do banheiro dele, e sua pele grossa e apetitosa que ardia em brasas por mim. Pisquei algumas vezes, quando a porta rangeu fechando-se.E percebi que estava acalorada, e com meu interior clamando por Ikarus e ainda mais estando sozinha naquele quarto com um lobo macho, que olhava para mim tentando me decifrar. Mas nem eu conseguia me entender, e o que meu instinto me dizia.—O que você está imaginando, minha Luna? —ele perguntou, ansiosamente sensual ao se aproximar e agachar. —Em Ikarus? Ou