Nós duas permanecemos sentadas no jardim, conversando sobre algumas coisas banais para esquecer um pouco os atritos familiares. Mas quando fui perceber já havia passado da hora, os céus estavam escurecidos e estrelados, como podia observar do quarto de Odette.—Ode, gostaria de perguntar. —falei.—Sobre? —ela me indagou ajeitando sua prateleira de livros.—Ikarus não pode voltar mais, ele está proibido? —a encarei.—Não está proibido, ele pode fazer curtas visitas se quiser. Mas do jeito que deixou a mansão, melhor ele ficar um tempo até as coisas esfriarem! —me disse.—Como assim? —indaguei curiosa.—Bom, ele saiu da reunião brigado com Lucius, o meu sogro e Achilles. —me explicou. —Então, é melhor ele esperar a poeira baixar antes de voltar!—Entendo. —comentei ao perceber que não foi só comigo que ele havia brigado.Estava começando a cogitar que ele fez tudo isso, para cortar os laços e poder ficar livre das amarras da alcateia e de mim também. Fiquei uns minutos com meu olhar aus
Localização:???Samantha Roosevelt...Despertei-me por um momento, enquanto sentia a brisa cálida bater em minha pele. Aconchegando-me de lembranças vividas, que me fizeram abrir minhas pálpebras devagar e vislumbrar aquela bela paisagem de colinas. O que me fez mergulhar mais no passado.Abaixei meu olhar e percebi pequenas mãos macias e infantis.—Sammy! —aquela voz risonha fez meu corpo girar a procura, notando aquele Ikarus criança a minha frente dando-me um sorriso caloroso e tão contagiante. —Vamos!Escutei enquanto o via gesticular, com seu corpo dando-me as costas e correndo. Levei minha mão para tentá-lo alcançá-lo, mas percebi que minhas pernas já estavam sem movendo atrás do mesmo.—Ikarus, espera! —dei uma risada correndo o mais rápido possível.Seguimos entre as colinas, aqueles que me recordaram de repente do futuro em que nos beijamos a primeira vez. E percebi aquela arvore daquele dia, fazendo-me parar e tomar folego colocando minhas pequenas mãos na saia do vestido fl
Entre paredes de pedra rachada, sem janelas ou se quer outra saída a não ser a porta de madeira pesada com ferro, que estava atras de Lucius.Aquele cômodo fedia a morfo, umidade e ferrugem, além de urina de rato. O que poderia me deduzir ser uma prisão ou o porão de algum lugar que aquele homem mantinha para tortura suas vítimas.Entretanto, algo faiscou em minha cabeça lembrando-me do que realmente havia acontecido.Tinha saído da mansão dos Hoover, quando ouvi um barulho e fui ver o que era. Até que eu vi... Lucius torturando Nicolas que estava amarrado, e indefeso com seu ômega e beta, além de Achilles o segurando.Os gritos de dor e agonia enquanto Lucius e seus braços direito e esquerdo o torturavam com seu irmão mais novo também, e quando ele arrancou um do seu globo ocular.Uma ânsia de vomito pousou em meu estomago, e irradiou até meu esôfago subindo. Minha mão direita seguiu agilmente até minha boca a tampando, e tentando bloquear qualquer coisa que pudesse sair de dentro de
A ameaça nas palavras de Lucius fez com que um pânico se instaurasse no meu corpo e me deixasse enjoada, respirei fundo tentando reter isso. Eu sabia que enfrentaria muitos obstáculos na minha vida confusa, mas estava determinada a encontrar minha própria força para resistir contra tudo, até mesmo... Lucius.—Você pode tentar me amedrontar, Lucius, mas eu não vou me curvar diante de você! —declarei com determinação. —Você pode ter seus pequenos planos na alcateia, mas eu sou livre e nunca fui obrigada a ser sua luna.Lucius lançou para mim um olhar cheio de desdém, como se a considerasse insignificante diante de seu poder. Ele se aproximou lentamente, invadindo meu espaço pessoal entre o rosto dele e o meu.—Samantha... —sussurrou ele, sua voz tenebrosa. —Você não tem ideia do que sou capaz.Eu permaneci firme diante das palavras de dele, recusando-se a ser intimidada por sua presença imponente.—Pare de ser difícil, eu sei como quer isso... —disse ele, sua voz agora repleta de sensua
Localização: Cômodo desconhecido.Samantha Roosevelt...Me atrevi olhar atentamente para aquelas escleras que tomaram um tom enegrecido, como aquela sala vazia onde eu estava. Aquele cheiro de morfo e poeira pairava no ar, junto com o de ferrugem pelo sangue que manchava minha pele dourada. E por um breve momento abandonei o ar de meus pulmões, que queimavam por perpetuá-los por muito tempo.Porém, Lucius contrapôs com aquele hálito mentolado com o cheiro aromático de seu perfume, que tinha toques fortes de canela com mandarina refrescante e uma pitada de ousadia que me recordava ser da menta, mas ao mesmo tempo diferente. Quem era mesmo ele? Esse homem estava tentando me excitar, retirando sua presença de alfa e deixando que esse seu corpo másculo fizesse o trabalho. Suas sobrancelhas pareciam mais duas facas intrincadas e afiadas em seu olhar frio e arrogante.Mas a beleza de Lucius estava começando a mexer, com algo dentro de mim que eu estava evitando com todas minhas forças. Meus
Ikarus nem devia estar ciente, da cobra que havia colocado como alfa. E minha cabeça começava a desenrolar que a briga que Lucius havia feito por mim, era tudo uma pequena encenação para que afastasse de vez Ikarus. E por um momento, estava pôr-se a pensar que poderia recuperar a amizade que estava perdida, e a promessa que ele me fez. Mas estranhamente minha mente se entrelaçou com as cenas de seu corpo recém-saído do banho e envolto na toalha. Aquele beijo ardente que nos fez destruir o espelho do banheiro dele, e sua pele grossa e apetitosa que ardia em brasas por mim. Pisquei algumas vezes, quando a porta rangeu fechando-se.E percebi que estava acalorada, e com meu interior clamando por Ikarus e ainda mais estando sozinha naquele quarto com um lobo macho, que olhava para mim tentando me decifrar. Mas nem eu conseguia me entender, e o que meu instinto me dizia.—O que você está imaginando, minha Luna? —ele perguntou, ansiosamente sensual ao se aproximar e agachar. —Em Ikarus? Ou
Me senti estremecida e vulnerável enquanto Lucius me lambia daquela forma animalesca, a saliva de um lobisomem era melhor que qualquer pomada cicatrizante. Ainda mais de um lobo macho. Contudo, quando aquele homem terminou sua tortura sobre minha pele, ele parou por um momento rente aos meus lábios querendo me irritar e desafiar.Fiquei ali parada sem ter coragem de o encarar, e ao menos não percebi quando sua presença se foi dali. Deixando-me solitária. Junto com o sangue e a nudez que me era presente. Uma dor vergonhosa me tomou, enquanto praguejava aos quatro vento que devia ter seguido o caminho de casa e não ter ido aquele bendito labirinto.Pois pelo menos, se Lucius mostrasse suas garras seria num futuro distante.Me sentia curada fisicamente, mas psicologicamente tudo estava um emaranhado confuso. E tudo que eu desejava era fugir para longe daquele homem.Para Ikarus? Era isso que minha loba interna desejava, era a proteção daquele que me rejeitou. E que me deixava confusa dos
Localização: Casa dos Roosevelt, Wichita, Estados Unidos.Samantha Roosevelt...Me vi refletida em um lago de água cristalina, com minhas madeixas escorrendo para frente enquanto os raios solares me iluminavam. O calor tênue daquele ambiente, deixava-me aconchegada á algo que me era familiar assim como o farfalhar do som do vento nas folhas, das arvores balançando seus galhos. Aquele local...Minha mente começava a recordar-se do lugar, mas minha atenção se instaurou em direção a minha esquerda com meus olhos arregalando-se. Ikarus me encara daquele reflexo com um olhar tão quente quanto estava a temperatura, e um sorriso se desenhou em seu belo rosto. Quando pude sentir seus dedos se entrelaçarem nos meus, e meu queixo sendo puxado para a esquerda.Encarei bem em suas írises azuladas, o céu sem nuvens que me deixava sem ar nos pulmões. Seus lábios se mexeram, e não consegui ouvir que palavras foram jogadas aos ventos.—O que? —Indaguei curiosa, e novamente ele fez. Mas não conseguia